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quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Rigor precisa-se!

 Hoje, no 46º Colóquio da Qualidade, um dos preletores, o português Pedro Alves, ilustre representante da IQNET, referiu-se a uma apreensão que partilho há algum tempo.

Apresentou-a como; "soft auditing" / "soft grading".

Na verdade, não é a primeira vez que este tema é referido por representantes das entidades que gerem estes temas a nível mundial. Há uns anos atrás ouvi o nosso querido Nigel Croft referir que os auditores deveriam trabalhar para credibilizar as certificações.

E, de facto todos os benefícios da implementação de sistemas de gestão cairão por terra no dia que ter uma certificação não crie diferença.

Sim, verdade que as organizações trabalham bem e algumas cada vez melhor.

Mas também a ISO 9001, está cada vez melhor e mais abrangente. Ela inclui requisitos que versam sobre todos os temas das nossas organizações.

Além disso um Sistema de Gestão da Qualidade tem outros requisitos para além dos requisitos da ISO 9001 nomeadamente os requisitos regulamentares e estatutários, os requisitos do cliente e outros que tenham sido definidos pela organização.

Por outro lado, as organizações são compostas por pessoas. A probabilidade de existirem situações não cumpridas existe e é real. O que não é real, especialmente se for muito comum, é que durante uma auditoria inteira não se encontre nenhuma situação de incumprimento de nenhum dos requisitos do SGQ.

Por incrível que a mim me pareça, algumas organizações ficam muito felizes quando tem zero Não Conformidades. Eu sinceramente penso que seria interessante analisar as causas desta ocorrência :).


Para muitas organizações, a ideia de que uma Não conformidade é algo muito negativo, quando na verdade, o que é mesmo negativo é não perceber que essa Não Conformidade existe.

Quando ser certificado deixar de ser sinónimo de rigor e exigência... todos teremos perdido muito.

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Qual é afinal o significado do conceito Qualidade?

"
... Esta é uma questão a que a maioria das pessoas não sabe responder com rigor. 

Acredito no entanto que, apesar de a maior parte das pessoas não a saber definir correctamente, sabe identificá-la quando a vê ou sente. 

A este propósito, vou partilhar agora consigo uma pequena história… 

Eu nunca fiz parte daquele grupo de mulheres que arquiva no sótão, na garagem ou atrás da porta da casa de banho, uma imensidão de pares de sapatos e equiparados, que às vezes nem conseguem lembra-se daqueles que efectivamente têm. Gosto, no entanto, de ter os necessários e, acima de tudo, aqueles onde os meus pés se sintam confortáveis, o que, refira-se, não é fácil, especialmente em épocas em que se usam bicudos e estreitos e onde dificilmente entram pés como os meus (de plebeia).

Quando necessito de comprar um novo par, experimento sapatos e mais sapatos. As senhoras que me atendem esforçam-se (às vezes!!! …) por manter um sorriso mas, a pose cai totalmente quando, depois de experimentar dez pares digo: “Desculpe mas não vou levar, não gosto de os sentir no meu pé!...” 

No verão passado fiz uma romaria deste género à procura de sandálias. Depois de percorrer n cidades e x, y e z sapatarias lá encontrei umas que me agradaram. A senhora da loja fez questão de me dizer que com aquelas sandálias parecia ter pé de princesa e que ela própria trazia umas iguais calçadas. Eram, segundo as suas palavras, super confortáveis e resistentes. Comprei as sandálias plenamente convencida de que tinha feito uma grande aquisição. 

Calcei-as no dia seguinte. A manhã correu normalmente e eu estava encantada com elas. Eram extremamente confortáveis e, de facto, o meu pé nem parecia meu... Mas este encanto foi sol de pouca dura. Quando regressava do almoço, à saída do restaurante, o salto de uma das sandálias partiu-se. Nem queria acreditar! Completamente novas! Como a sapataria era distante peguei nas sandálias e levei-as ao sapateiro mais próximo. 

Depois do seu conserto voltei a calçá-las. E eis que, novamente à hora de almoço (!!!), parte-se o salto da outra sandália. Se da primeira vez não queria acreditar, agora não sabia mesmo como expressar os meus sentimentos!... 

 De facto, eu não disse à vendedora que queria umas sandálias para trazer o dia inteiro ou cujo salto tivesse resistência suficiente para se poder fazer um pequeno percurso. Não me pareceu que fosse necessário. Está implícito, eu diria mesmo ser obrigatório, que um par de sandálias consiga resistir a passeios a pé por um período superior a um dia... Eram de facto confortáveis e esteticamente muito agradáveis, mas não conseguiram responder ao que eu esperava delas, o que, no caso, nem sequer era nada de especial relativamente ao que qualquer pessoa exigirá quando compra um par de sandálias. 

Resumindo: podiam ter várias qualidades mas não tinham qualidade, pois não respondiam às minhas “… expectativas … implícitas…” logo, para mim, não tinham Qualidade. "

A definição constante da NP EN ISO 9000:2015 vem confirmar o que acabo de dizer:
Qualidade: Grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas de um objeto.

Se procurarmos na mesma Norma a definição de requisitos e características vamos encontrar:
Requisito: necessidade ou expetativa expressa, geralmente implícita ou obrigatória,

e
Característica: elemento diferenciador. | Objeto: Qualquer coisa percetível ou concebível.

donde:

Qualidade: Grau de satisfação de necessidades ou expetativas expressas, geralmente implícitas ou obrigatórias, dado por um conjunto de elementos diferenciadores intrínsecos de qualquer coisa percetível ou concebível.

Obviamente, o grau de satisfação referido na definição é o grau de satisfação do cliente. E será tanto maior quanto maior for o número de elementos diferenciadores intrínsecos ao produto ou serviço adquirido, que corresponda ou ultrapasse aquilo que o cliente esperava.

... Como já referi, gosto de comparar os Sistemas de Gestão da Qualidade e os seus requisitos com a vida.

Será que  Qualidade é um conceito que se pode aplicar às relações amorosas? Será que existe uma forma de identificar se uma relação amorosa tem qualidade ou não?

... continua.

Lurdes Antunes, Qualidade para Principiantes 3ª edição, Edições Sílabo, 2019



Nota: Em Portugal, as Normas relativas a Sistemas de Gestão da Qualidade devem ser adquiridas junto do Instituto Português da Qualidade.

sábado, 20 de junho de 2020

A história da minha máquina de escrever



A história da minha máquina de escrever, é uma história que costumo contar nas minhas sessões de formação.

Responde à pergunta: Porque é que é difícil manter Sistemas de Gestão da Qualidade a funcionar sistematicamente bem?

Torne-se seguidor do blog e receberá como oferta o link do vídeo.

De seguida deixo as imagens que costumo usar como suporte à apresentação da história.


sábado, 16 de março de 2013

Nem tudo o que é Qualidade vem na NP EN ISO 9001

Ao acordar, espreguice-se e sorria ao nascer do sol. Escolha a roupa e acessórios de acordo com o tempo e com o programa do dia e prepare-se para mais uma jornada. Confie, pois, aconteça o que acontecer, serão sempre aprendizagens
 Confiar é qualidade


 Repare nas pessoas que consigo se cruzam e manifeste-se feliz por isso. Cumprimente-as e esboce-lhe um sorriso.
 Ser educado e agradável para com os outros é qualidade


 Mantenha as suas coisas arrumadas e limpas. Quando as usar trate-as com cuidado e deixe-as organizadas de tal forma que, em futuras utilizações, se encontrem em bom estado e possam ser facilmente localizadas.      ·
 Ser organizado é qualidade


 Nao deixe que “estraguem o seu dia” ou até a sua vida, com informações incompletas e ou infundadas, vulgo “conversas de corredor”. Seja selectivo na análise do que ouve e se necessário reúna mais dados. Ouça factos, ignore suposições, ironias e deduções.
 Ser objectivo a ouvir e justo avaliar é qualidade


Quando alguém lhe pedir que lhe ensine a desenvolver uma actividade, não hesite em fazê-lo. Explique, fundamente, exemplique mas não a execute por quem pede.
Fazer os outros crescerem é qualidade


Seja um “Profissional de mão cheia” mas não deixe de ter tempo para se alimentar, cuidar da sua casa, ou simplesmente para andar um pouco a pé. Não existe nenhuma actividade que não possa (e deva) esperar pela reposição da sua energia.
Respeitar as suas necessidades é qualidade


Prepare-se para os seus compromissos considerando sempre que eles estão marcados 15 minutos antes, pois assim prepara-se para imprevistos e evita atrasos.
Ser pontual é qualidade.


Estude com seriedade os assuntos que tiver que defender perante os outros. Reuna informação e fundamente a sua opinião. Não seja um papagaio debitando teorias e ideias que não são suas. 
Ter opinião própria e fundamentada é qualidade


Nao assuma compromissos que não pode cumprir, só para deixar os outros felizes ou impressionados. Muito menos o faça em nome de outros colegas ou da sua empresa. Se não cumprir uma única vez, quebra, efinitivamente, confiança que levou anos a conquistar.
 Falar verdade é qualidade


Preocupe-se com o seu sucesso profissional mas não ignore a familia os amigos. No fim de contas são eles que estão lá quando a actividade profissional cessa por qualquer motivo.
 AMAR A FAMiLIA E OS AMIGOS é qualidade

quinta-feira, 26 de março de 2009

Estagio oferece-se...

Caros (ex)Formandos,
Um dos meus clientes procura um(a) estagiário(a) para desenvolvimento de um projecto no âmbito da Qualidade.
Principais características pretendidas:
- jovem recém-licenciado(a) preferencialmente em engenharia electrotécnica,
- pós-graduação ou formação com duração equivalente, na área da qualidade,
- disponibilidade para deslocações e ...
- muita vontade de trabalhar...
Não me consigo lembrar de todos(as) de forma a identificar estes requisitos e a contactar-vos directamente.
Por isso, quem estiver interessado, pode enviar CV para mim. Farei chegar ao destino.
Ah,... mas,... tudo indica que o(a) feliz contemplado(a) vai ter que trabalhar comigo... só para que não desistam assim que se apercebam disso... :)

terça-feira, 15 de julho de 2008

comunicar, explicar, entender...

Estive na Póvoa do Lanhoso no primeiro fim de semana de Julho. Para variar a partilhar algumas ideias com algumas pessoas que tiveram a amabilidade de marcar presença.


Uma primeira partilha sobre Padrões e Indicadores, uma segunda sobre a Qualidade na prestação de serviços sociais e da saúde(Seminário).


Tudo normal até aqui. No entanto, agora partilhar o que me pareceu relevante.


Um primeiro apontamento para referir que um Instituto (Instituto Superior da Saúde do Alto do Ave) que inclui no programa de uma pós-graduação em Gestão de Organizações Sociais e da Saúde, o módulo Gestão da Qualidade só pode ter todo o meu apreço. Fica registado. E como se não bastasse receberam-me de uma forma extraordinária. Obrigada.


Um segundo para deixar uma mensagem a todos os leitores que trabalham em áreas onde, tradicionalmente a qualidade não era uma preocupação.

Como sabem tenho realizado alguns trabalhos para este tipos de organizações. A principal dificuldade que encontro é que consigam admitir que os utilizadores dos seus serviços são clientes.

Oiço frequentemente o argumento: "... mas nós não podemos satisfazer as expectativas dos clientes porque eles não sabem o que está certo..."

Pois bem, ... este é muitas vezes um bom argumento para que não se mude nada. Usado em excesso, pode impedir-nos de encontrar e implementar melhorias!

Deixem-me pegar por exemplo no caso dos profissionais da saúde. Vou pegar num exemplo que conheço muito bem. A minha mãe tem problema de artroses em estado muito avançado. Os vários médicos de família que foi tendo ao longo do tempo sempre lhe foram receitando alguns comprimidos para redução da dor. Mas com o passar dos anos foi piorando e o médico de família propôs que fosse operada, tendo por isso dado entrada nas famosas lista de espera. Como a dita lista não reduzia tentei identificar um bom ortopedista e levei-a lá.

A primeira coisa que este médico-ortopedista fez foi vir receber a minha mãe à entrada da porta do consultório, cumprimentá-la e apoiá-la para que andasse mais facilmente até à cadeira que estava à frente da sua secretária.

A partir daqui começou a falar com ela como se nada mais importasse à sua volta, fez o seu diagnóstico e foi explicando a cada passo. Exemplificou com os mini-esqueletos (perdoem os leitores da área da medicina, provavelmente não de diz mini-esqueleto) que existiam no consultório porque razão o joelho lhe doía e por fim explicou-lhe as vantagens que poderia obter se fosse operada. Informou-a também dos locais onde a poderia operar através de alguns dos acordos e disse-lhe que se não optasse por ser operada existiam ainda alguns medicamentos que poderiam melhorar a sua qualidade de vida.

A minha mãe estava completamente surpreendida: o médico estava preocupado com ela, explicava-lhe as coisas na linguagem dela,... ela(que à data teria 60 e poucos anos!) nunca tinha tido um médico assim...

Optou por não ser operada ( não tem ADSE nem nada equiparado e a título particular...). Ficou à espera da dita lista. Quando finalmente a chamaram ela foi a uma primeira consulta e voltou de lá decidida.

- Não filha, eu não vou ser operada.

- Então porquê? Já anda com tantas dificuldades... vai ficar muito melhor.

- Se fosse pelo meu ´"medicozinho" agora este. Parecia um sapateiro! Nem olhou para mim... Ele nem tocou no meu joelho!

O que fez a diferença não foi a competência técnica do segundo médico. Isso não está em causa!.

Mas a verdade é que a minha mãe continua a não querer ser operada(embora hoje já ande bastante mal; já passaram mais uns anos).

O motivo? este segundo médico não satisfez as suas expectativas. Não porque não tenha realizado bem a operação(até porque não a fez!) mas porque não soube relacionar-me com o paciente. Não soube falar, explicar,... enfim olhar para quem estava à sua frente como uma pessoa com sentimentos, receios, medos e dores!

Satsifazer as necessidades dos clientes é possível também na saúde e nas organizações sociais, assim os seus profissionais tenham a capacidade de comunicar, explicar, entender,...

quarta-feira, 25 de junho de 2008

Participe! Todos podemos ganhar com isso.

Parece que as ultimas mensagens não cumprem com o objectivo deste blog: partilhar ideias sobre a temática da Qualidade.


Ou talvez cumpram, este conceito,... desculpem se exagero, é quase como Deus; está em todo o lado.

O toni nos seus comentários deu-me o mote para mais um desabafo... e para mais uma partilha sincera.

A Qualidade é um tema que me faz experimentar sentimentos tão diversos como: frustração, tristeza, alegria, paixão,... enfim tudo depende de como e onde a trato...

Neste blog, já um dia lhe falei "desta vida de Gestora da Qualidade..." Hoje falarei da Qualidade de uma forma mais geral.

Penso que ninguém tem dúvidas sobre a importância da mesma. Também penso que a maioria dos gestores compreende a importância de a implementar nas suas Organizações.

O problema...é que também me parece(desculpem se me engano) que a maioria acha que pode fazer isso contratando um consultor e entregando-lhe essa tarefa. Ou que o pode fazer somente empenhando-se.

E esta parte... até que me dava jeito que assim fosse, sempre vendia mais, mas... esta actividade precisa de envolvimento total. Empenho não basta! Penso que sabe a diferença entre envolvimento e empenho... A galinha empenha-se para nos dar os ovos, mas o porco envolve-se mesmo para nos dar os bifes.
Se quer fazer um trabalho com valor acrescentado, pode contratar um consultor(ou não!), mas envolva-se e coloque-se no papel de quem quer aprender tudo... caso contrário... vai precisar do consultor para o resto da sua vida e as mais valias para a sua empresa serão escassas. E as pessoas que contratar para trabalhar nesta área..., vão sentir que não vale a pena.
As mais valias surgem á medida que a gestão da Qualidade esteja interiorizada no dia a dia da sua Organização e à medida que dominar os seus conceitos e exigências.
Se para isso este blog puder ser útil, não hesite em tornar este debate mais enriquecedor.
Tem razão toni, ainda não nos interessamos o suficiente pelo tema(ou pelo menos não tanto como eu gostaria), senão este blog estaria cheios de pessoas a partilhar coisas e/ou a tirar dúvidas.
Mas,... vamos semeando. Não acredito que o vento consiga levar todas as sementes.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

QUALIDADE PARA PRINCIPIANTES


18 de Setembro de 2007
Nesta data foi apresentada ao público um projecto que iniciei há um ano atrás - a realização de um livro que de forma simples explique o que é isso da Gestão da Qualidade.
Para o efeito utilizo exemplos do dia a dia de cada um de nós, tais como a ida ao cabeleireiro, à costureira, a realização de um jantar, etc.
Os destinatários deste livro são aquelas pessoas que não dominando o tema desejam saber algo a seu respeito na sua própria linguagem.
Se lhe passou pela cabeça implementar um Sistema de Gestão da Qualidade na sua Organização e não sabe como fazê-lo... pode começar por ler este livro. Acredite que vai ajudar.