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sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Preciso saber de cor os critérios de auditoria?





Se pretender ter acesso a vídeos sobre a ISO 9001 e os seus requisitos, subscreva o meu canal e informe-me. 

Enviar-lhe-ei link para o efeito.


segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

Programa e Plano de Auditoria

 É muito frequente a confusão entre Programa e Plano de Auditoria.

De acordo com a NP EN ISO 19011:2019 - Linhas de Orientação para Auditorias a Sistemas de Gestão;


PROGRAMA DE AUDITORIA

Preparativos para um conjunto de auditorias (uma ou +) planeadas para um dado período de tempo e com um fim específico.

PLANO DA AUDITORIA
Descrição das atividades e dos preparativos de uma auditoria.
Ou seja; o Programa é o conjunto de auditorias que planeamos para um determinado período de tempo; o Plano é a descrição das atividades e preparativos de cada uma das auditorias incluídas no Programa.
O Programa dá-nos um planeamento geral; o Plano dá-nos uma visão específica para cada auditoria.
O Programa é da responsabilidade da função que gere as auditorias, muitas vezes o/a Gestor/a do Sistema de Gestão; o Plano é da responsabilidade da Equipa auditora mais propriamente do auditor/a coordenador/a.
A periodicidade para a definição do Programa deve estar definida, refere a NP EN ISO 9001:2015 na sua cláusula 9.2 que deve ser " em intervalos planeados".
Anda diz que o programa deve ter em consideração: a importância dos processos envolvidos, alterações que tenham impacto na organização e os resultados de auditorias anteriores.
Quanto ao conteúdo do Programa devem ser seguidos os requisitos da NP EN ISO 9001:2015 e as orientações da NP EN ISO 19011:2019, sendo que os primeiros são obrigatórios. 
A NP EN ISO 9001:2015 refere que deve conter; frequência, métodos, critérios da auditoria e âmbito de cada auditoria, responsabilidades, requisitos de planeamento e reporte.
A NP EN ISO 19011:2019 indica; Objetivos do programa de auditoria; Riscos / oportunidades associados ao programa de auditoria; Âmbito (extensão, limites, locais) de cada auditoria; Calendarização (número / duração / frequência) das auditorias; Tipos de auditoria, como internas ou externas; Critérios de auditoria; Métodos de auditoria a serem empregados; Critérios para seleção dos membros da equipa de auditoria; Informação relevante documentada.

Nesta sequência, cada organização pode escolher o conteúdo que considere adequado desde que garanta o minímo da NP EN ISO 9001:2105.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

E a Certificação, é para toda a Vida?

Pois não, não é. Lamento se o desapontei.

Mas parece que já nada é para toda a vida!!!! 

Gostemos ou não, pelo menos no que se refere a custos, a verdade é que a existência de uma periodicidade para seguimento das Organizações Certificadas é uma boa ideia. 

Caso contrário,.. existiria tendência para diminuir o rigor. 

Mas começando pelo início: A Certificação é obtida através da auditoria de concessão e é válida por três anos. 

No entanto, após obtenção da Certificação as Organizações são regularmente seguidas pelas Entidades Certificadoras. Em circunstâncias normais, são auditadas anualmente, auditoria de acompanhamento, para confirmar se continuam a merecer o diploma

 No final de três anos a Organização é sujeita a uma auditoria com vista à renovação do mesmo, auditoria de renovação. Assim, não se pode sair dos carris... sob pena de ter algum acidente de percurso.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

Certificação o que é?

Obter uma Certificação é obter um reconhecimento independente, emitido através de uma entidade Acreditada(formalmente reconhecida como competente para realizar avaliações da conformidade) para o efeito. Esta certificação reconhece que determinada entidade está em conformidade com determinadas Normas. No caso da Qualidade com a ISO 9001.

A Certificação é a fase e final da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade. Ou melhor, pode não ser. A Organização pode optar por implementar um Sistema de Gestão da Qualidade e não se Certificar.

Partindo do princípio que opta pela Certificação, concluída a implementação do Sistema de Gestão da Qualidade, a Organização deve identificar várias Entidades Certificadoras, analisar condições e vantagens em função da sua realidade e ... submeter-se ao "teste", ou seja à auditoria de Concessão. Esta primeira auditoria tem duas fases.

A maioria das entidades Certificadoras costuma pedir o preenchimento de um questionário através do qual ficam com uma ideia geral da Organização. 

A auditoria é marcada e é chegado o grande dia.

A Equipa Auditora apresenta-se na Organização com o objectivo de verificar se a mesma cumpre ou não com os requisitos da Norma ISO 9001.

Para realizar essa verificação a Equipa Auditora socorre-se de vários métodos desde a entrevista, à verificação de registos, à observação, etc.

No final emite um Relatório onde constam todas as Não Conformidades ou Oportunidades de Melhoria constatadas, um resumo da auditoria, a lista das pessoas entrevistadas/contactadas, etc.

A Organização deve responder a este Relatório no prazo acordado, informando como corrigiu as situações e que medidas tomou ou vai tomar para que não se repitam. Para as situações que não tiverem sido corrigidas de imediato deve também indicar prazo e responsáveis.

Com base nesse Relatório, na resposta ao mesmo e/ou noutra informação objetiva a Entidade Certificadora emite o seu parecer. Se tudo correr normalmente, esse parecer culminará na emissão da Declaração de Conformidade ou seja na Certificação da Organização.

Mas antes disso, há que definir e implementar o Sistema. Uma tarefa muito aliciante...

quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Rigor precisa-se!

 Hoje, no 46º Colóquio da Qualidade, um dos preletores, o português Pedro Alves, ilustre representante da IQNET, referiu-se a uma apreensão que partilho há algum tempo.

Apresentou-a como; "soft auditing" / "soft grading".

Na verdade, não é a primeira vez que este tema é referido por representantes das entidades que gerem estes temas a nível mundial. Há uns anos atrás ouvi o nosso querido Nigel Croft referir que os auditores deveriam trabalhar para credibilizar as certificações.

E, de facto todos os benefícios da implementação de sistemas de gestão cairão por terra no dia que ter uma certificação não crie diferença.

Sim, verdade que as organizações trabalham bem e algumas cada vez melhor.

Mas também a ISO 9001, está cada vez melhor e mais abrangente. Ela inclui requisitos que versam sobre todos os temas das nossas organizações.

Além disso um Sistema de Gestão da Qualidade tem outros requisitos para além dos requisitos da ISO 9001 nomeadamente os requisitos regulamentares e estatutários, os requisitos do cliente e outros que tenham sido definidos pela organização.

Por outro lado, as organizações são compostas por pessoas. A probabilidade de existirem situações não cumpridas existe e é real. O que não é real, especialmente se for muito comum, é que durante uma auditoria inteira não se encontre nenhuma situação de incumprimento de nenhum dos requisitos do SGQ.

Por incrível que a mim me pareça, algumas organizações ficam muito felizes quando tem zero Não Conformidades. Eu sinceramente penso que seria interessante analisar as causas desta ocorrência :).


Para muitas organizações, a ideia de que uma Não conformidade é algo muito negativo, quando na verdade, o que é mesmo negativo é não perceber que essa Não Conformidade existe.

Quando ser certificado deixar de ser sinónimo de rigor e exigência... todos teremos perdido muito.

domingo, 9 de outubro de 2022

É possível formar um auditor interno dentro da própria organização?

 O que é exigido é que esteja definida a competência para os auditores da qualidade internos. É a organização que define a competência, embora seja óbvio que se exija algum bom senso nessa definição. Não faz sentido a título de exemplo dizer que o auditor não precisa ter formação em auditorias - pelo menos é o que me parece :)

A auditoria é, na minha opinião uma das melhores ferramentas de dinamização do seu SGQ e em consequência do seu crescimento e consolidação. Mas se e só se for bem feita. Caso contrário estamos todos a perder tempo.
Aquela coisa de achar que o auditor é uma pessoa que traz uma lista de perguntas e vai picando "sim" ou "não",... não traz mais valia

A resposta a esta questão depende dum conjunto de coisas:
Tenho um formador interno que possa fazer esta formação? Ele (ou ela) fez um curso de auditores? Faz auditorias com regularidade? Tem experiência e conhecimento das normas suficiente para poder transmitir? E da documentação do SGQ? É uma pessoa que possuí as competências comportamentais adequadas?
A resposta depende do que referi no parágrafo anterior e no que tiverem definido como competência mínima para o auditor da qualidade interno.

quarta-feira, 2 de março de 2022

O papel do Auditor da Qualidade Interno

A primeira questão que se coloca é a de saber que resultados se pretendem obter quando definimos um Programa de Auditorias da Qualidade Internas e o executamos. 

Cumprir com as exigências da Norma de certificação? Sim, isso também. Mas isso é um objectivo, que além de pouco ambicioso, tem como resultado a inexistência de mais valias para os vários intervenientes. 

Não me interpretem mal aqueles que na sua boa fé cumprem (e só isso!), com a exigência da norma. Mas... o tempo é demasiado escasso para ser gasto assim. 

Do meu ponto de vista o auditor da qualidade, especialmente o interno, tem que estar para o Sistema de Gestão da Qualidade, e consequentemente para a Organização, como o fermento está para a massa. 

A sua função principal é fazê-la “crescer” de forma sustentada. O papel do Auditor da Qualidade Interno não é detectar Não Conformidades, ou pelo menos não é só este!

É necessário que, no mínimo, seja capaz de:

  • “Vender” aos auditados a importância da Qualidade;
  • “Convencer” os auditados de que o Sistema de Gestão da Qualidade são eles próprios;
  • Esclarecer e informar todos os intervenientes sempre que surjam Não Conformidades ou duvidas quer sobre a Norma de referência quer sobre as metodologias definidas pela Organização;
  • Identificar formas de Simplificar / Rentabilizar as várias actividades/funções.

Como se depreende para conseguir responder a esta necessidade é necessário formação constante, empenho, motivação e muito, muito trabalho!

Mas não é só... falta referir que é necessário um conjunto de competências interpessoais que tornem cada uma das suas actuações em ganhos significativos.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Ser Auditor da Qualidade - Experiência é importante?

Um dia um Director Bancário contou-me a seguinte história:

É interessante a evolução que vemos nos nossos clientes. Umas positivas outras negativas. Tenho um cliente que conheço há muitos anos. Hoje é um senhor com grandes propriedades e com bastante dinheiro. Mas já houve tempo que vinha ao banco pedir desesperadamente que lhe emprestássemos dinheiro.Um dia destes fui visitá-lo. Estive um bom bocado à conversa com ele.

A certa altura disse-lhe:
- O Sr., de facto já passou muitas dificuldades... mas felizmente hoje está bem. Já houve tempo, que eu discutia consigo se lhe emprestava ou não dinheiro, agora é o sr. que negoceia comigo para obter o melhor rendimento do seu dinheiro...
- sim é verdade,... agora a situação é diferente, mas já foi bastante difícil. Tive bastantes dificuldades, mas o pior de tudo foi o curso

Este Director que pensava saber que o referido cliente não tinha ido à universidade, perguntou com espanto:
-Qual curso? não sabia que era formado.
- o da vida, caro senhor. O curso da vida! Primeiro que eu aprendesse a fazer bem as coisas , a tomar as melhores decisões, a saber o que fazer em cada situação... fiz muita asneira antes...

Aparentemente não estou a falar de Auditorias... ou talvez esteja!


Se quisermos ser bons auditores precisamos ter:
  • formação na Norma de referência , a NP EN ISO 9001,
  • formação sobre auditorias Qualidade(aconselhável; 40h),
  • Experiência / conhecimento de como funcionam as organizações,
  • e experiência profissional na área da qualidade e em auditorias da qualidade(o curso da vida),
  • comportamentos e atitudes adequadas
E, não querendo desiludir, sem as três ultimas condições é muito dificíl ser bom auditor. É necessário ir ao terreno, fazer muitas asneiras, cair e levantar muitas vezes,... no fundo aprender... sem isso só vai poder fazer perguntas e ouvir respostas. E isso... pouco tem a ver com conduzir auditorias!
.
Já as restantes, adquirem-se facilmente em qualquer empresa de formação.

domingo, 28 de junho de 2020

Inspeção | Auditoria

Para falar desta diferença, no caso da auditoria, vou referiri-me à auditoria da qualidade, ISO 9001.

Muitas vezes se fala que Auditoria é diferente de Inspeção. E é. Mas quais são as diferenças então?


A melhor forma de encontrar uma resposta fiável é consultar a NP EN ISO 9000:2015 - Fundamentos e Vocabulário. 


Vou aproveitar para exemplificar, com detalhe, a forma de analisar a NP EN ISO 9000 - Fundamentos e Vocabulário para a definição "inspeção".

Para Auditoria, farei a análise com menos detalhe. Se achar importante, poderá fazer o mesmo para a definião "Auditoria".


Vamos então a Inspeção.


3.11.7 Inspeção: Determinação (3.11.1) da conformidade (3.6.11) face a requisitos (3.6.4) especificados.


Se procurarmos os significados referidos nesta definição teremos:


3.11.1 Determinação: atividade que visa identificar uma ou mais características(3.10.1) e seus valores característicos.

                            3.10.1 Elemento diferenciador


3.6.11 Conformidade satisfação de um requisito


3.64. Requisito necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória

Se juntarmos a totalidade das definições podemos  então dizer que;  Inspeção é a atividade que visa identificar um ou mais   elementos diferenciadores e seus valores característicos, face à  satisfação de uma necessidade ou expectativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória,  especificada.

Se quisermos traduzir para uma linguagem mais comum a inspeção é o ato de identificar se aquilo que inspecionamos possuí as características especificadas. 

É muito comum e desejável (até diria obrigatório) que a pessoa que inspecciona tenha um documento (físico ou digital) onde estejam identificadas todas as características especificadas para aquilo que inspeciona e que registe os resultados obtidos. 

A imagem que anexo não é de nenhum produto ou serviço concreto e nem tive
muita preocupação com o seu formato ou aspeto,  é só para deixar uma ideia.
Neste documento estariam listadas as características a inspeccionar, nalguns casos com campos para colocar os valores obtidos. Está preparado para que o OP (Operador de Produção) faça uma primeira Inspeção (a 100%) e no mesmo documento o IP(Inspector) poderá registar ao lado os itens que inspeccionar (por Amostragem). Claro que deve estar definido quais os itens a verificar na amostragem.

Há quem chame a este documento Plano de Inspeção, mas também há quem lhe chame auditoria, Lista de Verificação de Auditoria ou algo assim. E só o nome pode gerar equívocos. 



Vamos agora a auditoria. 

3.13.1 Auditoria Processo (3.4.1) sistemático, independente e documentado para obter evidência objetiva (3.8.3) e respetiva avaliação objetiva, com vista a determinar em que medida os critérios da auditoria (3.13.7) são cumpridos.


Como referi, nesta situação não vou explanar aqui todas as definições dos pontos indicados entre parêntesis, mas proponho-lhe que o faça para ficar ainda com mais informação.
Neste caso, vou antes referir o que me parece mais importante nesta definição.

 ... sistemático, independente e documentado...  traduzindo para linguagem muito simples, a auditoria é um processo que ocorre com regularidade. Na verdade é algo que deve estar planeado ao longo do tempo,num Programa de Auditorias. Fica também clara a necessidade de independência e de ser documentado. Não é suposto que o/a auditor/a possa auditar o seu próprio trabalho ou qualquer outra coisa da qual ele/a, por qualquer motivo, não seja independente. 

... avaliação objetiva... Em auditoria não usamos "achómetro". Baseamos-nos em critérios de auditoria e em evidências observadas.

... em que medida os critérios da auditoria...  só referir que critérios de auditoria incluem desde as políticas aos procedimentos, aos requisitos do cliente, requisitos legais associados ao produto ou serviço que a organização produz, a tudo aquilo que defina uma regra. Para ser mais precisa, um requisito.

A auditoria verifica todas as outras orientações que permitem a gestão da organização. Verifica por exemplo se a forma definida para realizar as inspeções está a ser cumprida e se essa forma contribui para assegurar a conformidade do produto ou serviço e a melhoria contínua do Sistema de Gestão da Qualidade.

Enquanto a inspeção é realizada sobre algo muito específico e observa características de algo (normalmente produto ou serviço) a auditoria normalmente é bem mais abrangente. Não se limita a verificar especificações. Aliás não é o seu objetivo verificar especificações.  Verifica critérios de auditoria que podem incluir desde as normas de referência à legislação, à informação documentada interna (manuais, procedimentos, instruções), entre outros critérios.

É importante referir que nem sempre cada auditoria abrange a totalidade do SGQ porque as auditorias podem ser parciais mas, no seu conjunto, devem incluir a totalidade do SGQ, verificando desde atividades de gestão, às atividades de gestão de recursos, atividades operacionais e melhoria.

Auditoria é algo que exige um leque de conhecimentos muito, muito abrangentes, pois a abrangência do que precisa verificar um auditor é enorme. Só para tentar  ser  mais clara;  os requistos da NP EN ISO 9001 versam sobre as atividades da gestão da organização mas também sobre as atividades dos recursos humanos, da  manutenção, da calibração, atividades comerciais, de compras, de tratamento de não conformidades, análise satisfação de clientes.... 

Ter conhecimentos suficientes para conseguir entender tudo isto e acima de tudo para entender as interações entre cada um destes conjuntos de atividades, só por si já é um grande desafio. só que os requisitos da NP EN ISO 9001 são só um dos critérios de auditoria...

É um mundo ... e por isso também facilmente se deduz que embora o objetivo duma auditoria seja verificar a conformidade, dificilmente conseguimos auditar com rigor a totalidade do âmbito dum SGQ sem encontrar NC's.

E acreditem que não gosto de andar à caça de NC's, só que a abrangência é tão grande .... e as atividades são realizadas por pessoas,... diz-se por aí que pessoas são falíveis...


Nota: Em Portugal, as Normas relativas a Sistemas de Gestão da Qualidade   devem ser adquiridas junto do Instituto Português da Qualidade.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ainda sobre documentação

Está quase a fazer um ano que pela primeira vez tive problemas porque o auditor da Entidade certificadora teve uma atitude um pouco... inesperada. No minimo bem diferente do que considero adequado.

Como acabei de escrever sobre documentação, lembrei-me dum dos seus comentários e achei que deveria partilhar.

Perante a análise de vários registos de Não Conformidade o Sr. Auditor comentou que o Gestor da Qualidade parecia um homem da pré-história porque possuía muitos documentos em papel e muitos registos manuscritos. E acrescentou que ao dia de hoje, deve estar tudo à distância dum clique. Aliás esta expressão foi repetida dezenas de vezes durante toda a auditoria.

Uma boa parte dos colaboradores da referida organização nem sequer tinha acesso a computador...:) e a sua escolaridade andava entre o saber ler e o 12º ano.

Fico-me pelo relato. Prefiro nem comentar.



segunda-feira, 19 de abril de 2010

Relatórios de Auditoria

"
Olá, eu sou a Oury, moçambicana, de 23 anos. Não sabia da existência deste site, e procurava algo relacionado com qualidade dos relatórios de auditoria em Moçambique, que é o mntar eu tema de defesa. Eu não sei se poderiam me ajudar a encontrar material para este tema. Por favor, toda pequena ajuda já é uma ajuda!


Melhores cumprimentos "



Olá Oury,

Sobre os relatórios de auditoria em Moçambique não sei dizer nada. Com muita pena minha nunca estive lá. Mas penso que não sejam muito diferentes.

Assim em termos gerais o que posso acrescentar é que os Relatórios de Auditoria devem seguir o definido para o efeito na Norma ISO 19011:2003.

Como sabe as Normas, por serem de reprodução proibida não posso disponibilizar.

Assim de uma forma muita resumida a referida Norma refere que um relatório de auditoria deve conter no mínimo:
- objectivo/s da auditoria
- âmbito
- identificação do cliente da auditoria
- data/s e local/is
- identificação da equipa auditora e dos seus papéis
- critérios da auditoria
- constatações (NC's, Oportunidades de Melhoris,...)
- conslusões da auditoria

podem(e normalmente incluem) ainda incluir outros elementos a título de exemplo:

- lista dos entrevistados
áreas não cobertas, embora previstas no plano
- opiniões divergentes, não resolvidas
- declaração de confidencialidade
- ...

Se está a desenvolver trabalho sobre esta temática o melhor mesmo é consultar a Norma. Em qualidade, nada é por acaso ou simplesmente porque sim.

Bom trabalho.


Quanto à

segunda-feira, 9 de março de 2009

Gestão de Topo

Uma leitora enviou-me algumas questões sobre a Gestão de Topo. Vou mais uma vez partilhar.

Trata-se duma Organização que possuí uma Direcção Geral e abaixo desta, um Director Executivo e logo a seguir em posição de staff a Qualidade. Retirei a linguagem que identifica o sector da Organização, por motivos que se entendem. As questões são as seguintes:

1 - A Gestão de TOPO é a D. Geral?Se assim for, quem deve responder (em auditoria) pela Direcção Geral da Organização? O presidente!?
2 - Na reunião de abertura têm que estar todos presentes!? Todos!?Quem responde perante os auditores no que diz respeito às Responsabilidades da gestão de topo!? 3 - Os doc que se seguem, devem ser aprovados pela DGOrganização! Se esta for considerada a Gestão de topo!!- Estatutos- Regulamento interno- Manual da Q- Politica da Q- Organograma- Objectivos de gestão- Lista de fornecedores
- Existe mais algum!?
Opinião/resposta:

Questão 1
Se consultarmos a NP EN ISO 9000:2005 - Sistemas de Gestão da Qualidade. Fundamentos e Vocabulário, encontramos o seguinte:
Gestão de topo: Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização ao mais alto nível
Na teoria, a Gestão de topo deveria ser a Direcção Geral. Na prática, por vezes, esta decisão não é fácil. A NP EN ISO 9001:2008, define que todo o ponto 5 é da responsabilidade da gestão, como aliás diz o próprio título.

Logo no 5.1 refere que a gestão de topo deve evidenciar comprometimento no desenvolvimento e implementação do sistema de gestão da qualidade e na melhoria continua da sua eficácia. Se consultarmos a NP EN ISO 9004:2000 no mesmo ponto chegaremos à conclusão que à gestão de topo são sugeridas um conjunto de actividades que tem tanto de interessante como de abrangente.

Se a Direcção Geral for um órgão presente no dia-a-dia da organização, não existe dúvida, esta não só deve ser considerada a gestão de topo, como facilmente evidencia o seu comprometimento.

Mas...nem sempre assim é. Por vezes a Direcção Geral é um órgão ausente que delega a direcção e controlo da Organização num Director Executivo, como me parece ser o caso. E assim sendo, quem toma as decisões e está presente no dia-a-dia é o Director Executivo.

Isso será motivo para que a Direcção Geral não seja capaz de evidenciar o seu envolvimento e de cumprir com todas as obrigações previstas no ponto 5?

Pois tudo depende do interesse que tiver no tema. Se o achar suficientemente relevante, não só consegue como vai querer cumprir. Obviamente com o apoio incondicional do responsável da Qualidade.

Costumo dizer nas minhas acções de formação que uma das responsabilidades do Gestor da Qualidade é levar os outros pela mão. E dentro desses outros, também está a gestão de topo.

Os mais altos responsáveis das várias organizações, não têm obrigatoriamente que conhecer o conteúdo nem a linguagem das normas relativas a sistemas de gestão da qualidade. Pelo menos numa fase inicial. Faz parte da nossa função (os profissionais da Qualidade) descodificar essa linguagem e apoiar na sua implementação. Se o fizermos, na maioria das situações, eles vão ser capazes!

Claro que existem situações em que, mesmo levando pela mão,... não é possível por motivos vários. Ou porque a pessoa/s não está sistematicamente, ou porque somente ocupa o lugar no organograma, mas delega tudo o resto noutra pessoa, ou,...

E se assim for,... parece-me aceitável e até desejável que se defina como gestão de topo a pessoa ou grupo de pessoas que efectivamente dirige e controla a organização. De facto só essa pessoa conseguirá demonstrar genuinamente o seu comprometimento.

Questão 2Se consultarmos a NP EN ISO 19011:2003 - Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da qualidade e/ou de gestão ambiental, no ponto 6.5.1 diz: "... que seja realizada uma reunião de abertura com a gestão do auditado ou, quando aplicável, com os responsáveis pelas funções ou processos a auditar. "
Independentemente do que nos possa referir esta norma, mais uma vez tudo depende. Eu entendo que uma das formas de evidenciar comprometimento é estar presente nos momentos mais relevantes. Será a Qualidade uma área relevante? Será a auditoria e o seu resultado um momento importante para a organização? Se a resposta for sim, então deve estar representada a organização ao seu mais alto nível: Direcção Geral, Director Executivo e até outros Directores ou donos de processos.
Numa das organizações que fazem parte da minha vida, temos o hábito de fazer um género de escala para o seguimento da auditoria. Na reunião de abertura estão presentes o gestor de topo, os Directores e o Gestor da Qualidade. A partir está sempre presente o Gestor da Qualidade e um Director alternadamente.

Na parte que se refere à gestão de topo responde por ela quem estiver identificado como tal. A não ser que exista alguma situação que justifique algo diferente.

Questão 3
Nem todos os documentos que refere são obrigatórios de acordo com a NP EN ISO 9001:2008. De qualquer forma, parece-me que a existirem devem ser assinados pela gestão de topo. Exceptua-se a lista de fornecedores que pode ser assinada pela pessoa responsável por compras/fornecedores.

Não sei se a pergunta “existem mais?”, se refere a mais documentos a assinar pela gestão de topo ou a mais documentos necessários ao SGQ.

A assinar pela gestão de topo, depende das regras que definirem sobre documentos. Em algumas organizações a gestão de topo assina os Procedimentos a que a Norma obriga. Se for o caso, falta isso.

Os documentos obrigatórios para o SGQ, como sabe, são: politica e objectivos da Qualidade, Manual da Qualidade, Procedimentos documentados e registos requeridos por esta norma e outros que a organização considere necessários

E pronto, espero ter contribuído para o esclarecimento.

domingo, 16 de dezembro de 2007

As auditorias da Entidade Certificadora (de 3ª parte)

À auditoria externa da Entidade Certificadora não poderei referir-me do ponto de vista da sua realização nem tão pouco das qualificações e competências exigidas aos auditores. Sobre isso é suficientemente clara a norma NP EN ISO 19001:2003 - Linhas de Orientação Auditorias a Sistemas de Gestão da Qualidade e/ou Gestão Ambiental.

Vou referir-me somente à forma como eu a vejo. Para mim a auditoria da qualidade Externa, entenda-se da entidade certificadora, tem dois objectivos fundamentais:

  • verificar, aferir da conformidade do Sistema;
  • reforçar o papel da auditoria interna.

No que toca a este ultimo ponto ele é especialmente importante na resolução das Não Conformidades cuja complexidade impede a sua resolução rápida.

Para mim os auditores externos são aliados que reforçam a defesa dos nossos interesses. Sempre que existem assuntos de difícil implementação tenho por habito solicitar ao auditor externo que os aborde.

É verdade que normalmente lhe indico a “oportunidade” de encontrar Não Conformidades mas ganho também um aliado, neste caso de peso, na defesa dos interesses da Organização.