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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Dois contactos, uma mesma ambição

Exmos Srª.,
Chamo-me ..., tenho 24 anos, concluí no ano lectivo de 2007/2008 a Licenciatura em Química Aplicada - Ramo Química Orgânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNL- FCT). Actualmente estou a terminar o Mestrado de Engenharia Farmacêutica no Instituto Superior Técnico/ Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Do plano curricular do mestrado gostaria de salientar a formação adquirida nas seguintes áreas: 1) Química Terapêutica ou Medicinal, 2) Tecnologia Analítica de Processos e Engenharia de Processos Farmacêuticos, e 3) Sistemas de Gestão da Qualidade e Regulamentação Farmacêutica. Em conjunto com a aposta na formação contínua dei início à actividade profissional em 2008/2009 como bolseira de Investigação Cientifica na UNLFCT e recentemente em 2009 fui contratada pela ... para desempenhar actividades no departamento de Controlo de Qualidade. Na expectativa de que me possa ajudar, venho por este meio pedir-lhe orientação sobre o seguinte assunto:
Gostaria de dedicar a minha actividade profissional à QUALIDADE e gostaria de iniciar funções como consultora, uma vez que se encontra nesta área o que me pode dizer sobre o assunto? Tenho procurado enviar curriculos para diversas empresas do ramo mas sem sucesso. Seria uma aposta mais acertada tirar uma formação mais dedicada no tema antes de abordar o mercado? Que formação recomendaria?
Agradeço-lhe qualquer recomendação que me possa fazer bem como a sua disponibilidade ao meu contacto.
Exma srª Maria,
Antes de mais gostaria de dar os meus parabéns pelo seu blog e pelo seu livro "Qualidade para principiantes", que também possuo.Chamo me ... e fiz um curso profissional da ISO 9001 e ISO 19011, mas ainda estou muito verde nesta área. Por isso, seu livro adequa-se à minha pessoa e como tal comprei-o.Estando desempregado, estou a pensar em iniciar a minha actividade por conta própria em diversas áreas, incluindo qualidade, mas não sei ao certo por onde começar e que preços efectuar.Por isso lhe escrevo a pedir alguma informação e alguma luz sobre esta matéria. Desde já lhe agradeço a sua atenção. Os meus cumprimentos.
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Não sei se tenho muito a acrescentar... já manifestei a minha opinião a questões idênticas.
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Para mim é muito agradável constatar que existem jovens que se interessam por estas temáticas. Afinal de contas elas são aplicáveis a todo o tipo de Organizações seja lá qual for a sua dimensão e/ou sector de actividade. Além de que são temas transversais a qualquer Organização.
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Sugestões para desenvolver esta actividade como consultor/a?
Duas, na minha perspectiva fundamentais:
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1 - experiência de terreno - Não me parece que se possa realizar um bom trabalho de consultoria, se o consultor não tiver o conhecimento da realidade das organizações e acima de tudo as dificuldades inerentes à implementação de sistemas de gestão da qualidade e formas de as ultrapassar.
Para aprender a andar é preciso cair. Só assim descobrimos como manter o equilíbrio.
Quando falo de experiência, não estou a falar de 3 ou 6 meses... nem pouco mais ou menos!
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2 - conhecimentos profundos dos conteúdos das Normas(no mínimo) - Esse conhecimento só se consegue adquirir quando juntamos a formação à experiência de terreno.
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Que mais? O resto é empenho e vontade. Que é aliás o que precisamos para ser bem sucedidos em tudo na vida!
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Votos de muitos sucessos! E voltem sempre a dar noticias.

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Porque troquei o seguro pelo inseguro, ...

... o conforto pelo desconforto, o certo pelo incerto… podem ser muitas as expressões utilizadas.

Vamos ver se consigo explicar.

A Gestão da Qualidade é acima de tudo uma missão. Ou pelo menos as pessoas que a ela se dedicam profissionalmente precisam encará-la como tal. Caso contrário, … vão ter dificuldade em entender/aceitar muita coisa.

As Organizações e os seus representantes ao mais alto nível referem-se a ela como algo indispensável. Quando recebem auditorias externas ou quando participam em reuniões importantes indicam-na como o pilar das suas organizações. Algo que querem manter s melhorar sistematicamente.

E… estou convencida que de facto querem. Estou mesmo apesar do que possa escrever a seguir.

Estes Gestores ao mais alto nível, contratam alguém a quem atribuem essa responsabilidade, manifestam-lhe o seu apreço pelo tema e pedem-lhe que desenvolva as acções necessárias para a manter e melhorar.

Salvo raras excepções, a pessoa a quem atribuíram essa responsabilidade não passa a fazer parte da Gestão de Topo. O tema é muito importante mas… não o suficiente para que seja uma Direcção ao mesmo nível das restantes.

Enfim… são diferentes níveis de importância!

Deixemos no entanto a questão da função e do seu nível hierárquico e vamos a questões mais práticas.

Penso que os responsáveis da Qualidade entenderão muito bem o que vou dizer…

Quando trabalhamos dentro de uma Organização como Gestores da Qualidade, para fazermos bem o nosso trabalho, questionamos muito, exigimos muito, …

O nosso papel é assegurar que estão permanentemente em vigor as melhores metodologias e que a sua implementação está a ser levada a cabo.

Isto só é possível com o envolvimento e o comprometimento de toda a estrutura da Organização que, muitas vezes, está demasiado ocupada com assuntos cujo retorno é mais imediato e mais visível.

É muito difícil que considerem uma prioridade algo que na sua forma de pensar pertence ao responsável da Qualidade.

Como dizia um Director de Operações com quem trabalhei: “ o problema é que eles não entendem que a qualidade nada mais é do que aquilo que eles fazem no dia-a-dia”.

Pois…

A falta deste entendimento e a luta permanente com o tempo, faz com que se irritem com o facto de terem de despender o seu tempo para tratar das coisas da Qualidade.

E o prémio da irritação vai para…. O responsável da Qualidade pois claro.

Os Gestores da Qualidade precisam estar permanentemente a motivar, permanente a verificar a implementação, … Aos olhos dos outros são os que vão empatar quem trabalha

E isto, … não vale a pena procurar muitas diferenças. Este entendimento ainda é assim numa boa parte das Organizações.

Tudo muda de figura se vier um Consultor Externo dizer exactamente o mesmo que o responsável da Qualidade já disse.

O consultor é aceite e entendido como um especialista. A Organização ouve-o de outra forma e pelo menos não o entende como um estorvo.

Se esse mesmo Consultor for responsável pela Qualidade numa empresa… ah… então… é o que empata.

Não sei o que leva as Organizações a agirem assim… mas esta é uma realidade.

E foi com base nela que quis mudar de papel.

Mas tenho que dizer outra coisa que também é indesmentível: Ninguém pode ser consultor sem ter estado no terreno. Pelo menos não pode ser um bom consultor.

Eu não posso dar sugestões (pelo menos não tenho autoridade suficiente para o fazer) sobre coisas que nunca fiz. Não conheço as dificuldades, os truques, as formas mais fáceis, …
Resumindo, não foi fácil estar no terreno. Mas foi muito interessante! Foi a maior escola da minha vida. Teve muitas dificuldades mas também muitas pequenas vitórias. E foram todas essas vivências que me deram direito de opção.