Um "Ponto de Encontro" para partilha de experiências e conhecimentos sobre a temática da Qualidade. Falemos do tema, dos conceitos que lhe estão associados e de metodologias que facilitem a sua compreensão e implementação nas Organizações. Chegar a todos, esclarecer e aprender com eles, é o objectivo! .
quarta-feira, 8 de março de 2023
Objetivos da implementação de um Sistema da qualidade
terça-feira, 14 de fevereiro de 2023
Será reclamação?
Hoje é dia de refletir sobre Reclamação. O que é uma
reclamação?
Parece um conceito simples, mas nem sempre é consensual.
Do latim, reclamatiōne = “grito de desaprovação “
Infelizmente, uma das frases que mais se ouve quando se fala de uma determinada reclamação é: “..., mas o Cliente está a ser um chato, ele nem sequer tem razão “
Se consultarmos a NP ISO 10002:2020 – Linhas de orientação para o tratamento de reclamações nas organizações encontramos:
Reclamação – Expressão de
insatisfação apresentada a uma organização, relacionada com os seus produtos,
ou com o próprio processo de tratamento de reclamações, relativamente à qual é
esperada, explicita ou implicitamente uma resposta ou resolução
Assim sendo, parece por demais evidente que Reclamação é todo e qualquer sintoma de desaprovação por parte do cliente.
A classificação como Reclamação de uma determinada abordagem do cliente não pode depender nunca, da forma como ele a transmite, da oportunidade com que o faz, e muito menos do facto de ele ter ou não razão.
Manifestou desaprovação (ainda que por gestos) relativamente a qualquer uma das nossas atitudes/ações está a transmitir-nos uma reclamação.
Poderá até acontecer, que o cliente por falta de esclarecimento, ou por qualquer outro motivo, nos apresente uma reclamação, que analisados os factos não tem razão de ser - não tem fundamento, a organização não falhou.
Este motivo não invalida que a reclamação tenha ocorrido, a única coisa que se modifica é o facto da responsabilidade pelo ocorrido não ser totalmente ou em parte da organização.
Quando uma reclamação é fundamentada, ela deve ser tratada como Não conformidade, assegurando a análise de causas, a implementação de ações que corrijam a situação (se possível), a definição e implementação de ações corretivas e a respetiva avaliação da eficácia.
Quando ela é não fundamentada, o mais importante é esclarecer o cliente e esclarecê-lo de forma correta e educada; até porque esse esclarecimento vai evitar futuras reclamações da mesma índole.
Seja qual for a situação importa referir que a própria definição diz "...relativamente à qual é esperada, explicita ou implicitamente uma resposta ou resolução"
“Um fracassado é um homem que
cometeu um erro e não foi capaz de convertê-lo em experiência “
Elbert Hubbard
O objetivo principal do tratamento de Reclamações é evitar que isso aconteça, ou seja, o que se pretende é aproveitar a oportunidade que o Cliente proporcionou ao identificar e transmitir onde estão as falhas e transformá-las em experiência.
Em conformidade a rápida e eficaz resolução das reclamações é um ponto fulcral no sucesso das organizações.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023
O desafio da Integração
Existem temas que por muito que me esforce
fico sempre com aquela sensação que não consegui explicar as coisas de forma
tão clara como elas estão na minha cabeça.
Integração do Sistema de Gestão da
Qualidade no Sistema de Gestão das organizações Vs. retorno para a organização
é uma delas.
Na verdade, às vezes até encontro pessoas
que demonstram total discordância, o que, obviamente é legítimo.
Quando eu comecei a trabalhar na área da
qualidade, em 1994, muitas organizações entendiam que ter um sistema de gestão
da qualidade era criar um conjunto de documentação para mostrar em auditoria.
Embora à época se dissesse que implementar
um sistema de gestão da qualidade tinha três etapas: escreva o faz, faça como
diz e prove que o faz, a verdade é que para muitas organizações criavam um
conjunto imenso de procedimentos, instruções e outros documentos orientadores e
criavam um conjunto de registos que muitas vezes eram feitos especificamente, e
só, para a auditoria. Era aquilo que se chama; trabalhar para auditor ver.
Na prática o que isto quer dizer é que
algumas pessoas desta organização foram pagas para fazer "papeis"
para mostrar em auditoria. Em muitas situações estas pessoas fizeram os
registos que precisavam fazer para gerir as suas atividades e fizeram registos
sobre o mesmo tema para mostrar em auditoria. E, como facilmente se compreende,
a grande desvantagem desta duplicação era o investimento em tempo e respetivo
valor em dinheiro.
Muitas vezes em auditoria os
entrevistados, quando questionados sobre a finalidade dos registos que faziam
referiam; este registo nós fazemos por causa da qualidade ou; este
é o da qualidade.
Uma vez numa auditoria fui perguntando
quais os indicadores que usavam para gerir as suas atividades e fui obtendo
como resposta um conjunto de indicadores muito interessantes. Mas na
documentação da empresa(caracterização dos processos) o único indicador referido
para todos os processos era: nº de não conformidades do processo.
Quando perguntei porque os indicadores que
me referiram não estavam na caracterização dos processos, a resposta foi; nós
não queremos isso na qualidade.
Como se houvesse sempre algo extra para a
qualidade e por causa da qualidade. E como se estar na qualidade fosse
um perigo para a empresa. Dava-se a entender que a qualidade nada tinha a ver
com a gestão dos negócios. Isto piorava, se os indicadores estivessem
relacionados com vendas ou algo assim, dizia-se; a qualidade não tem
nada a ver com isso.
0.1 A
adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma decisão estratégica de uma
organização que pode ajudar a melhorar o seu desempenho global e
proporcionar uma base sólida para iniciativas de desenvolvimento sustentável.
0.3.1 A abordagem por processos envolve a
definição e a gestão sistemáticas dos processos e das suas interações, de forma
a obter os resultados pretendidos de acordo com a política da qualidade e a
orientação estratégica da organização. Os processos e o sistema podem
ser geridos como um todo utilizando o ciclo PDCA (ver 0.3.2) com um foco
global no pensamento baseado em risco (ver 0.3.3) que vise tirar vantagem das
oportunidades e prevenir resultados indesejados.
4.4 A organização deve determinar as
questões externas e internas que sejam relevantes para o seu propósito
e a sua orientação estratégica e que afetem a sua capacidade para
atingir o(s) resultado(s) pretendido(s) do seu sistema de gestão da qualidade
5.1.1…
b) assegurar que a política da
qualidade e os objetivos da qualidade são estabelecidos para o sistema de
gestão da qualidade e são compatíveis com o contexto e com a orientação
estratégica da organização;
c) assegurar a integração dos
requisitos do sistema de gestão da qualidade nos processos de negócio da
organização;
...
Ainda assim, cada um pode interpretar o
que entender.
Mas, então o que quero dizer com isso?
Quero dizer que para cada cláusula da ISO 9001 devemos investir tempo a
analisar se já a cumprimos ou não e se não cumprirmos, a identificar qual a
melhor forma (a mais eficiente e a mais eficaz) de podermos cumprir, sem
duplicar trabalho.
Se por exemplo a organização faz uma
análise SWOT regularmente, poderá, com as devidas adaptações, usar essa
ferramenta para responder a cláusula 4.1 sobre questões internas e externas.
Se já usa indicadores para medir o seu
negócio, não faz sentido ir fazer outro mapa de indicadores, como alguns dizem,
para a qualidade.
Se já tem um software para gerir a
atividade comercial, poderá analisar se cumpre com o exigido na ISO 9001 e se
não cumprir adaptar o software em vez de criar mapas e mais mapas para responder
em auditoria.
No meu entendimento, ter um sistema de gestão da qualidade integrado no sistema de gestão poupa tempo e diminuí resistências.
segunda-feira, 2 de janeiro de 2023
Programa e Plano de Auditoria
De acordo com a NP EN ISO 19011:2019 - Linhas de Orientação para Auditorias a Sistemas de Gestão;
PROGRAMA DE AUDITORIA
Preparativos para um conjunto de auditorias (uma ou +) planeadas para um dado período de tempo e com um fim específico.
Descrição das atividades e dos preparativos de uma auditoria.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
"Bicho raro" vs Liderança na ISO 9001
Quando comecei a trabalhar na área da Qualidade, em 1994, era considerada “um bicho raro”.
Sempre que ia a algum congresso, seminário ou outro evento do género, sempre que alguém me perguntava a minha formação e eu respondia: Gestão de Recursos Humanos, recebia como retorno um sorriso falante no qual eu lia; o que é que esta está aqui a fazer?
Ao longo dos tempos a qualidade foi vista, na verdade, por muitos,
ainda hoje é, como o conjunto de atividades que assegura a conformidade de
produtos e serviços, verificando as suas características. E, nessa sequência,
os profissionais que se encarregavam de gerir tais atividades eram, comumente,
das áreas da Engenharia.
Até o próprio título da Norma ISO 9001, referia “Garantia da
Qualidade”.
Na altura eu era muito jovem e, sempre ia dizendo que o retorno
conseguido com a implementação de sistemas de gestão da qualidade dependeria
das pessoas. Das pessoas e acima de tudo
das ações desenvolvidas ao nível da liderança, do desenvolvimento e da
participação.
Na altura, o conhecimento que eu tinha do conteúdo da normas
era superficial. À medida que o fui aprofundando percebi que, embora com
títulos e textos diferentes consoante a versão, as Normas da série 9000 sempre
deram grande ênfase à liderança e às pessoas.
Comprometimento das Pessoas e Liderança sempre fizeram parte
dos princípios de Gestão da Qualidade. Ao dia de hoje, a ISO 9000 inclui mesmo
a Fundamentação, os Principais Benefícios e as Ações que podem ser implementadas para
concretizar cada um dos princípios.
É interessante observar que, ao ler a ISO 9000, para o princípio Liderança, nas ações que podem ser implementadas,
podemos encontrar:
- comunicar Visão, Missão, Valores, políticas, processos,…
- criar e sustentar valores partilhados e modelos de
comportamento baseados na equidade e na ética,
- estabelecer uma cultura de confiança e integridade,
- assegurar que os líderes são um exemplo positivo,
- proporcionar recursos e formação e autoridade para que as
pessoas possam assumir as suas responsabilidades,
- inspirar, encorajar e reconhecer
- …
Associado a isto, a Norma de requisitos, a ISO 9001, exige que a Gestão
de topo deve demonstrar liderança e
compromisso em relação ao sistema de gestão da qualidade.
Por muita informação que as normas possam incluir a verdade
é que, enquanto implementadores, enquanto auditores, sempre nos perguntamos o que
significa verdadeiramente demonstrar liderança
e compromisso.
Para alguns é acima de tudo assegurar a atribuição de
recursos a todos os níveis.
E sim, essa é uma das ações que a ISO 9000 refere como
fazendo parte da Liderança. Mas considerar que Liderança é isso, só por si, é
escasso. Fazendo uma comparação é como entender que educar um filho é
comprar-lhe tudo aquilo que ele quiser e pagar a alguém para tomar conta dele.
Atribuir recursos é importantíssimo, efetivamente sem
recursos, dificilmente conseguimos implementar um Sistema de Gestão da
Qualidade e assegurar que ele se mantém eficaz e adequado.
Mas, será suficiente?
Apesar da estarmos na maior revolução tecnológica de todos
os tempos, continua a ser válida a minha crença de 1994; Na implementação de um
Sistema de Gestão da Qualidade (como em tudo) são as pessoas que fazem a
diferença. Mas, também não a fazem só por si…Precisamos ser capazes de fazer
com que, a visão definida as inspire e as motive o suficiente para que, por sua iniciativa, e de forma motivada,
orgulhosa e feliz, queiram fazer parte do propósito da organização. Que se
identifiquem com esse propósito, que o defendam e concretizem de forma natural.
A clareza na definição da visão, missão, valores e políticas
bem como a sua comunicação clara e efetiva, são de facto pilares base da
Liderança de um sistema de Gestão, seja ele da qualidade ou de qualquer outro
âmbito incluindo a nossa própria vida.
Correr sem saber para onde, torna-se frustrante. Correr sem
nenhum propósito, tira sentido à corrida. Correr sem valores, deixa-nos sem
bases.
Investir na definição e comunicação destes elementos mostra
um destino, cria coerência, promove a adesão e o espírito de pertença,
condições essenciais ao sucesso da implementação de um Sistema de Gestão da
Qualidade.
A um nível mais operacional, assegurar a participação na
definição do Sistema de Gestão da Qualidade, formar, apoiar/encorajar,
incentivar, reconhecer,… são ações essenciais
e são, como refere a ISO 9000, ações a implementar no âmbito da liderança.
Ações, sublinho. Não basta usar palavras por muito
significado que elas possam ter, por muito que elas queiram dizer.
Esta participação ativa cria responsabilização e desperta a
vontade de fazer melhor a cada dia.
... como costumo dizer em sala, precisamos sermos capazes de fazer crescer as pessos e crescer com elas.
Apostar na capacidade de influenciar, na credibilidade e na exemplaridade asseguram o sucesso da corrida.
quinta-feira, 22 de dezembro de 2022
E a Certificação, é para toda a Vida?
Mas parece que já nada é para toda a vida!!!!
Gostemos ou não, pelo menos no que se refere a custos, a verdade é que a existência de uma periodicidade para seguimento das Organizações Certificadas é uma boa ideia.
Caso contrário,.. existiria tendência para diminuir o rigor.
Mas começando pelo início: A Certificação é obtida através da auditoria de concessão e é válida por três anos.
No entanto, após obtenção da Certificação as Organizações são regularmente seguidas pelas Entidades Certificadoras. Em circunstâncias normais, são auditadas anualmente, auditoria de acompanhamento, para confirmar se continuam a merecer o diploma.
No final de três anos a Organização é sujeita a uma auditoria com vista à renovação do mesmo, auditoria de renovação. Assim, não se pode sair dos carris... sob pena de ter algum acidente de percurso.
sexta-feira, 2 de dezembro de 2022
Certificação o que é?
Para realizar essa verificação a Equipa Auditora socorre-se de vários métodos desde a entrevista, à verificação de registos, à observação, etc.
quinta-feira, 17 de novembro de 2022
Qual a condição essencial para o sucesso da implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade?
Poderíamos fazer uma lista relativamente extensa. E é bem provável que cada uma das linhas dessa lista seja efetivamente muito importante.
- o compromisso da Gestão de topo é importante, mas se não soubermos em que requisitos precisamos desse comprometimento, de nada serve;
- o comprometimento das pessoas é importante mas se não soubermos em que precisamos da sua participação para cumprir os requisitos, de nada serve;
- integrar o SGQ no sistema de Gestão da organização é importante, mas se não soubermos que temas precisamos integrar, de nada serve;
- os recursos são importantes mas podemos ter muitos recursos e ainda assim não cumprir os requistos…

quinta-feira, 10 de novembro de 2022
Rigor precisa-se!
Hoje, no 46º Colóquio da Qualidade, um dos preletores, o português Pedro Alves, ilustre representante da IQNET, referiu-se a uma apreensão que partilho há algum tempo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2022
"Caminhos" para implementar um SGQ
A Qualidade tornou-se uma palavra comum e frequente no nosso vocabulário.