sábado, 27 de dezembro de 2008

outra sobre competências

É o seguinte o teor da questão: "Esta questão prende-se com a definição de competências e a avaliação das mesmas! Na minha empresa, temos muitos colaboradores que trabalham connosco há muitos anos e que têm muito baixas qualificações (relativamente à escolaridade). temos pessoas ao nível administrativo que têm somente a 4ª classe..... Actualmente ao efectuarmos a definição de competências, estas já exigem um nível de escolaridade mais elevado (pelo menos 9º ano ou 12º ano). A minha dúvida é a seguinte: ao efectuarmos a avaliação de competências, a escolaridade deverá ser uma competência a avaliar? Se sim, esta, em grande parte dos nosso colaboradores, terá sempre uma avaliação negativa…. Como poderemos gerir isto? Ao definirmos as competências e por exemplo exigirmos para uma determinada função o nível de Licenciatura, implica que uma pessoa que tenha o 12º ano não possa ser contratada para essa função? Muito Obrigada!!" 

RESPOSTA: Bateu novamente num requisito polémico: 6.2.2 A identificação de competências deve ser realizada tendo por base a função em questão e aquilo que a organização espera dela. Esta identificação é independente da pessoa que a desempenha, ou seja, o que interessa saber é quais são as competências que a organização considera necessárias para o desempenho adequado das várias funções. Se a pessoa que actualmente desempenha essas funções possui essas competências ou não, já é outra conversa. A alínea a) do requisito 6.2.2 somente pede que se determinem competências. E competências poderá ser escolaridade, experiência, aptidões várias, etc. Já a alínea b) diz-nos que se as pessoas que desempenham as funções não possuírem as competências determinadas como necessárias, então a Organização deve proporcionar formação ou empreender outras acções. É a organização que decide quais são essas acções. O importante é que as tome e que as acções vão de encontro às necessidades. Dando um exemplo, se a organização definiu que todos os administrativos deveriam possuir a competência domínio do Word nível 5 e um dos administrativos nem sequer sabe Word, então espera-se que ele vá frequentar uma acção de formação cujo objectivo seja adquirir essa competência. Não interessa enviá-lo para inglês se isso não estiver identificado como uma competência necessária. Também não é obrigatório que ele vá de imediato. A organização deve estabelecer um Plano de Formação de acordo com as prioridades que considerar adequadas. O que a Organização deve avaliar, são os resultados das acções desenvolvidas em b). No fundo o que se pretende avaliar é se as pessoas depois de irem à formação, ou a quaisquer outras acções com a mesma finalidade, melhoraram ou não as competências que inicialmente possuíam. Todos sabemos que por vezes temos pessoas que por muita formação que se faça não vão conseguir adquirir o ideal, mas espera-se que melhore alguma coisa. O que se deve avaliar é se o formando melhorou o que se pretendia que melhorasse. Nesse sentido a escolaridade só será avaliada se o objectivo de uma determinada acção era aumentar a escolaridade. No exemplo anterior, o que se pretende avaliar depois da frequência da acção de formação é se o formando aprendeu ou não Word no nível pretendido. Quanto à última questão: As pessoas que já trabalhavam na organização e não possuem todas as competências que estão identificadas como necessárias a organização decidirá quais pretende que eles venham a adquirir e que medidas vai tomar para que isso aconteça. Nalguns casos, nomeadamente os da escolaridade poderá entender não fazer nada. Para os que entram de novo, já não deverá ser assim. As competências que se determinam devem ser o espelho daquilo que a organização pretende. Assim sendo, só seleccionará candidatos que não possuam essas competências, se não encontrar outros. É uma questão de coerência. Claro que existem excepções e essas são sempre justificáveis. Vamos supor que não possuía licenciatura conforme determinado, mas quem recrutou entendeu que a sua extraordinária experiência quer na função quer o ramo eram suficientemente relevantes para o contratar…. Pois contrata e deixa isto explicado no processo de selecção. Espero ter ajudado. Tenha um excelente 2009!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Uma questão sobre calibração...

Mais uma vez, decidi responder através do blog por me parecer ser uma questão que possa interessar a mais leitores, ou que existam leitores que possam ajudar mais do que eu, acrescentando o seu comentário.

Tal como nas situações anteriores, por motivos de respeito pela privacidade de quem me contacta não vou divulgar o nome.


Uma das questões que recentemente recebi foi esta:


"Como é que devem ser feitas as verificações internas

1) Deverá ter-se em consideração o erro e incerteza do equipamento padrão? (tal como na calibração)

ou

2) Efectua-se somente uma comparação de resultados do género:
- medição com o eq padrão=X
- medição com o equipamento a verificar = Y
- |X-Y| < style="">Resposta:

O cumprimento do requisito 7.6 - Controlo do equipamento de monitorização e medição levanta sempre muitas questões. É por isso normal que tenha obtido várias respostas para a sua questão. Existem várias formas de cumprir e elas variam consoante a formação e a percepção de cada um relativamente ao tema.


Talvez seja conveniente esclarecer que embora eu tenha feito uma Especialização em Engenharia da Qualidade, a minha formação base não é engenharia.

Assim sendo só poderei responder de um ponto de vista mais genérico. Se existir desse lado algum leitor que queira dar alguma ajuda, é muito bem-vindo.

Embora a minha limitação técnica, vou referir-me ao que, do meu ponto de vista, me parece essencial.


Comecemos pelo princípio, O que estamos a medir/monitorizar? Estamos a medir/monitorizar características essenciais para a conformidade da dúvida (onde é necessário assegurar resultados válidos)?

Qual a validade dos resultados do equipamento padrão? Este está a ser periodicamente calibrado? O critério de aceitação definido é o adequado?

... a resposta à questão colocada poderá ser sim, ou não, dependendo de todos estes factores.

Claro que se quisermos ser extremamente rigorosos, as verificações internas devem ser tão exigentes quanto aquelas que realizam os laboratórios acreditados. Mas para a sua realidade, justifica-se esse rigor?

Se usar um equipamento padrão que seja periodicamente calibrado (que assegure a validade das medições), se tiver definido um critério de aceitação rigoroso, se as medições que efectua com os equipamentos que verifica não incidem sobre características absolutamente essenciais do produto, eu diria que a sua fórmula é suficiente.

Se o que disse no parágrafo anterior não for verdade... então a questão muda de figura.

Acima de tudo acho que deve imperar o bom senso.

Penso que o essencial é que esteja convencida que o rigor que aplica é o adequado à sua realidade. Com toda a certeza, conhece a actividade da sua empresa, tem claro que tipo de medições faz, que critério de aceitação definiu,... etc. Com base nisso questione-se: o método que utilizo garante-me que as medições que realizo são reais? Posso confiar nas medições que realizo?

Lamento, não poder ajudar mais e melhor.

Ai o tempo...

Olá caro leitor,

Cá estou de volta! Venho pouco eu sei, mas por motivos profissionais não consigo escrever mais.


Por vezes questiono-me sobre a continuidade deste blog...
Mas esse meu questionamento termina quando recebo no meu mail solicitações de pessoas que chegam até mim, através deste "sitio".

Preciso no entanto fazer um acordo consigo: Não conseguirei escrever diariamente, como é comum na maioria dos blogs. Nem semanalmente como inicialmente me tinha proposto. Fases existem em que escrevo mais, mas por regra não consigo.


De qualquer forma, estarei sempre aqui, disponível para responder, ... só não posso comprometer-me com a periodicidade.
Dentro das minas possibilidades, também tentarei escrever textos novos. Desculpe, se lhe parece pouco... neste momento é tudo o que consigo oferecer...

Por isso já sabe, quando não apareço, não é por falta de respeito por quem me visita, simplesmente não consigo!


Obrigada pela compreensão!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Um presente pelo SER...

A aldeia onde nasci está coberta por um manto branco, como nos bons velhos tempos.
Infelizmente, por motivos profissionais, não posso estar lá a usufruir da lareira.):
No entanto, quero entender este facto como um bom presságio: Se até no tempo tudo pode ser como dantes... talvez as coisas de que tenho mais saudades também possam voltar ...
Estamos a uns dias do Natal. É tempo de esperança...
Ultimamente tem-se falado muito de uma Nova Ordem. Podemos interpretar estas duas palavras de muitas formas, mas vou partilhar convosco a minha. Talvez possa ser polémica, mas é a minha.
Nos últimos anos a sociedade tem perdido a noção do "ser". Todos estamos muito preocupados com o que temos ou que queremos parecer ter.
Compramos o que precisamos mas acima de tudo aquilo que fica bem comprar. Qualquer casa, tem hoje 2, 3 televisões, 2, três máquinas de café, dois ou três computadores, carros, etc. Para já não falar de calçado e roupa das marcas mais caras do mercado...
Fala-se diariamente da necessidade de fazer algo, que permita a continuação do planeta. Todos sabemos que à medida que consumimos recursos (ainda por cima desnecessários!), um dia destes (muito próximo) esses recursos esgotam...
Todos sabemos, mas todos queremos continuar a ter... e a parecer...
Infelizmente preocupamo-nos muito pouco se somos ou não somos seres humanos, solidários, responsáveis, competentes, humanos,...
Com a desculpa de que esta é a sociedade onde vivemos, somos cumplices de tudo isto, sem que nos provoque nenhum problema de consciência.
Estive há dias num fórum sobre responsabilidade social, onde todos os oradores se referem a estes temas e os debatem como importantes... Fiquei feliz por perceber que algumas decisões que tomo com dificuldade (porque às tantas somos uns anormais que não temos/usamos o mesmo que todos os outros), afinal contribuem para a continuação da humanidade.
Tenho a esperança que o mundo mude de paradigma e passe a preocupar-se mais com o ser do que com o ter.
Deixo-vos como presente toda a minha disponibilidade e toda a minha amizade.
Não polui e não custa nada...
FELIZ NATAL e que o Menino Jesus o proteja!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

SÓQUALIDADE

Volto mais uma vez ao positivo.
Desta vez, tenho, para partilhar consigo, algo que me deixa muito satisfeita. Acima de tudo porque significa que também existem visões adequadas sobre a temática da Qualidade.
Amanhã mesmo, daqui a umas horas para ser mais exacta, vou iniciar um projecto daqueles que sempre quis desenvolver mas que pensei que nunca fosse acontecer...
Vou iniciar a implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade numa Organização que me contratou antes mesmo de abrir a porta.
Estou de facto contente por constatar que existe pelo menos uma Organização que conseguiu pensar grande.
Não posso deixar de dar os Parabéns a estes Gestores! Estou absolutamente convicta que SÓQUALIDADE vai ser bem mais do que o nome de uma Empresa!
Levo nas costa uma responsabilidade acrescida, mas acima de tudo um desafio fantástico.
Afinal,... a vida consegue surpreender-nos todos os dias!