Mais uma vez, decidi responder através do blog por me parecer ser uma questão que possa interessar a mais leitores, ou que existam leitores que possam ajudar mais do que eu, acrescentando o seu comentário.
Tal como nas situações anteriores, por motivos de respeito pela privacidade de quem me contacta não vou divulgar o nome.
Uma das questões que recentemente recebi foi esta:
"Como é que devem ser feitas as verificações internas
1) Deverá ter-se em consideração o erro e incerteza do equipamento padrão? (tal como na calibração)
ou
2) Efectua-se somente uma comparação de resultados do género:
- medição com o eq padrão=X
- medição com o equipamento a verificar = Y
- |X-Y|
O cumprimento do requisito 7.6 - Controlo do equipamento de monitorização e medição levanta sempre muitas questões. É por isso normal que tenha obtido várias respostas para a sua questão. Existem várias formas de cumprir e elas variam consoante a formação e a percepção de cada um relativamente ao tema.
Talvez seja conveniente esclarecer que embora eu tenha feito uma Especialização em Engenharia da Qualidade, a minha formação base não é engenharia.
Assim sendo só poderei responder de um ponto de vista mais genérico. Se existir desse lado algum leitor que queira dar alguma ajuda, é muito bem-vindo.
Embora a minha limitação técnica, vou referir-me ao que, do meu ponto de vista, me parece essencial.
Comecemos pelo princípio, O que estamos a medir/monitorizar? Estamos a medir/monitorizar características essenciais para a conformidade da dúvida (onde é necessário assegurar resultados válidos)?
Qual a validade dos resultados do equipamento padrão? Este está a ser periodicamente calibrado? O critério de aceitação definido é o adequado?
... a resposta à questão colocada poderá ser sim, ou não, dependendo de todos estes factores.
Claro que se quisermos ser extremamente rigorosos, as verificações internas devem ser tão exigentes quanto aquelas que realizam os laboratórios acreditados. Mas para a sua realidade, justifica-se esse rigor?
Se usar um equipamento padrão que seja periodicamente calibrado (que assegure a validade das medições), se tiver definido um critério de aceitação rigoroso, se as medições que efectua com os equipamentos que verifica não incidem sobre características absolutamente essenciais do produto, eu diria que a sua fórmula é suficiente.
Se o que disse no parágrafo anterior não for verdade... então a questão muda de figura.
Acima de tudo acho que deve imperar o bom senso.
Penso que o essencial é que esteja convencida que o rigor que aplica é o adequado à sua realidade. Com toda a certeza, conhece a actividade da sua empresa, tem claro que tipo de medições faz, que critério de aceitação definiu,... etc. Com base nisso questione-se: o método que utilizo garante-me que as medições que realizo são reais? Posso confiar nas medições que realizo?