terça-feira, 15 de setembro de 2009

Motivação

Cara Lurdes,venho chatear mais uma vez... Bem o curso já acabou e agora é vida real, as expectativas eram muito grandes e quase desvaneceram... Só quase. Estou numa organização onde reinam os velhos hábitos do funcionalismo público, apesar de já não ser, os processos e procedimentos estão elaborados... até dá gosto de ver, mas na prática, absolutamente nada acontece, a minha chefe está esgotada e frustrada e vê-se muita desmotivação e desdém acerca da implementação do sistema. Não sei muito bem por onde começar. Vou tentar a área dos recursos humanos, pois é fulcral o envolvimento de todos. Seu que não há pó mágico, nem receitas milagrosas, mas umas palavrinhas suas dão sempre um reforço positivo. Alguma sugestão? São todas bem vidas.Beijos grandes e muito sucesso
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Olá linda,
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Não me chateia nada. Gosto de saber noticias das pessoas com quem me cruzo.
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Pois é... como se costuma dizer, nós só somos necessários porque existem coisas para fazer. Claro que por vezes gostaríamos de ocupar o nosso tempo a fazer coisas mais interessantes do que lutar contra "velhos hábitos"... Infelizmente isso também faz parte da nossa função. E é uma actividade absolutamente necessária.
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Como sabe muitas organizações ainda não olham para a qualidade como sendo o "retrato" do seu dia a dia. Olham para ela como um certificado que pretendem ter afixado na parede, uma bandeira que querem expor ao publico,... Muitas vezes até pensam que isso é algo que se obtém como ir tirar um certificado às finanças a uma qualquer conservatória. É só pedir o certificado, pagar a taxa e já está.
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Nestas circunstâncias a primeira dificuldade é mudar este pensamento. Primeiro em quem dirige a organização e depois a todos os outros.
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E essa tarefa não é simples. Nem pouco mais ou menos.
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Esta mudança de pensamento exige acção e acima de tudo exige que os "modificados" mudem mesmo! Mudem a forma de agir, as regras da organização, a forma como avaliam, a forma como tratam os clientes, a própria estrutura da organização,... e mudar é uma das coisas mais complicadas... antes de mais porque é necessário que o próprio tenha noção da necessidade e queira.
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Como dizia no texto anterior, uma coisa muito importante é demonstrar quais os ganhos que decorrem da implementação do sistema de gestão da qualidade.
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Para isso pode seguir algumas das sugestões do texto anterior. Espero que obtenha resultados.
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Mas se ainda assim não conseguir,... não desanime. Os profissionais desta área precisam ter sempre SERENIDADE para aceitar as coisas que não pode mudar, CORAGEM para mudar aquilo que é capaz e SABEDORIA para ver a diferença.
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Caso contrário,... correm o risco de ter muitas depressões. E nada justifica isso.
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Por isso, faça o seu melhor em todas as circunstâncias, mas saiba ver a diferença!.
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Beijos e sempre

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Renovação SGQ

Devo começar por a elogiar pela sua "paixão pela qualidade".
Descobri por acaso o v/site, quando navegava "sites" sobre temas da Qualidade e, ainda bem, dou-vos os parabéns, a informação disponível é muito completa e sem dúvida muito profissional, agora que vos descobri, tenho o v/site nos meus "favoritos" e faz parte do meu diário de trabalho, consultar para ver mais novidades e também tirar exemplos que me são úteis.
Sou RQ desde 2001, adoro o serviço que faço mas, nos primeiros anos após implementação do SGQ, tudo era novidade, os colaboradores contribuiam, entendiam que o Sistema era como uma norma da Empresa e tinha que ser cumprido, quando viam a RQ a fazer auditorias fiocavam ansiosos em saber se estava tudo bem, se não haviam não-conformidades, etc.,agora, e já algum tempo, o SGQ entrou em monotonia, já não há motivação, é sempre a mesma coisa... eu própria tenha dificuldades em criar incentivos para melhoria, as fichas de melhoria já passaram a história, se há uma ou outra constatação, sem gravidade,claro, não passa do "famoso registo" sensibilização do colaborador, etc, resumindo, parece que o resultado do SGQ já fez que o tinha a fazer ! , o que é que V/ me aconselham sobre isto? sinto-me desmotivada e gostava muito, mesmo muito, que o SGQ implementado na Empresa, não fosse considerado como uma perda de tempo e dinheiro.
Muito obrigada
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Olá Cara leitora,
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Peço desculpa pela demora na resposta. Nem vale a pena desculpar-me. simplesmente não foi possível antes.
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Pois... onde é que eu já li esta história? ou melhor, onde fui a "actriz principal" ?
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Bom, eu estou convencida que este é o ciclo jornal da vida, em qualquer uma das suas vertentes.
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Na nossa vida pessoal as coisas não são muito diferentes: quando temos algo novo, seja uma casa, um carro, um namorado,... o entusiasmo é sempre maior. à medida que o tempo passa, se não tivermos o cuidado de manter e renovar,... ficamos sem nada.
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Receitas para renovar? Não sei se existem... lamento se a desiludo. Mas tal como na nossa cozinha, com um pouco de imaginação conseguimos fazer uma refeição absolutamente fabulosa sem receita.
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Por isso, sem receita: o importante, pelo menos na minha opinião é tentar desenvolver actividades que levem as pessoas da organização a sentirem o que ganham com a Qualidade. Como sabemos "nada na vida é de borla". NADA MESMO!
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A título de exemplo pode usar a Norma NP 4239:1994 - Bases para a quantificação dos custos da qualidade, e definir acções que demonstrem à organização quanto ganham(ou perdem) por agirem com o agem.
Todos entendemos muito bem a linguagem €'s. É uma linguagem muito acessível :)
Outra acção que costuma resultar é a realização de eventos formativos. Eventos que sejam divertidos mas passem a mensagem de forma incisiva e às vezes até chocante(às vezes todos precisamos de um abanão). Estas acções devem começar pelo topo da hierarquia e devem contemplar actividades que as levem a comprometer-se com objectivos.
Ainda outra alternativa é incluir nos critérios de avaliação de desempenho, critérios que estejam directamente relacionados com o desempenho de cada um no que se refere ao SGQ.
Pode também desenvolver concursos internos com vista à obtenção de propostas de melhoria para as áreas mais criticas. Mesmo que não possa atribuir prémios monetários, a competição saudável gera motivação.
E é o que me ocorre, neste momento. Embora sem dar receita, espero ter deixado algumas ideias.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Formação Sistemas de Gestão da Qualidade - Faça Você Mesmo!

A BI - BEYOND IMPACT
CONSULTORES ASSOCIADOS, LDA.
Vai realizar o curso:
Sistema de Gestão da Qualidade - FAÇA VOÇÊ MESMO!
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OBJECTIVOS:
Adquirir e/ou desenvolver competências teóricas e práticas no domínio da criação de um Sistema de Gestão da Qualidade com vista a criar ou melhorar a organização da empresa para alcançar maior produtividade, eficiência nos processos e eficácia nos resultados.

DESTINATÁRIOS:
Pessoas com Micro e/ou Pequenas Empresas de todos os ramos de actividade e outros profissionais que tenham interesse em implementarem um Sistema de Gestão da Qualidade adequado às suas realidades e objectivos.

TEMAS DO CURSO:
§ Enquadramento e visão sobre o SGQ
§ As Normas do grupo 9000
§ Análise dos Requisitos da NP EN ISO 9001:2008
§ Definição de processos – identificação, definição e operacionalização
§ Definição e níveis de documentação (Politica, Objectivos, Manual da Qualidade, Procedimentos, modelos,etc) – identificação, definição e realização
§ Encerramento com os casos produzidos pelos participantes

LOCAL / DATA:
Porto - 04, 05, 06 e 07 de Novembro de 2009
Lisboa - 20, 21, 27, 28 de Novembro de 2009
Funchal - 02, 03, 04 e 05 de Dezembro de 2009

DURAÇÃO:
28 Horas – 4 dias
Laboral: 7 horas/dia


Formadora: Maria de Lurdes Antunes
Nasceu em Castelo Branco a 01 de Dezembro de 1965, é licenciada em Gestão de Recursos Humanos e Pós-Graduada em Engenharia da Qualidade e Gestão de Sistemas Integrados, Qualidade, Ambiente e Segurança. Foi responsável pelo processo de implementação do Sistema de Gestão da Qualidade de mais de 20 Centros de Inspecção Periódica de automóveis e Gestora da Qualidade durante 13 anos. Como consultora tem desenvolvido projectos de definição e implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade (e respectiva Certificação) de várias Organizações. É autora do livro “Qualidade para Principiantes”.

VALOR DO CURSO:
400,00€ - Iva inlcuido
Inclui documentos de apoio

O curso realiza-se com um mínimo de 15 formandos.


CONTACTOS:
Para mais informações:
formacao.bididaskou@gmail.com

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

À volta dos processos

" ... mais uma vez venho recorrer à sua ajuda para o esclarecimento de algumas questões.Até tenho vergonha de fazer estas perguntas tão básicas...tudo isto já me devia ser elementar mas são "pequenas" dúvidas que ao longo de formações me têm sido esclarecidas de diferentes maneiras e eu em termos profissionais fiz a minha interpretação. Por isso gostaria de saber qual a verdadeira interpretação! ...
Olá boa noite,
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Antes de mais peço desculpa pelo atraso, mas além das férias tive um contratempo profissional. Espero que esteja ultrapassado mas ainda não tenho a certeza. Amanhã saberei.
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Antes de mais, seja bem vinda ao meu clube! É que por vezes também tenho dúvidas das quais me envergonho. Mas logo de seguida lembro-me que só poderei chegar mais longe se tiver consciência do que não sei e se quiser aprender...
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Ao contrário do nosso Cavaco Silva, eu por vezes engano-me e tenho muitas, mas mesmo muitas dúvidas. Tenho dúvidas quando tento escrever coisas, quando defino metodologias, quando audito,...
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Sim eu sei,... talvez exista muita gente que entenda que se sou uma profissional da área não deveria ter. Lamento se desiludo por assumir... estou convencida que os outros também têm,... talvez esteja enganada. Ou certa :)...
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Vamos então às questões. Mas sem verdadeiras interpretações. As que lhe apresento são simplesmente as minhas.
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1) A norma ISO refere por várias vezes monitorizar e medir quando aplicável. Qual a diferença entre monitorizar e medir?
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Pois fez a pergunta e deu a resposta. Só confirmo. Posso é dizer de outra forma. Monitorizar significa seguir, acompanhar a evolução de algo. Neste caso de um processo. Pode ser acompanhar se determinada actividade está a ser realizada no prazo definido, se estão a ser realizadas as verificações previstas nas periodicidades definidas, etc...
Medir significa determinar o valor de... ou seja, estamos a falar de apurar valores/dados em relação a algo. Podem ser quantidades, extensões, etc.
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A ISO diz que devemos monitorizar todos os processos e que devemos medir quando aplicável. Na minha perspectiva devemos fazer um grande esforço para encontrar forma de monitorizar e medir. Mas existem situações, em que eventualmente medir é impossível ou pelo menos não faz sentido.
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2) Diferença entre objectivos/indicadores/metas? Utilizam-se estes "nomes" na Qualidade ou são normalmente utilizados num sistema Ambiental
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Ora então,
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Objectivo(se quisermos dizer melhor, intenção) – a descrição daquilo que se quer atingir (aumentar, reduzir, melhorar,… )
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Meta – o valor a atingir (x, y , x%,… )
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Indicador – aquilo que se mede/monitoriza relativamente ao objectivo. Um objectivo/intenção pode ter vários indicadores. A título de exemplo melhorar a resposta a reclamações pode ter como indicadores: Prazo de resposta, prazo de resolução, nº reclamações reincidentes,...
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Métrica – formula acordada para apurar o indicador
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Sim, utilizam-se estes nomes na Qualidade. Os objectivos sejam eles do ambiente ou da Qualidade, só podem ser correctamente seguidos se contemplarem todos estes pontos e mais alguns( por exemplo responsáveis, prazos, periodicidade de análise,...)
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3) Os objectivos dos processos são normalmente os objectivos da qualidade gerais? Normalmente criam-se mais além dos que aparecem nos processos?
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Os objectivos da Qualidade, entre outros são os necessários para se ir ao encontro dos requisitos do produto. Na minha perspectiva são objectivos relativos aos vários processos. Por vezes nesses objectivos encontram-se alguns que são transversais à organização e/ou que não se associam a um só processo. Nesse caso crio um grupo para objectivos gerais.
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Este é um daqueles temas onde eu também gostava de ouvir outras opiniões. Pode ser que alguém nos consiga dizer isto de uma forma mais clara.
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4) Seria possível fornecer-me um exemplo de layout a utilizar para um processo?"
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lay-out, lay-out... vou dizer o que deve conter a descrição de um processo - como mínimo. A forma depois esquematiza numa folha.
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Deve contemplar:
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Objectivo, actividades incluídas, responsável pelo processo ou dono do processo, Entradas, Saídas, Interacção, Monitorização/medição(indicadores), recursos e metodologias.
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Estes elementos podem ser apresentados em texto, tabela, fluxogramas, um misto de todos
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Até breve e boas férias se for o caso

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Controlo do Produto Não Conforme

Bom dia, em primeiro lugar PARABÉNS pelo Blogue!EStou a precisar de ajuda no esclarecimento do conceito de produto não conforme.Estou a implementar o SGQ numa IPSS com respostas sociais de infância e de terceira idade e estamos em fase de certificação (a caminhar para a 2ª auditoria de concessão). No entanto, na 1ª auditoria foi-nos apontada uma sugestão de melhoria sobre o entendimento que temos sobre o produto não conforme. O nosso entendimento inicial seriam os produtos alimentares ou outros que não estariam conformes para a prestação dos serviços que prestamos. Realmente durante a 1º auditoria entendemos que não seria apenas isso, uma vez que o nosso produto são as crianças e idosos que temos nas diversas respostas sociais. Mas o problema agora é: o que consideramos produto não conforme e como o controlamos? será que podemos considerar que produto não conforme é o que não atinge os objectivos propostos nos seus Planos de Desenvolvimento Individuais e o recursos a métodos alternativos o seu controlo?espero que tenha sido clara e agradeço desde já uma possível ajuda.
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Pois, também está de PARABÉNS! Ainda não é muito comum encontrar IPSS's com Sistemas de Gestão da Qualidade implementados. Espero que tenham muito sucesso nesse projecto!
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Vamos então à sua questão: Na minha perspectiva o seu auditor tem razão.
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O que faz a vossa organização? qual é o produto que colocam no mercado?
Se bem entendi, a vossa organização presta serviços vários de apoio à infância e à terceira idade, ou seja; o vosso produto é na realidade a prestação de serviços.
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Esse produto(serviço) tal como qualquer outro pode estar conforme ou não conforme(pode ficar realizado de acordo com as especificações ou não)
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A falta de cumprimento com as especificações do produto(serviço) pode ser detectada pela vossa IPSS(antes até que o cliente a detecte) ou pode ser detectada pelo cliente(que se manifesta reclamando ou simplesmente informando da Não Conformidade).
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O vosso produto não conforme surge por isso de duas fontes principais: o registo de Não Conformidades internas (relativas ao desenvolvimento e prestação dos serviços) e o registo de reclamações e ou informações do cliente sobre a prestação incorrecta do serviço.
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Como é que o controlam? Controlam definindo metodologias / prazos para análise e resolução e controlando o seu cumprimento. Devem ter procedimentos(ou um procedimento) escritos que definam tais regras.
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Quanto às Não conformidades que refere sobre os alimentos ou outros produtos que tenham sido fornecidos em situação de Não Conformidade, no meu entendimento são Não Conformidades que devem ser analisadas e após análise decidir se são da responsabilidade do fornecedor ou da IPSS. Se forem do fornecedor devem ser consideradas na avaliação do mesmo. Em qualquer das situações devem ser uma fonte para abertura de acções correctivas e ou preventivas.
Não sei se fui suficientemente clara...

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Manual de Acolhimento

"Tomo a liberdade de me estar a dirigir a si, mas sou um leitor atento do seu blog e considero os artigos nele publicados de grande utilidade, principalmente para quem está a dar os primeiros passos na área da qualidade, como é o meu caso.
Trabalho numa Câmara Municipal que está certificada nas três áreas, qualidade, ambiente e segurança e em processo final de certificação em responsabilidade social. Sou responsável pela norma da qualidade somente à cerca de um ano e como deve perceber as dificuldade são imensas.
Neste momento estou a trabalhar numa proposta de manual de acolhimento, para apresentar ao executivo, e tenho algumas dúvidas sobre os assuntos que deverão estar no documento, embora tenha um esboço do indíce, o facto da grande diversidade de serviços que o município presta, torna-se difícil condensar num só documento e mesmo seleccionar a informação mais pertinente.
Talvez me possa ajudar nesta tarefa, que dada a minha pouca experiência está a ser um pouco difícil.
Antecipadamente grato pela atenção, espero não estar a abusar."


Hum... Câmara com Sistema Integrado? Ainda não existem muitas certificadas nas três áreas para a totalidade da Câmara ... Mora? E ainda menos a caminho das quatro áreas.
Se não quiser referir, não tem mal. Mas fiquei curiosa. Se for para a totalidade da Câmara é um projecto muito interessante.
Quanto à sua questão, penso estar a falar de um Manual de Acolhimento para novos colaboradores.
Não é uma coisa que eu faça todos os dias mas, ainda assim vou referir alguns temas que penso devem estar incluídos. Sem nenhuma ordem.
- Apresentação da organização
- seu histórico, marcos importantes, sua estrutura organizacional
- Visão, Missão, Valores
- Politica QAS
- o papel de cada um no sistema QAS
- Politica salarial
- benefícios vários
- seguros
- assistência médica
- férias, faltas, horário de trabalho,
- carreiras
- formação
- avaliação de desempenho
- saúde e Segurança no trabalho
- cartões de identificação, fardas,
- EPI's regras ambientais
- uso viaturas ou outros equipamentos da organização
Qualquer um destes temas é transversal à organização. Penso que temas específicos das várias áreas, devem estar noutro tipo de documentos.
Bom trabalho! Se depois quiser partilhar o índice comigo, eu ia gostar. E mesmo com os leitores do blog. Acho que eles também iam gostar.
Volte sempre!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Não Conformidades

"Boa tarde,

Pedimos desculpa por voltar a incomodar mas precisamos de esclarecer outra dúvida mas é que nós agarrámos no Departamento da Qualidade recentemente, e estamos a reestruturar tudo mais à nossa “imagem” bem como tentar adequar à nova Norma.

Desta reestruturação surgiu-nos então uma dúvida relacionada com os termos que abaixo transcrevemos:

Reclamação Externa: Participação de uma falta cometida directamente pela Organização (Sul) ou por um seu fornecedor, efectuada pelo cliente externo através de documento ou telefonema e que seja susceptível de criar um prejuízo económico ou de outra ordem para a Organização ou para o seu fornecedor;

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Reclamação Interna: Participação dirigida à Gestão de Topo por um colaborador da Organização, quer por falta cometida por esta, quer por falta cometida contra um colega de trabalho.
Deverá entender-se também como reclamação interna, todas as participações que a Organização (Sul) dirija a terceiros, não se incluindo nestas reclamações todas aquelas que tiveram como origem uma reclamação externa. Ex.: As reclamações dirigidas aos transportadores na sequência da recepção de reclamações de origem externa.
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Não conformidade:
Todo o comportamento do colaborador da Organização (Sul) que desrespeite os Processos relativos à sua actividade, as instruções veiculadas pela sua entidade patronal, legislação laboral e outras, que por definição caracterizem a sua actividade.

Acção Correctiva: Medidas necessárias para eliminar as causas que deram origem a reclamações

Acção Preventiva: Medidas tomadas com o intuito de evitar a ocorrência de causas ainda não verificadas.

Não temos a certeza se estes termos/conceitos realmente se aplicam. Pareceu-nos que isto é estar a complicar, mas se calhar é a nossa inexperiência…

A nossa ideia seria juntar num procedimento as Acções Correctivas e Preventivas. Mas depois surgiu-nos a dúvida do que fazer com Produto não conforme, reclamações e não conformidade.

Será que nos pode ajudar mais uma vez??"




Olá lindas,
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Pois fazem muito bem em melhorar o sistema. Um bom sistema é dinâmico.
Bem,... vamos então ver se posso ajudar.
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Sim, penso que podemos simplificar. Vou tentar dizer o que me parece.
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Comecemos pelas Não Conformidades e pelo Produto Não Conforme, uma vez que uma Não Conformidade não é obrigatoriamente Produto Não Conforme.
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Se consultarmos a NP EN ISO 9000:2005 vamos encontrar as seguintes definições:
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Não Conformidade - Não satisfação de um requisito, sendo requisito uma necessidade ou expectativa, geralmente implicita ou obrigatória. Este requisito pode ser relativo ao produto, ao sistema de gestão da qualidade, ao cliente, etc.
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Assim sendo e traduzindo para o terreno, uma Não Conformidade poderá ser: a falta de cumprimento de um procedimento(detectada em auditoria da qualidade interna ou detectada espontaneamente por qualquer colaborador), uma reclamação dum cliente, uma falha num produto ou serviço(mesmo que não reclamada pelo cliente, pode ser identificada pela própria empresa, antes que o cliente se aperceba), etc.
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Uma boa parte das organizações distingue os tipos de Não Conformidades. Essa distinção varia, mas arriscaria a dizer que a maioria distingue entre: as Reclamações de clientes, as Não Conformidades de auditorias internas e as relativas a produto. Muitas vezes ficam de fora outras Não Conformidades que possam ser detectadas pelos colaboradores, por exemplo incumprimento de procedimentos detectados espontaneamente.
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Eu costumo distinguir em três tipos: as reclamações de clientes, as das Auditorias Internas e todas as outras(detectadas pela própria organização e que não se incluam nas duas anteriores).

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Por reclamação defino: Reclamação - Manifestação de descontentamento, por parte do Cliente, por não encontrar no serviço, a satisfação das suas expectativas. Consideram-se reclamações todas as cartas, faxes, email ou contactos pessoais ou telefónicos dirigidas à organização desde que o Cliente se manifeste insatisfeito.
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Tenho por hábito definir um procedimento próprio para este tipo de Não Conformidades. São Não Conformidades muito especiais(o cliente identificou-as) e que por isso precisam de tratamento especifico. Este procedimento está a tratar aquilo que a Norma designa de Produto Não Conforme, ou seja; trata as situações em que a organização não conseguiu satisfazer um requisito relativo ao produto/serviços
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A Não Conformidades decorrentes de auditorias internas trato no procedimento de auditorias e o modelo que defino para o relatório já inclui todos os campos necessários para o seu tratamento.
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As restantes Não Conformidades trato no procedimento relativo a Não Conformidades. Defino um modelo para o registo das Não Conformidades(que não se incluam nas duas anteriores), que inclui campos suficientes para cumprir com tudo o que se exige relativamente a Não Conformidades. Também aqui podem existir situações que possam ser classificadas como Produto Não Conforme.
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Quanto às Acções Correctivas e Preventivas, entrego a responsabilidade pela abertura ao Gestor da Qualidade. É ele (em conjunto com os elementos do grupo que se dedica à melhoria) que com base na análise das Não Conformidades, das reclamações e dos resultados de auditoria decide da abertura.
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A responsabilidade pelo desenvolvimento das acções necessárias à concretização das Acções Correctivas e Preventivas é sucessivamente entregue(definido) até que o tema esteja eficazmente resolvido.
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Podem espreitar também os restantes artigos sobre o tema. Talvez ajude alguma coisa.

beijos e sempre

terça-feira, 16 de junho de 2009

Processo / procedimento

"Tomámos a liberdade de incomodá-la porque frequentámos uma formação consigo na SGS.
Precisávamos da sua ajuda para resolver uma questão que se prende com uma grande dúvida que temos, se existe diferença entre Processo / Procedimento.
É que conseguimos entender o conceito de Procedimento como sendo a descrição da execução de “tarefas”, a metodologia.
Também sabemos deve tem de ter inputs e outputs (Processos?!).
E quais são aqueles que têm obrigatoriamente de estar escritos. Pergunto isto porque o último auditor que esteve aqui na empresa disse-nos que os únicos Processos que deveríamos ter por escrito seriam aquele que está relacionado com o ponto 6 da Norma (Gestão de recursos), um para o que está relacionado com a área Comercial e outro(s) relacionado(s) com a área operacional propriamente dita.

Agradecemos desde já a sua disponibilidade e ajuda."
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Olá caras formandas,
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Espero que esteja tudo bem convosco. Não me incomodam nada. Até me ajudam porque me dão temas para o blog. E desta feita, fui eu que tomei a liberdade de responder aqui por entender que a resposta pode ser útil para mais pessoas.
Pois...parece ter havido aqui algum ruído na comunicação...
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De facto existe uma grande diferença entre processo e procedimento. Entende-se por processo a actividade ou conjunto de actividades que utilizando recursos é gerida de forma a transformar entradas em saídas. Por exemplo se agruparmos as actividades: prospecção de mercado, apresentações a clientes, apresentação de propostas, sua negociação e contratação podemos ter aqui um processo que podemos designar de processo comercial ou processo de venda ou outra qualquer designação.
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Neste caso o processo é composto por várias actividades. Para descrever o processo é necessário definir no mínimo: objectivo, âmbito, entradas, saídas, "dono" do processo(quem é o seu responsável), interacção, formas de medir e monitorizar,
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A descrição dos processos deve estar escrita. Pode estar num fluxograma, numa tabela, em texto, num misto dos já referidos,...
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Esta descrição é para os processos que a Organização identificar. Não é obrigatório que exista um mínimo ou um máximo de processos. O que a Norma refere é que nos processos identificados devem estar incluídas quatro tipos de actividades: as de gestão, as de gestão de recursos, as de realização e as de medição, análise e melhoria. Isto não quer dizer(nem pouco mais ou menos!) que tem que existir processos com estes nomes. quer dizer que os processos identificados devem incluir estas actividades. A título de exemplo eu nunca considero processos com a designação medição, análise e melhoria, por considerar que este tipo de actividades deve estar incluída em todos os processos. São actividades da responsabilidade de todos e não de um só "dono".
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Vamos agora aos procedimentos.
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Ainda usando o mesmo exemplo, para o Processo comercial poderíamos ter alguns procedimentos, ou seja algumas metodologias(formas de realizar as actividades).
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No exemplo apresentado poderíamos ter, a título de exemplo, um procedimento para a prospecção, um para a apresentação de propostas e negociação e outro para a contratação.
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Estes procedimentos podem ou não ser escritos.
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A norma não obriga à existência de procedimentos escritos, excepto para seis temas.
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Esses temas são todos aqueles onde o texto da clausula/sub-clausula inclua a expressão "procedimento documentado". E são: clausula- 4.2.3 - Controlo dos documentos; 4.2.4 - Controlo dos registos; 8.2.2 - Auditorias internas; 8.3 - Controlo do Produto Não Conforme; 8.5.2 - Acções Correctivas e 8.5.3 - Acções Preventivas.
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Não são obrigatórios seis procedimentos escritos; é obrigatório que existam regras escritas sobre estes seis temas. Se quisermos podemos agrupar temas. Eu por exemplo costumo agrupar documentos e registos num procedimento e acções correctivas e preventivas noutro..
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Para todas as outras actividades, o procedimento pode ou não ser escrito. É a organização que decide em função da dimensão da sua organização, da complexidade das suas actividades, da formação dos seus colaboradores, etc...
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Só para dar um exemplo que nem sempre pensamos..., se os seus colaboradores não sabem ler, ou sabem muito, muito pouco(e acreditem que ainda existem situações destas! bem mais do que nos possa ocorrer!) então escrever procedimentos, é uma perda de tempo.
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Regra geral os procedimentos escritos tem campos pré-definidos.Estes campos são escolhidos pela organização e variam caso a caso. Podem ser por exemplo: Objectivo, Âmbito, Modo de Proceder, Responsabilidades, Documentação Associada e Registos. (consultar NP EN ISO 4433:2005 - Linhas de orientação para a Documentação de Sistemas de Gestão da Qualidade). Tal como a descrição de processos, podem estar em fluxograma, em texto corrido, em tabela, num misto.
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E me voi.
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Espero ter sido suficientemente clara. Mas se não for o caso, é só dizer.
Beijos e bom trabalho

terça-feira, 9 de junho de 2009

Modelo para Acções Correctivas


Recebi um pedido de uma leitora sobre um modelo para registo de Acções Correctivas.
Então aqui vai; para a Diana para todos os outros leitores.
Este é um dos modelos que uso.
Uso-o para Acções Correctivas e Preventivas. O objectivo é reduzir papel. Espero que ajude.
Beijos e muito sucesso para o seu projecto

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domingo, 31 de maio de 2009

terça-feira, 5 de maio de 2009

Um evento interessante

Tenho um amigo que diz que têm um compromisso consigo próprio: todos os dias tem que aprender algo de novo. Não importa o quê, nem a dimensão do que aprende, tem é que aprender.
É um principio muito interessante que conseguimos concretizar facilmente se estivermos atentos. A vida é muito rica e tem diariamente coisas novas.
Mas alguns dias aprendemos muitas coisas! Ou simplesmente(!), conhecemos perspectivas diferentes de temas que já conhecemos.
Hoje tive um dia desses: Participei nas Primeiras Jornadas de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho na Câmara Municipal do Barreiro. No geral um evento muito interessante. E gostava de me referir àquilo que me pareceu Excepcionalmente bom e àquilo que penso pode melhorar. E comecemos pelos últimos.
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Questões a melhorar:
- algumas apresentações foram exclusivamente propaganda politica. É aceitável que se aproveite para promover a imagem da organização que se representa, mas também é desejável que se transmita algo mais;
- algumas das apresentações foram literalmente lidas, atrás duma mesa, na posição de sentado. Não transmitem entusiasmo, interesse, preocupação com as pessoas a quem se dirigem.
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Excepcionalmente boas as seguintes apresentações:
  • Promover mudanças de comportamento de Costa Tavares, Águas Cascais

Parabéns António! pela energia, pela convicção com que expõe, pela sabedoria com que ligou o tema com a realidade da empresa que estava a representar.

Adorei! Gosto de coisas práticas e que sejam do interesse das pessoas que estão no "mundo real. E esta apresentação, para além do que referi no parágrafo anterior, reúne estas características

  • Requisitos para controlo de álcool em Meio Laboral de Paulo dos Marques - CP

Reuniu a característica da practicidade e do interesse para o "mundo real". Uma das coisas que mais gostei foi o facto de dar ênfase a algo que nenhum de nós deve esquecer...

Referiu sempre que os Técnicos de HSST não devem trabalhar contra a empresa. Pois se isso acontecer, a sua função não faz sentido. Aliás fez questão de referir que a apresentação que ia fazer era da perspectiva da empresa.

Pois, estou totalmente de acordo. E nunca fui capaz de transmitir esta ideia(que também tenho sobre a qualidade) da forma tão pragmática e clara como o fez.

Assim que tiver uns minutos hei-de escrever algo relacionado com isto.

  • A Prática da Medicina no Trabalho na CMB de Cristina Amaro, Policlínica HS
Outra interessantíssima! O título era mais propriamente Regresso ao Trabalho e Trabalhos Melhorados. Abordou o regresso ao trabalho de trabalhadores que estiveram ausentes do trabalho por motivos de acidente ou doença profissional.
Ouvir dizer, a um médico, que o regresso ao trabalho destes trabalhadores deve ser o mais rápido possível porque isso facilita a sua recuperação,... ainda não é algo a que estejamos muito habituados. Mas, concordo plenamente.
A questão, como muito bem foi referido pela oradora, é que esse regresso necessita ser acompanhado / preparado em relação à forma como a empresa, os colegas e o próprio trabalhador encaram este regresso.
Gostei muito da abordagem prática e realista e da serenidade como foi transmitida
Além disso não posso deixar de referir o bom trabalho realizado pela moderadora da parte da tarde. Esteve muito bem!
Como remate de coisas boas; o encontro com pessoas que não vejo todos os dias e que gosto sempre de rever. Beijos à Luisa e à Antonina.
Parabéns a todos! Lá estaremos no próximo ano.

domingo, 3 de maio de 2009

Comentários

Hoje ao limpar o meu correio, apercebi-me que os comentários do blog, estavam a ir para a caixa de SPAM.
Já tinha reparado que não recebia informação sobre os comentários. Fui respondendo àqueles que vi...e como o tempo é sempre escasso, nem me lembrei de ver o SPAM
Não dei grande importância à Não Conformidade, essa é que é a verdade. A alguém da área da qualidade, não fica lá muito bem... :)
Hoje percebi que não vi todos. Falhou-me pelo menos um. Peço por isso desculpa pelo atraso ao leitor que comentou o texto com o título "O sistema de Gestão da Qualidade não existe".
Tardiamente, mas já lhe deixei o meu comentário.
Já percorri o blog no sentido de encontrar outras falhas. Penso que não existem, mas se existir mais alguma situação por favor informem-me.
Obrigada!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

À procura do que não querem os Clientes...

Foi uma acção de formação muito engraçada. Como muitas outras.

Tentávamos descobrir do que não gostam os clientes...

http://picasaweb.google.com/didaskou/TkeAbril09#5327981739296551026

Felicidades para todos. E obrigada pelos bons momentos que me porporcionam.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Próximos eventos

V Encontro da ACAIS - 21 de Abril de 2009
Associação do Centro de Apoio aos Idosos Sanjoanenses
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Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade ISO 9001: 2008
dias 07 e 08 de Maio de 2009
Contactar: 707 200 747 ou por correio electrónico através da página da SGS

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Um agradecimento por um trabalho especial

Embora a minha mãe costume dizer que "obrigada não põe a panela ao lume", a verdade é que gostamos de o receber.
E também é verdade que muitas vezes não dizemos Obrigada tantas vezes quanto deveríamos.
Estou em divida com o produtor do filme há muito muito tempo...
E para começar, pelo menos a fazer justiça, quero deixar um grande agradecimento ao Samuel Andrês.
Este trabalho ficou excelente. PARABÉNS e MUITO, MUITO OBRIGADA!
Se alguém precisar de uma boa filmagem, tem aqui um excelente profissional.

sábado, 4 de abril de 2009

Finalmente o filme do lançamento...

Finalmente está disponível o vídeo de um dos lançamentos da obra Qualidade para Principiantes.


Reconheço que disponibilizar o vídeo um ano e meio depois do lançamento e seis meses depois do livro esgotar... é um pouco tardio.


Por questões de ordem técnica, não consegui antes. Desculpem.


De qualquer forma, penso que possa existir um conjunto de pessoas que mesmo tardiamente queira ver.


Quem achar que ainda vale a pena espreitar o link está aqui do lado direito. Foi dividido em partes(por motivos de dimensão). Para não apanharem uma grande seca, indico o que inclui cada parte.

Obrigada a todos pela vossa participação e acima de tudo pela vossa amizade.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Estagio oferece-se...

Caros (ex)Formandos,
Um dos meus clientes procura um(a) estagiário(a) para desenvolvimento de um projecto no âmbito da Qualidade.
Principais características pretendidas:
- jovem recém-licenciado(a) preferencialmente em engenharia electrotécnica,
- pós-graduação ou formação com duração equivalente, na área da qualidade,
- disponibilidade para deslocações e ...
- muita vontade de trabalhar...
Não me consigo lembrar de todos(as) de forma a identificar estes requisitos e a contactar-vos directamente.
Por isso, quem estiver interessado, pode enviar CV para mim. Farei chegar ao destino.
Ah,... mas,... tudo indica que o(a) feliz contemplado(a) vai ter que trabalhar comigo... só para que não desistam assim que se apercebam disso... :)

A Qualidade como ela é

Já outras vezes tenho partilhado com o leitor alguns dos temas abordados no Qualiblog do meu amigo Ronaldo Costa.
Há uns tempos atrás o Ronaldo convidou-me a escrever algo sobre a minha experiência para incluir num conjunto a que chamou " A qualidade como ela é!"
Obrigada Ronaldo, pelas palavras e pela oportunidade de fazer parte de um blog tão interessante. Foi uma honra participar.

domingo, 15 de março de 2009

Âmbito e Exclusões

"Apesar de estar a colocar as questões muito particulares ao trabalho que estou a desenvolver, penso ser de interesse geral abordá-los poderá e deverá lançá-los para discussão no seu blog"


Ok, cá estou a fazê-lo, pois penso que podem ter interesse para outros leitores. E além disso podemos recolher outras opiniões.


"Gostaria mais uma vez partilhar algumas dúvidas que tenho relativamente ao âmbito, exclusões e concepção. A instituição presta serviços de ensino profissional e tb tem cursos CEFs que são de formação e está a candidatar-se a EFA, logo pensei que o âmbito para abranger todas estas situações poderia ser ENSINO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL!? Outra grande dúvida está nas exclusões !!!! O 7.5.2 acha que posso excluir!? não tenho processos especiais ou tenho!? A minha leitura é esta; Serviço fornecido - ensino/formação Produto - Alunos com conhecimentos !! Faz sentido!? Se sim as minhas saídas podem ser monitorizadas ou medidas ao logo do processo, então não se trata de um PRC especial!? Confesso que já obtive algumas opiniões mas estou um pouco confusa qto a esta questão.... E o 7.5.5 Preservação do produto, tb não se aplica!? Não consigo visualizar no fornecimento do serviço como é que a organização aplica este requisito! Já agora relativamente ao 7.3, a minha leitura é apesar da organização não “conceber” os cursos para ministrar as fases da concepção e desenvolvimento evidenciam-se na concepção da candidatura !! Tb já me falaram que a concepção está no desenvolvimento/concepção da publicidade! Concorda!?"

É arriscado responder a estas questões sem conhecer muito bem a realidade da organização. Ainda assim vou manifestar a minha opinião.
Quanto ao âmbito, sim penso que pode ser algo desse género. Deixo só umas questões para reflexão: a instituição onde se tem as suas instalações? o Sistema de Gestão da Qualidade a implementar vai abranger todos estabelecimentos(no caso de haver mais do que um)? E vai abranger a totalidade da instituição?
Quanto às exclusões, como sabe precisam ser muito bem fundamentadas. Tendo isso em conta, na análise, costumo pecar por excesso. Quando não encontro um motivo bem forte, não excluo.
Começando pela primeira que questiona; De facto a norma diz a organização deve validar processos de produção e de fornecimento do serviço em que a saída resultante não possa ser verificada por subsequente monitorização ou medição, e..." . Se não for possível a monitorização ou medição atempada é necessário que sejam tomada medidas que assegurem que o processo é apto para atingir os resultados pretendidos. Essas medidas passam por exemplo pela aprovação de equipamentos e qualificação do pessoal; utilização de métodos e procedimentos específicos; requisitos para registos, etc.
Pois não sei se excluiria... A formação, como me dizia há dias uma formanda, é algo em que não podem existir dias maus. O formador presta o serviço no preciso momento em que o cliente o adquire. Prestação e aquisição são simultâneas. Se algo não correr conforme planeado, não é possível tomar medidas antes da prestação, uma vez que ela é simultânea. Se não forem tomadas as medidas referidas no parágrafo anterior existem fortes probabilidades de virem a existir deficiências e de as mesmas não serem detectadas atempadamente, ou seja antes da prestação.

Quanto 7.5.5, concordo consigo, a não ser que exista algo que não estou a identificar...

Quanto à 7.3, concepção, talvez excluísse dependendo de algumas informações que não possuo:
Se a instituição não tem nenhuma intervenção na definição dos cursos, nem nos conteúdos, nem nas metodologias, ... então não existe concepção. Não estou muito por dentro dessas candidaturas , mas suponho que a candidatura também seja feita com base em regras pré-definidas, nas quais a vossa instituição não concebe nada. Faz aquilo que é exigido.

Quanto à publicidade,... do meu ponto de vista, não. A vossa instituição não presta serviços de publicidade. A concepção é para o produto ou serviço que presta a organização. Parece-me muito forçado dizer que a publicidade é o vosso serviço, ou mesmo parte dele.

Obrigada pela participação e volte sempre

segunda-feira, 9 de março de 2009

Melhoria, Acções Correctivas e Preventivas

É um tema que gera algumas confusões. Na verdade temos que admitir que as palavras em si, podem induzir-nos em erro.

Estive recentemente a realizar uma acção de formação que foi uma boa prova disso. Por coincidência, quando regressei tinha um pedido de opinião sobre o tema. Por isso vou tentar transmitir o meu ponto de vista.

Mais uma vez com autorização da leitora, vou transcrever a parte do texto que pode ajudar a introduzir o tema.

Existem empresa que definem os três tipos de acções e têm 3 planos de controlo destas acções!!!! Existem empresas que só definem acções correctivas e acções preventivas. Talvez interpretem que as acções de melhoria são os resultados destas acções...talvez não sei.A verdade, (penso eu), é que a norma só faz referência a acções correctivas e acções preventivas...a melhoria continua encontra-se (e não só) na correcta implementação destas acções - com eficácia (tal como refere a norma)!Uma acção, por exemplo, alteração do questionário de satisfação de cliente ou alteração no sistema informático - são acções importantes e que devem ser registadas. Não vieram de não conformidades logo não são acções correctivas.. também não as vejo como acções preventivas (tudo depende do português: "prevenir que o cliente se farte do questionário"!!!!!). resumindo..o que são este tipo de acções?? Vou dar-lhe o exemplo da minha empresa que talvez não seja o ideal mas vi-me obrigada a fazer assim apesar que talvez não seja o mais correcto: uma auditoria (interna por ex) encontra uma NC, esta dá origem a uma acção correctiva ou correcção. No caso de acção correctiva, avalia-se a eficácia em tempo adequado e definido caso a caso. No caso de correcção não se avalia. Se esta auditoria faz uma "observação" esta é tratada como uma potencial NC ou seja, como uma acção preventiva e feita a respectiva análise (o documento de registo de acções correctivas e preventivas é o mesmo). A potencial NC (observação) é analisada e no caso de resultar numa acção, esta é preventiva e é avaliada a sua eficácia.Paralelamente, como temos um objectivo da qualidade de "n.º de acções e melhoria" - definido desde o inicio da certificação (2001) e que eu apanhei o "comboio". E como a administração gosta muito e quer ver que acções de melhoria são feitas, tenho um documento para registo de acções de melhoria. No fundo estas acções são as que referi acima: alteração de SI, ......


Resposta/Comentário
A verdade é que é mais um comentário. E a primeira palavra que tenho para escrever é PARABÉNS! Verdade mesmo. No essencial, ou seja sobre os conceitos correcção, acção correctiva e acção preventiva, as suas interpretações estão muito claras. E correctas.
De facto se mais uma vez consultarmos a NP EN ISO 9000:2005 - Sistemas de gestão da qualidade. fundamentos e vocabulário, vamos encontrar o seguinte:
"... correcção: acção para eliminar uma não conformidade detectada
acção correctiva: acção para eliminar a causa de uma não conformidade detectada ou de outra situação indesejável
...
Nota 2: As acções correctivas têm lugar para evitar recorrências enquanto que as acções preventivas têm como objectivo prevenir ocorrências
acção preventiva: acção para eliminar a causa de uma potencial não conformidade ou de outra potencial situação indesejável. "
Uma acção correctiva é sempre para evitar recorrências. o que significa que são acções para evitar a repetição de situações indesejáveis.
Só poderemos classificar como acção preventiva uma acção que tenha em vista a prevenção de potenciais não conformidades, ou seja a prevenção de algo indesejável que pode vir a acontecer mas nunca aconteceu.
Quanto a isto, pelo que descreve a sua interpretação vai de encontro àquilo que acabei de referir.
Quanto à melhoria, é tratada em 8.5 da NP EN ISO 9001:2008. Logo no inicio é referido que a eficácia do sistema de gestão da qualidade deve ser continuamente melhorada através da utilização da politica da qualidade, dos objectivos da qualidade, dos resultados das auditorias, da análise de dados, das acções correctivas e preventivas e da revisão pela gestão.
As Acções correctivas e preventivas são pois uma ferramenta usada para desenvolver/incrementar a melhoria. Mas são só uma delas. Um Plano de objectivos/acções de Melhoria ou simplesmente o seu seguimento, conforme refere a leitora, pode ser outra. Outra ainda, por sinal muito poderosa, é o ciclo PDCA. Aliás, se olharmos para o parágrafo anterior, percebemos que este ciclo está implícito nos temas que a norma sugere que sejam tidos em consideração.
Penso que sobre acções correctivas e preventivas tivemos hoje um excelente contributo desta leitora atenta e informada.
Quanto à melhoria, em breve voltarei ao tema com mais detalhe.

Só para concluir a resposta sobre a gestão de topo...

Há pouco não tive tempo para concluir a resposta à leitora. Aqui ficam as duas ultimas questões:
"4 - Quem deve assinar a aprovação? A Direcção Geral da Organização!? (não faz mto sentido pois não)!?

5 – O representante da Gestão de Topo para a Qualidade poderá ser o DExecutivo, faz sentido!! "
Respostas/opinião
Questão 4
Na minha opinião esses documento do ponto de vista da aprovação devem ser assinados gestão de topo, tal como sugere/indica o ponto 5.1
Questão 5
O ponto 5.5. 2 da NP EN ISO 9001:2008 designa-se Representante da Gestão e diz o seguinte:
"A gestão de topo deve designar um membro da gestão da organização que, independentemente de outras responsabilidades, deve ter responsabilidade e autoridade que incluam:

a) assegurar que os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade são estabelecidos, implementados e mantidos;
b) reportar à gestão de topo o desempenho do sistema de gestão da qualidade e qualquer necessidade de melhoria;
c) assegurar a promoção da consciencialização para com os requisitos do cliente em toda a organização.

NOTA: A responsabilidade do representante da gestão pode incluir a ligação com as partes externas em assuntos relacionados com o sistema de gestão da qualidade.”
Existem três condições para que o Director Executivo possa ser o representante da Gestão:
1ª - tem que ter a responsabilidade e autoridade que lhe permita assegurar o cumprimento das alíneas a), b) e c)
2ª depois da ultima alteração da norma ficou claro que tem que ser uma pessoa pertencente à gestão da Organização (Não pode ser um consultor).
3ª tem que ser uma pessoa, não um grupo de pessoas.
Tudo indica que reúne as condições por isso a resposta é sim, o representante da gestão pode ser o Director Executivo.
De qualquer forma, na minha opinião é bom que o representante da gestão possa ser o/a responsável qualidade(seja lá qual for a sua designação), a não ser que ele/a não reúna as condições que atrás referi.

Gestão de Topo

Uma leitora enviou-me algumas questões sobre a Gestão de Topo. Vou mais uma vez partilhar.

Trata-se duma Organização que possuí uma Direcção Geral e abaixo desta, um Director Executivo e logo a seguir em posição de staff a Qualidade. Retirei a linguagem que identifica o sector da Organização, por motivos que se entendem. As questões são as seguintes:

1 - A Gestão de TOPO é a D. Geral?Se assim for, quem deve responder (em auditoria) pela Direcção Geral da Organização? O presidente!?
2 - Na reunião de abertura têm que estar todos presentes!? Todos!?Quem responde perante os auditores no que diz respeito às Responsabilidades da gestão de topo!? 3 - Os doc que se seguem, devem ser aprovados pela DGOrganização! Se esta for considerada a Gestão de topo!!- Estatutos- Regulamento interno- Manual da Q- Politica da Q- Organograma- Objectivos de gestão- Lista de fornecedores
- Existe mais algum!?
Opinião/resposta:

Questão 1
Se consultarmos a NP EN ISO 9000:2005 - Sistemas de Gestão da Qualidade. Fundamentos e Vocabulário, encontramos o seguinte:
Gestão de topo: Pessoa ou grupo de pessoas que dirige e controla uma organização ao mais alto nível
Na teoria, a Gestão de topo deveria ser a Direcção Geral. Na prática, por vezes, esta decisão não é fácil. A NP EN ISO 9001:2008, define que todo o ponto 5 é da responsabilidade da gestão, como aliás diz o próprio título.

Logo no 5.1 refere que a gestão de topo deve evidenciar comprometimento no desenvolvimento e implementação do sistema de gestão da qualidade e na melhoria continua da sua eficácia. Se consultarmos a NP EN ISO 9004:2000 no mesmo ponto chegaremos à conclusão que à gestão de topo são sugeridas um conjunto de actividades que tem tanto de interessante como de abrangente.

Se a Direcção Geral for um órgão presente no dia-a-dia da organização, não existe dúvida, esta não só deve ser considerada a gestão de topo, como facilmente evidencia o seu comprometimento.

Mas...nem sempre assim é. Por vezes a Direcção Geral é um órgão ausente que delega a direcção e controlo da Organização num Director Executivo, como me parece ser o caso. E assim sendo, quem toma as decisões e está presente no dia-a-dia é o Director Executivo.

Isso será motivo para que a Direcção Geral não seja capaz de evidenciar o seu envolvimento e de cumprir com todas as obrigações previstas no ponto 5?

Pois tudo depende do interesse que tiver no tema. Se o achar suficientemente relevante, não só consegue como vai querer cumprir. Obviamente com o apoio incondicional do responsável da Qualidade.

Costumo dizer nas minhas acções de formação que uma das responsabilidades do Gestor da Qualidade é levar os outros pela mão. E dentro desses outros, também está a gestão de topo.

Os mais altos responsáveis das várias organizações, não têm obrigatoriamente que conhecer o conteúdo nem a linguagem das normas relativas a sistemas de gestão da qualidade. Pelo menos numa fase inicial. Faz parte da nossa função (os profissionais da Qualidade) descodificar essa linguagem e apoiar na sua implementação. Se o fizermos, na maioria das situações, eles vão ser capazes!

Claro que existem situações em que, mesmo levando pela mão,... não é possível por motivos vários. Ou porque a pessoa/s não está sistematicamente, ou porque somente ocupa o lugar no organograma, mas delega tudo o resto noutra pessoa, ou,...

E se assim for,... parece-me aceitável e até desejável que se defina como gestão de topo a pessoa ou grupo de pessoas que efectivamente dirige e controla a organização. De facto só essa pessoa conseguirá demonstrar genuinamente o seu comprometimento.

Questão 2Se consultarmos a NP EN ISO 19011:2003 - Linhas de orientação para auditorias a sistemas de gestão da qualidade e/ou de gestão ambiental, no ponto 6.5.1 diz: "... que seja realizada uma reunião de abertura com a gestão do auditado ou, quando aplicável, com os responsáveis pelas funções ou processos a auditar. "
Independentemente do que nos possa referir esta norma, mais uma vez tudo depende. Eu entendo que uma das formas de evidenciar comprometimento é estar presente nos momentos mais relevantes. Será a Qualidade uma área relevante? Será a auditoria e o seu resultado um momento importante para a organização? Se a resposta for sim, então deve estar representada a organização ao seu mais alto nível: Direcção Geral, Director Executivo e até outros Directores ou donos de processos.
Numa das organizações que fazem parte da minha vida, temos o hábito de fazer um género de escala para o seguimento da auditoria. Na reunião de abertura estão presentes o gestor de topo, os Directores e o Gestor da Qualidade. A partir está sempre presente o Gestor da Qualidade e um Director alternadamente.

Na parte que se refere à gestão de topo responde por ela quem estiver identificado como tal. A não ser que exista alguma situação que justifique algo diferente.

Questão 3
Nem todos os documentos que refere são obrigatórios de acordo com a NP EN ISO 9001:2008. De qualquer forma, parece-me que a existirem devem ser assinados pela gestão de topo. Exceptua-se a lista de fornecedores que pode ser assinada pela pessoa responsável por compras/fornecedores.

Não sei se a pergunta “existem mais?”, se refere a mais documentos a assinar pela gestão de topo ou a mais documentos necessários ao SGQ.

A assinar pela gestão de topo, depende das regras que definirem sobre documentos. Em algumas organizações a gestão de topo assina os Procedimentos a que a Norma obriga. Se for o caso, falta isso.

Os documentos obrigatórios para o SGQ, como sabe, são: politica e objectivos da Qualidade, Manual da Qualidade, Procedimentos documentados e registos requeridos por esta norma e outros que a organização considere necessários

E pronto, espero ter contribuído para o esclarecimento.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Emprego - Formador/a - Angola

Desta vez, um tema bem novo, neste blog... Mas prometo que voltarei com os temas mais habituais em breve.
Uma das Empresas com quem trabalho está à procura de Formadores para Angola. Pediu-me que passasse esta informação aos meus contactos.
Aqui vai. Se desse lado houver alguém interessado pode enviar-me o CV. Farei chegar ao destino.
"... Uma prestigiada instituição de Angola pretende reactivar os seus serviços de formação, num projecto piloto de 6 meses, levando a cabo um conjunto de seis cursos de formação, no sentido de requalificar activos angolanos nas seguintes áreas:
1-Técnico de Informática "IT-OFFICE"
2-Assistente Administrativo
3-Administrativo de Recursos Humanos
4-Assistente de Contabilidade
5-Formação Pedagógica de Formadores
6-Formação de Inspectores para as Actividades Económicas
Dependendo do sucesso deste projecto-piloto, este poderá ter uma perspectiva de continuidade a médio prazo, numa óptica de replicação deste modelo inicial, sendo por isso não apenas um projecto a curto-prazo numa fase inicial, mas sim a médio-prazo.
O que procuramos: Formadores(M/F) nas seguintes áreas:
Refª 1- Línguas- para ministrar os módulos de "Linguagem e Comunicação" e "Inglês"
Refª2- Informática de Gestão- para ministrar os módulos de Informática, Matemática, Contabilidade e Gestão
Perfil: Licenciado em Línguas e Literaturas Modernas (Variante Português/Inglês)-
Refª 1 Licenciado em Informática de Gestão de Empresas.
Refª 2 Posse do C.A.P. (Certificado de Aptidão Pedagógica) ou habilitações para a docência Experiência enquanto formador/professor mínima de 3 anos
Disponibilidade para integrar projecto a tempo inteiro em Angola
Perfil comportamental dinâmico, resiliente e assertivo
Capacidade de trabalho em equipa e elevadas competências sociais
O que oferecemos: Remuneração a negociar de acordo com a experiência demonstrada e as expectativas individuais
Despesas de deslocação, alojamento e refeições inteiramente custeadas pela entidade. Possibilidade de integrar um projecto aliciante aos vários níveis "