quinta-feira, 3 de junho de 2010

Mercado de Trabalho / Escola

Boa noite, chamo-me ...
Estou a contactá-la na qualidade de formando de uma turma de um curso EFA com dupla certificação que dá acesso ao 12º ano e saída profissional como Técnico da Qualidade.


Como tal, quando fazemos pesquisas sobre este tema e então invariavelmente passamos por este blogue e encontramos muita matéria interessante.


Gostava de saber a sua opinião devido á diferença de estudar num EFA de 2045 horas e tirar essa saída profissional no sistema normal de ensino. Será que estamos menos preparados para o mercado de trabalho?


Obrigado pela atenção.


Olá,

Ando há muito tempo com vontade de escrever sobre o tema, mas... tenho evitado fazê-lo... O que possa dizer não vai mudar nada... pelo menos não, naquilo que me parece essencial.

Como sabe, entre outras coisas, sou formadora. A formação que faço é sempre para adultos. Integrados nos EFA (Educação e Formação para Adultos) a que se refere fiz pouca coisa, mas tenho opinião formada, não só pelas acções que ministrei mas também pelas experiências que me relatam os amigos e colegas formadores.

Só para esclarecer eu pessoalmente fiz duas acções: uma para um curso de Qualificação de Técnico de Controlo da Qualidade Alimentar e outro para um de Técnico da Qualidade.

Ainda dentro deste âmbito tenho ministrado algumas acções ao abrigo da Formação Modular.

Os formandos destes cursos, como se sabe, são  pessoas que abandonaram os estudos, alguns deles há muitos anos atrás e, talvez por isso  tem muitas dificuldades de aprendizagem. Na maioria. Não quer dizer que não existam excepções.

Mas estes dois cursos de qualificação em que participei tinham grupos completamente diferente.

Um deles que referi aqui - O que se aprende com os formandos de 27 de Novembro de 2008 -,  era constituído por pessoas com bastantes dificuldades(de aprendizagem e outras), mas pessoas interessadas, que queriam fazer coisas, que queriam aprender, que queriam lutar por uma vida melhor. E quando é assim as dificuldades ultrapassam-se. O que queremos mesmo é que sejam bem sucedidos. E com esse objectivo fiz de tudo: mudei a linguagem, os dispositivos, os exercícios, ouvi-os,... Não executei o programa com a profundidade que gostaria mas no fundo saí contente e acho que daquele grupo vão sair pessoas que poderão ingressar no mercado de trabalho.

O segundo tem em comum as dificuldades mas a atitude era completamente diferente. Era um grupo de jovens que achava que tem todos os direitos do mundo em troca de nada.

...  ouvir o que eu dizia era muito chato, participar dava trabalho, fazer exercícios era uma chatice, ouvir histórias que costumo contar para fazer analogias dava sono... O que sabiam fazer mesmo bem era reclamar... dos professores da escola, da coordenação, uns dos outros, do estado que lhes dava pouco subsidio,..

Não me parece que nenhum destes formandos possa ingressar no mercado de trabalho. Eu se tivesse uma empresa não os queria lá nem que o estado me pagasse para isso... e muito menos na área da Qualidade.

Mas a verdade mesmo é que vão sair com essa Qualificação. 

Quanto às Formações Modulares sempre correram muito bem. A acção de que deixei fotos há uns dias era Formação Modular. São pessoas que se inscrevem porque querem, nos temas que querem e que lhes são úteis. Tenho tido boas experiências.

Falta dizer que os programas destas acções estão desenhados para dar as várias qualificações, ou seja para capacitarem os formandos para serem Técnicos da Qualidade ou de outra coisa qualquer.  A questão é que os formandos que ingressam estes cursos não tem o nível de escolaridade que lhes permita assimilar tais conhecimentos. Quando existe motivação é possível que aprendam coisas importantes mas nunca o programa na totalidade. Ou pelo menos não em profundidade.

O que me parece é que alguém está a querer trabalhar para a estatística... Mas não é só neste tipo de ensino, nem é só no ensino...

Como diria a outra; isso agora também não interessa nada!

Será melhor este sistema ou sistema normal de ensino? Ficam preparados para o mercado de trabalho?

Como sabemos o ensino em Portugal, seja lá ele qual for, não está direccionado para o mercado de trabalho. Salvo raras excepções em alguns temas muito específicos.

Na escola e posteriormente na universidade podemos aprender muitas coisas. Muitas coisas indispensáveis,  é verdade. Mas a realizar a função para a qual tiramos um curso só aprendemos no terreno. Se tivermos humildade (que é uma coisa em vias de extinção...) para querer aprender.

As situações que referi, ao abrigo do mesmo tipo de ensino, são completamente diferentes.

Nisto tudo o que faz a diferença é a atitude. A atitude perante o curso que está a frequentar, a atitude perante a pesquisa de situações em que possa treinar no terreno, a atitude quando entrar para a função,...

O mercado de trabalho quer pessoas proactivas e responsáveis. Pessoas que estejam disponíveis para trabalhar(não para ter emprego), para aprender, para ensinar, para partilhar conhecimentos, para ir à luta...

E isso não depende só da escola ou do tipo de ensino que frequentamos. Depende só de cada um!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Ainda sobre documentação

Está quase a fazer um ano que pela primeira vez tive problemas porque o auditor da Entidade certificadora teve uma atitude um pouco... inesperada. No minimo bem diferente do que considero adequado.

Como acabei de escrever sobre documentação, lembrei-me dum dos seus comentários e achei que deveria partilhar.

Perante a análise de vários registos de Não Conformidade o Sr. Auditor comentou que o Gestor da Qualidade parecia um homem da pré-história porque possuía muitos documentos em papel e muitos registos manuscritos. E acrescentou que ao dia de hoje, deve estar tudo à distância dum clique. Aliás esta expressão foi repetida dezenas de vezes durante toda a auditoria.

Uma boa parte dos colaboradores da referida organização nem sequer tinha acesso a computador...:) e a sua escolaridade andava entre o saber ler e o 12º ano.

Fico-me pelo relato. Prefiro nem comentar.



Finalidade da Documentação

É comum ouvir-se que os sistemas de Gestão da Qualidade são sinónimo de burocracia. Já algumas vezes aqui manifestei o meu desacordo. Mas ainda gostaria de voltar ao tema.

Estou convencida que isso só acontece se:
  • a definição do sistema documental não é adaptada à realidade da organização;
  • se aproveita a existência do Sistema de Gestão da Qualidade para para criar exigências de acordo com vontades próprias das várias chefias (e não com as exigências das Normas de referência); 
  • não é entendida a finalidade da documentação
e em consequência não se dá à documentação a importância que ela efectivamente tem.

A primeira questão que nos devemos colocar é: para que serve afinal a documentação? Ou melhor talvez seja necessário começar um pouco antes, o que é afinal documentação?

Documentação é o conjunto de documentos sobre uma determinada temática, neste caso a qualidade.

Se consultarmos a NP EN ISO 9000:2005- Fundamentos e Vocabulário vemos que documento é Informação e respectivo meio de suporte, sendo Informação Dados com significado. Ou seja podemos estar a falar da Politica da  e dos Objectivos da Organização(incluindo os da Qualidade), dos Procedimentos, dos formulários que usamos no dia a dia, etc., etc. E mais uma vez de acordo com a NP EN ISO 900:2005, o suporte pode ser papel, magnético, electrónico ou disco óptico de computador , fotografia ou amostra de referência, ou uma das suas combinações

Estamos pois, a falar de questões relevantes para a organização. Questões essas que foram discutidas e sobre as quais foram tomadas decisões. Os documentos são criados para comunicar o que foi decidido, quem é responsável por quê, quais os direitos e deveres, etc.

Será que uma organização pode funcionar sem que as suas hierarquias conheçam os seus objectivos, sem que os colaboradores conheçam as suas responsabilidades, sem que,... sem que...

Não me parece...

Não estou com isto a dizer; escreva-se tudo! Longe de mim tal ideia :). Afinal de contas já referi atrás que suporte pode ser muito variado.

Mas é certamente indispensável que seja comunicado. Comunicado de forma que não existam dúvidas sobre essa comunicação, o que justifica a necessidade de documento, seja lá em que suporte for.

Comunicar é como se depreende a finalidade última da Documentação. Por isso, tal como quando emitimos mensagens, quando definimos documentos também devemos:
  • Saber o que dizer - o que é realmente importante. Muita palha só entope o sistema e desfoca do essencial;
  • Decidir onde quando - em que tipo de documento, em que altura (porque dependendo do tema a altura da publicação pode ser importante);
  • Definir a melhor forma - em procedimento, instrução, formulário, com fluxograma, com texto, em papel, em filme,... ;
  • Simplificar / falar claramente - o simples e claro todos entendem (quantas vezes vemos documentos com palavras que as pessoas a quem se destinam não entendem!);
  • Fazer escuta activa - ouvir as pessoas a quem os documentos se destinam com atenção, dando retorno sobre as sugestões/dificuldades que apresentam, reformulando de forma a entender o que realmente nos queriam transmitir, dando sinais de entendimento;
  • Monitorizar as reacções do outro - de forma a perceber se estamos a entender o que realmente nos queriam transmitir e se o que transmitimos foi entendido;
  • Ser empático - coloque-se no lugar do utilizador e tendo em conta as suas características,  a sua função, formação etc., tente identificar a melhor forma para o documento
E qual deve ser a extensão da documentação? Bom a NP EN ISO 9001:2008 - Sistemas de Gestão da Qualidade. Requisitos, refere que deve ser em função da:

a) dimensão da organização e tipo de actividades;

b) complexidade dos processos e suas interacções;
c) competência do pessoal.

se quiser dizer isso de outra forma e para fazer homenagem ao meu formador Luís da Silva e Serra, a necessidade da documentação deve ser definida em função do triângulo que se segue.




É só mimos...

Só mimos que me dão os meus formandos! 

Felizmente estou habituada a ter avaliações bastante boas, mas algumas  excedem as minhas expectativas...

Obrigada Leonor. Como já referi, o sentimento é mútuo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

A prova do crime :)

Obrigada pelos vossos comentários.

Existem pessoas que dizem que nunca se enganam a respeito dos outros. Dizem mesmo que basta olhar para eles...

Parece que nós somos a prova concreta de que isso... nem sempre é verdade... diria que raramente. Afinal de contas não somos uma máquina fotográfica... e mesmo as máquinas só registam a parte menos importante de cada um de nós...

Verdade que, quando fazemos as apresentações, fico sempre com uma primeira impressão, mas a vida já me ensinou que o mais provável é que a mude antes que a formação termine.

Mas... deixemos-nos destas coisas e vamos ao que interessa...

Tenho para aqui umas fotos para publicar...

Estávamos para aí a meio da acção e tentávamos descobrir "condições essenciais para a mudança"...


Depois de pensarem muito no assunto e meterem as mãos à cabeça... uns esticaram o casaco, outros ganharam capuz, lápis na orelha à merceeiro, colares e outros acessórios "novos",... vá-se lá saber...

Mas o final não foi pior...

O nosso mal era fome...
As outras que tenho... já enviei por mail... fazem publicidade com as pastas que estão em cima das mesas. Como é melhor prevenir que remediar... "publicamos" só entre nós.

Gostava de ter umas do jogo da "Cabra Cega"...Penso que alguns de vós tiraram. Partilhem connosco por favor.

Obrigada!

sábado, 22 de maio de 2010

O fantástico da formação

O fantástico da formação são as pessoas.

E são acima de tudo aquelas pessoas que querem partilhar ideias. Que estão disponíveis para ensinar e para aprender e que manifestam essa vontade.

Quase sempre as encontramos onde menos se espera...

Estou a terminar uma acção com mais um grupo que me surpreendeu.

É uma sensação estranha. Sinto cada formando como se os conhecesse há muito tempo... São pessoas que manifestam humildemente o que não sabem e sentem alegres por partilhar o que conhecem. O sorriso evidencia a sua satisfação e contagia até as paredes da sala :) .

 Sinto alguma nostalgia por "partir"... mas... este é o percurso normal da vida...

Tenho a certeza que serão muito bem sucedidos! E isso é tudo o que mais lhes desejo.

E também tenho a certeza que poderão contribuir a melhoria do mundo.

Obrigada a todos pelos bons momentos que me proporcionaram.

Havemos de nos cruzar por aí... 

domingo, 9 de maio de 2010

Comentário sobre Betão


Cara leitora que colocou questões relacionadas com betão,

Por favor espreite os comentários. Um leitor conhecedor do tema deixou um comentário que, penso, lhe possa ser útil.


Muiiiito Obrigada ao Marco Linhares.

Espero poder contar com a sua participação mais vezes.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Boa formação; bons colegas; bons momentos...

Entre 26 e 30 de Abril estive a frequentar uma acção de formação.

Também gosto muito de ser formanda, embora a maior parte das vezes venha desiludida.

Neste caso venho surpreendida! Vou contar-vos.

A acção decorreu no Porto. Fui de véspera para poder chegar a horas. Fui muito bem recebida pela Coordenadora do Curso que me encaminhou até à sala. Cheguei cedo mas ainda assim já estava em sala o formador e alguns formandos.

A “coisa” prometia!

O formador deu início à sessão na hora inicialmente prevista e para apresentação usou o mesmo método que costumo usar: pediu aos formandos para falarem entre si de forma a poderem apresentar-se uns aos outros. Quer dizer… mais ou menos… O número de formandos à hora de inicio era ímpar por isso fiquei com mais dois colegas. Combinámos entre nós quem apresentaria quem. Só que… quando chegou a nossa vez e nos preparávamos para fazer a apresentação conforme tínhamos combinado, o formador disse: “Quem decide quem apresenta quem sou eu”!. Percebi imediatamente quem “ia mandar” naquela semana. :)

O que eu não imaginava é que; ia ter um formador que nos questionava individualmente de forma sistemática durante os 5 dias de formação, que tínhamos trabalhos de grupo para fazer durante todo o dia e ao final de cada dia; que ficaríamos a fazer esses trabalhos até às 23h e nalguns dias mais, que… , que…, que…,

Há muito tempo que não frequentava nenhuma acção tão intensiva.

O formador, Luís da Silva e Serra, era fabuloso quer na orientação pedagógica quer no conhecimento que tinha desta matéria. Muito Bom!

O grupo não ficava nada atrás. Pessoas empenhadas, interessadas no tema e acima de tudo PESSOAS LINDAS!

Foi uma partilha de experiências muito interessante da qual, sem dúvida, voltei mais rica

Obrigada a todos por estes momentos fantásticos!


Deixo abaixo provas do “local do crime”.
Nota: convém referir que o autor das fotos é o colega Joaquim Merino.



terça-feira, 20 de abril de 2010

ISO 9004:2009

"Bom dia,

Estou novamente convosco e, devo confessar, é tão agradável consultar a vossa página diáriamente, é como uma obrigação de pesquisa ,para notícias, opiniões, informações.. enfim tudo do melhor no mundo da qualidade.

Nesta também peço a seguinte informação:

Ao consultar o site ISO (que faço com regularidade) verifiquei que há uma nova edição da ISO 9004:2009 desde 30-10-2009 mas, ao consultar o sítio do IPQ não encontro esta versão disponível, já sabem algo sobre esta versão ?

Aproveito para mais uma vez felicitar-vos pelo excelente trabalho no âmbito da qualidade.

Agradecimentos

Amália Salgado"

Olá Amália Boa tarde,

Obrigada pelas suas palavras. Isto de ser equiparado às noticias não é mercecido :). Infelizmente não escrevo com a frequência que gostaria. Mas,... infelizmente tenho contas para pagar e por muito que goste de fazer isto, a verdade é que por aqui as minhas contas... iriam por muito maus caminhos.

Mas vou fazendo o que me é possível.

Pois desta vez não sei mesmo mais nada além do que refere. Eu também gostaria de a ter em Português, mas tanto quanto sei ainda não foi oficialmente publicada.

No site do IPQ, neste momento só encontramos a publicação em Inglês. Mas para mim,... o meu inglês ainda está muito enferrujado. Espero que melhore em breve

Para já, só sei mesmo o que vai saindo nas revistas, o que ouvi em seminários e o que leio no blog do meu amigo Ronaldo. Se quiser consultar tem sempre coisas muito interessantes - Qualiblog.

Tenho várias pessoas alerta, no caso de me escapar a mim. Assim que souber da publicação em Português, informarei por aqui.

E se souber primeiro que eu, por favor diga-me.

Obrigada e até sempre.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Relatórios de Auditoria

"
Olá, eu sou a Oury, moçambicana, de 23 anos. Não sabia da existência deste site, e procurava algo relacionado com qualidade dos relatórios de auditoria em Moçambique, que é o mntar eu tema de defesa. Eu não sei se poderiam me ajudar a encontrar material para este tema. Por favor, toda pequena ajuda já é uma ajuda!


Melhores cumprimentos "



Olá Oury,

Sobre os relatórios de auditoria em Moçambique não sei dizer nada. Com muita pena minha nunca estive lá. Mas penso que não sejam muito diferentes.

Assim em termos gerais o que posso acrescentar é que os Relatórios de Auditoria devem seguir o definido para o efeito na Norma ISO 19011:2003.

Como sabe as Normas, por serem de reprodução proibida não posso disponibilizar.

Assim de uma forma muita resumida a referida Norma refere que um relatório de auditoria deve conter no mínimo:
- objectivo/s da auditoria
- âmbito
- identificação do cliente da auditoria
- data/s e local/is
- identificação da equipa auditora e dos seus papéis
- critérios da auditoria
- constatações (NC's, Oportunidades de Melhoris,...)
- conslusões da auditoria

podem(e normalmente incluem) ainda incluir outros elementos a título de exemplo:

- lista dos entrevistados
áreas não cobertas, embora previstas no plano
- opiniões divergentes, não resolvidas
- declaração de confidencialidade
- ...

Se está a desenvolver trabalho sobre esta temática o melhor mesmo é consultar a Norma. Em qualidade, nada é por acaso ou simplesmente porque sim.

Bom trabalho.


Quanto à

Para Relaxar

Se está a precisar de umas férias,...







domingo, 18 de abril de 2010

Procedimentos Escritos

"Bom dia, leio o seu blog, minha esposa trabalha em uma clinica odontologia, quais a vantagens que você ve em lá ter os procedimentos por escrito, pois não tem nenhum documento de nada;

"

Olá Boa tarde,

Pois não sei que lhe responder...

Tudo depende do motivo que estiver na origem desse objectivo. Escrever procedimentos para os colocar numa pasta todos "lindinhos" não acrescenta nenhum valor.

O que acrescenta valor é definir um Sistema de Gestão da Qualidade no seu todo e implementá-lo. Claro que os Sistemas de Gestão da Qualidade têm uma vertente documental que é necessária e muito útil. Diria mesmo indispensável. Mas a parte documental deve ser desenhada de forma a permitir o melhor desempenho dos processos e da organização no seu todo.

Cada documento, seja ele procedimento, formulário, instrução, objectivos,  ou outro deve ser definido de forma a dele tirar mais valia, caso contrário... nada feito...

Por isso, depende do que pretende a clinica onde trabalha a sua esposa. Se pretenderm definir e implementar um sistema de gestão da qualidade com mais valias para a Organização, estão de parabéns!

Se for só para ter procedimentos escritos, é provável que tirem poucas vantagens.

Desculpe se sou muito directa... :)

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Responsabilidade da Gestão

" Primeiro gostaria de lhe dar os parabéns pelo seu blog que é fantástico e que já me ajudou algumas vezes.

Sou licenciada em Gestão da Qualidade e trabalho na área há --- anos o que já deu para fazer um balanço da situação e chego à conclusão de que, apesar de gostar do que faço, sinto que nós da qualidade não somos reconhecidos pelo nosso trabalho mas vistos como os "chatos da qualidade" . Mas continuo a lutar aqui dentro da empresa e a tentar motivar as pessoas com quem trabalho, e lá vou conseguindo aos poucos.
Sendo seguidora do seu blog vi que algumas pessoas lhe pedem ajuda e estando a precisar de esclarecer algumas questões, tomei a liberdade de lhe enviar este e-mail.
Surgiu a possibilidade de certificar uma empresa de granitos, betão e seus derivados, estando a empresa interessada em certificar a empresa segundo a 9001 mas apenas para o betão. Assim sendo tenho algumas dúvidas:
1. sendo o âmbito direccionado somente para o betão, ao definir por exemplo o organigrama e as funções de pessoal devo referir todas as pessoas que trabalham na empresa ou só as que estão afectas à parte do betão?
2. será que tenho que aplicar a NP EN 206?
3. será que posso excluir o ponto 7.3 visto que a empresa prepara o betão de acordo com as especificações dadas pelo cliente? E o 7.5.2. uma vez que a empresa não desenvolve qualquer processo que não possa ser verificado por consequente monitorização ou medição?
4. o gestor da qualidade tem que ser alguém com conhecimentos da norma certo? Assim como o representante da gestão? É que o consultor que estava a tratar do processo de certificação tinha delegado como gestor da qualidade a gerência, que não tem conhecimentos sobre norma.
Desde agradeço a atenção dispensada a este assunto e se puder responder mais uma vez agradeço.


Obrigada. É sempre bom saber que alguém lê e que o que lê é útil, mesmo sabendo que não actualizo o blog com a periodicidade desejável...

Não sabia que já existe uma licenciatura em Gestão da Qualidade. Só conhecia Pós-Graduações, Mestrados e afins. Gostei de saber.

Penso não saber resposta para tudo o que me pergunta. Mas responderei o que penso saber.

1. no que se refere à primeira questão, eu faria para a organização no seu todo, uma vez que no âmbito esclarece quais as actividades onde o sistema de Gestão da Qualidade se encontra implementado. Eu não sou nada apologista das implementações por partes, mas isso já é outra questão.

2. Não conheço a NP EN 206, mas se é uma Norma que se refere à actividade que pretende certificar,... sim tem que aplicar.

3. Mais uma vez só posso responder em função do que me diz(Eu nunca trabalhei esse tipo de actividades), mas se tudo o fazem é totalmente especificado pelo cliente e da sua responsabilidade, sim pode excluir o 7.3. O mesmo se passa em relação ao 7.5.2; se de facto conseguem medir / monitoizar todas as actividades antes que seja tarde demais... pois pode excluir. De qualquer forma recomendo que analise bem as duas questões, uma vez que as exclusões devem ser bem justificadas. É obviamente o auditor vai confirmar aquando da realização da auditoria

4. Gestor da Qualidade e Representante da Gestão... boa questão! A Norma não se refere em concreto às competências para as várias funções, só diz que devem estar determinadas e que se deve assegurar que elas existem. Quanto à função Gestor da Qualidade, não tenho nenhuma dúvida: SIM, deve ter conhecimentos da Norma. Aliás das temáticas da Qualidade em geral.

Mas se tiver bons conhecimentos da Norma, já é bom. Infelizmente todos sabemos que à Qualidade ainda não é dada a importância devida e por isso muitas vezes o Gestor da Qualidade não conhece o indispensável para o seu bom desempenho. Claro que depois faz o que ouviu dizer que é necessário e anda ao sabor do que lhe forem dizendo.

Quanto ao Representante da Gestão, a Norma não exige que tenha conhecimentos da área da qualidade. Exige que seja um membro da gestão da organização que, independentemente de outras responsabilidades, deve ter responsabilidade e autoridade para:a) assegurar que os processos necessários para o sistema de gestão da qualidade são estabelecidos, implementados e mantidos;b) reportar à gestão de topo o desempenho do sistema de gestão da qualidade e qualquer necessidade de melhoria; c) assegurar a promoção da consciencialização para com os requisitos do cliente em toda a organização*.

Eu pessoalmente acho que uma pessoa para assegurar tudo isto deve ter conhecimentos da área da Qualidade. Mais, acho que deve ser o Gestor da Qualidade. Mas a Norma não obriga que seja. Na prática uma boa parte das Organizações não quer atribuir ao Gestor da Qualidade a tal responsabilidade e autoridade. Acima de tudo não se quer atribuir a Autoridade.

Por muito que isto possa não parecer adequado a alguns gestores, eu não consigo entender porque é que na maioria das vezes, o Gestor da Qualidade nem sequer faz parte da Gestão da Organização (quero dizer da Direcção).

Muitas vezes os órgãos de Directivos (aos quais, também muitas vezes não pertence o Gestor da Qualidade!) tomam decisões que põem em causa a integridade do sistema. E às vezes até a sua continuidade.

O Gestor da Qualidade, não fazendo parte, quando sabe já não há nada a fazer.

* - Extracto da NP EN ISO 9001:2008





domingo, 21 de março de 2010

quinta-feira, 18 de março de 2010

É mesmo isso!


"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde.

E por pensarem ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer.. e morrem como se nunca tivessem vivido."


 
Dalai Lama



domingo, 7 de março de 2010

Como eu me identifico com este texto...

O autor é João Pereira Coutinho, jornalista.

"Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades. Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas. Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos. Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar.

Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito. É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac. É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos. Quanto mais queremos, mais desesperamos. A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade. O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!"

Eu não voltei a ler Montaigne mas a verdade é que não me aptece ter que lutar pela excelência.

Mudar de Vida,... mais uma vez!

Há uns tempos atrás falava-lhe da minha decisão de mudar de vida. Se bem se lembra, na altura passei a dedicar-me em exclusivo às actividades de Formação, Consultoria e Auditoria, como Profissional Liberal.

Falava de esperanças, da opção pelo exercício de funções que gosto muito, da liberdade de poder decidir sobre o meu trabalho, … e comprometi-me a trazer aqui a evolução da situação.

Está na altura de partilhar convosco alguns sentimentos:

- É de facto muito bom ter a sensação que sou “dona” de mim própria. Em tudo na vida. Mas profissionalmente também!

- É de facto muito mau, pelo menos muito stressante, não ter ordenado assegurado. Pelo menos para pessoas que gostam de ter tudo sob controlo, como é o meu caso.

- Tal como esperava a formação fascina-me. Gosto muito de partilhar conhecimentos, de conhecer pessoas novas, de aprender coisas todos os dias. Esta parte é fantástica!

Mas,... tirando a parte da satisfação pessoal, não existe formação para fazer todos os dias – talvez porque também só aceito fazer temas que domine muito bem, quer do ponto de vista teórico quer do ponto de vista prático.

E em contrapartida existem contas para pagar todos os dias...

‒ Auditoria – idem aspas. É bom, mas não se faz todos os dias.

‒ A consultoria, têm associadas muito mais dores de cabeça do que inicialmente esperei. Faço o meu trabalho enquanto estou no cliente e volto para casa com os problemas deles - as reuniões pesadas, a falta de tempo, as tristezas e lutas, as conversas desagradáveis(mesmo que não sejam comigo), as guerras de palavras, … tudo. Infelizmente não tenho feitio para desligar.

Há uns tempos atrás manifestei-me, num dos meus textos, contra a metodologia do fazer tudo, usada por alguns consultores.

Na altura eu tinha a certeza que as Organizações a quem damos apoio, precisam aprender e só aprendem realizando coisas.  Continuo a ter a certeza disto.

Por isso, dizia que o meu papel enquanto consultora é apoiar, ensinar,... ajudar a crescer. Pois, mas,… muitas Organizações não querem crescer, ou dadas as circunstâncias do mercado não tem disponibilidade para… E a Maria de Lurdes, depois de várias tentativas para que aprendam, também acaba por fazer algumas coisas por eles. Na maioria das vezes à noite ou durante o fim de semana...

Apesar da Certificação, acabo por ficar insatisfeita com os resultados e pensar sistemáticamente: o que poderia ter feito melhor para "fazer as coisas acontecerem".

Ou seja, vou ter que mudar de vida. :) Outra Vez!!!

Quero mais calma, menos stress, menos preocupações, mais tempo para Viver e ser Feliz.

Para já estou a investir na minha formação de forma a poder alargar o meu âmbito de actuação. Para áreas muito muito diferentes :) e espero que bem mais serenas.

Ainda só dei o primeiro passo - a escolha da formação que vou frequentar. Deixem-me refazer a frase, já dei o primeiro passo. O resto,...  há por aí quem diga que a felicidade está no caminho.

Fiz por isso o mais importante uma vez que "o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade!" - (1)

E é essa que eu quero Viver!

Entretanto, espero continuar a ter muitas solicitações para fazer aquilo que me dá realmente prazer: a formação.

- (1) - João Pereira Coutinho, jornalista. De seguida publico o texto dele completo. Adorei-o.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

A Qualidade de algumas pessoas (enquanto pessoas), deixa muito a desejar...

Os últimos tempos têm sido férteis em más notícias. Isso só por si já nos deixa tristes.
 
Mas, além de triste eu estou indignada. Acabei de ouvir nas notícias que a Madeira, depois do grande drama que se abateu sobre si, está a ser alvo de pilhagens.
 
Como é que é possível? A população perdeu tudo num ápice! Grande parte das pessoas perdeu tudo o que construiu durante uma vida.
 
Algumas, tal como aconteceu aos meus pais com os incêndios, há uns anos atrás, não só perderam tudo, como já não terão idade nem saúde para começar de novo. Alguns talvez nem tempo de vida.
 
Como é que é possível que perante isto alguns decidam roubar o que resta?
 
Queria escrever isto da forma como o sinto, mas não encontro palavras.
 
De facto isto não corresponde às expectativas que tenho em relação às pessoas que habitam o mesmo planeta, neste caso o mesmo país que eu! Simplesmente não corresponde. É muita falta de Qualidade, Humana neste caso.
 

O padre e o Taxista

Não resisto a partilhar convosco esta história..
.
Era uma vez uma aldeia onde viviam dois Homens que tinham o mesmo nome: Joaquim Gonçalves. Um era sacerdote e o outro, taxista.
 .
Quis o destino que ambos morressem no mesmo dia. Quando chegaram ao céu, São Pedro esperava-os.
- O teu nome?
- Joaquim Gonçalves.
- És o sacerdote?
- Não, o taxista.
São Pedro consulta as suas notas e diz:
- Bom, ganhaste o paraíso. Levas esta túnica com fios de ouro e este ceptro de platina com incrustações de rubis. Podes entrar. Então, perguntou ao outro: - O teu nome?
- Joaquim Gonçalves.
- És o sacerdote?
- Sim, sou eu mesmo.
- Muito bem, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e este ceptro de ferro.
O sacerdote diz:
- Desculpe, mas deve haver engano. Eu sou o Joaquim Gonçalves, o sacerdote! - Sim, meu filho, ganhaste o paraíso. Levas esta bata de linho e... - Não pode ser! Eu conheço o outro senhor. Era taxista, vivia na minha aldeia e era um desastre! Subia os passeios, batia com o carro todos os dias, conduzia pessimamente e assustava as pessoas. Nunca mudou, apesar das multas e repreensões policiais. E quanto a mim, passei 75 anos pregando todos os domingos na paróquia. Como é que ele recebe a túnica com fios de ouro e eu... isto?
- Não é nenhum engano - diz São Pedro. - Aqui no céu, estamos a fazer uma gestão mais profissional, como a que vocês fazem lá na Terra.
- Não entendo!
- Eu explico. Agora orientamo-nos por objectivos. É assim: Durante os últimos anos, cada vez que tu pregavas, as pessoas dormiam. E cada vez que ele conduzia o táxi, as pessoas começavam a rezar. Resultados! Percebeste? Gestão por Objectivos! O que interessa são os resultados, a forma de lá chegar é completamente secundária!!!
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Assegure-se que isto não se passa na sua Organização :)
FORMAÇÃO: APRENDER A FAZER É O LEMA  

Linhas Orientadoras para as Acções de Formação:
 
Sentido Prático
Tendo como objectivo adquirir a capacidade de “ fazer as coisas” , todas as acções são concebidas com exemplos práticos alusivos ao tema tratado.
 
Simplicidade
A aposta é no uso de linguagem simples e entendível por todos
 
Lúdico
Teatro, metáforas e jogos são um elemento habitual nas acções realizadas. O objectivo: aprender através do divertimento.
 
A titulo de exemplo, algumas acções que desenvolvo:

- Implementar Sistemas de Gestão da Qualidade

- As Normas ISO 9000

- Definição e Monitorização de Objectivos

- Definição da Documentação do Sistema de Gestão da Qualidade

- Promova a melhoria através da Revisão do Sistema
 
- Auditorias da Qualidade Internas

- Qualidade em Serviços

- Qualidade no Atendimento ao Cliente

- A melhoria através das Reclamações

- … outros, de acordo com as suas necessidades

 
GERE UMA ORGANIZAÇÃO DE FUTURO?
Segundo dizem os especialistas, a tendência para a próxima década, é que a implementação de Sistemas da Qualidade se estenda a todas as Organizações, seja qual for a sua dimensão ou sector de actividade.

Este prognóstico não me surpreende, uma vez que os Sistemas de Gestão da Qualidade são uma óptima ferramenta para melhorar o desempenho das Organizações.

Seja proactivo e ganhe com isso!

Defina e implemente o seu Sistema de Gestão da Qualidade ou melhore o existente.

- Diagnóstico Inicial (gratuito e sem compromisso),

- Definição(re) e Implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade,

- Criação da Bolsa de Auditores da Qualidade Internos e sua Formação,

- Auditorias da Qualidade Internas.


Torne a sua Organização Única!

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Aposte nas pessoas através da Qualidade
 

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O outro lado de mim

Há uns tempos atrás alguém me sugeria que falasse de mim; dos meus sentimentos, da minha forma de ver a vida, daquilo que gosto, etc.
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Não sei até que ponto isso possa interessar a quem lê... e muito menos a quem trabalha na área da Qualidade, mas ainda assim vou aceitar a sugestão.
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E para começar...
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Já várias vezes falei neste blog, do meu gosto pela formação.
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Penso nunca ter referido que uma das coisas que mais gostava de poder fazer era poder dedicar a minha vida exclusivamente a actividades de ensino/formação direccionadas para os mais necessitados. Gostava de poder partilhar coisas simples com pessoas simples, humildes e com vontade de aprender. Gostava de fazer parte do seu crescimento(e do meu!, porque obviamente actividades desse género tem que nos fazer crescer!)
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Estou certa que por esse mundo fora existem muitos milhares de pessoas e empresas a precisar desse apoio. Mas a verdade é que ainda não foi possível concretizar este objectivo.
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Parece que a sua concretização não é compatível com o facto de eu não ser milionária e de além disso pretender viver.
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As empresas do meu mundo(entenda-se Portugal) não precisam desses serviços. Ou pelo menos é o que posso deduzir.
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Mas enfim,... a esperança é a ultima a morrer... :)

Aceitação EMM's

"Provavelmente não se recorda de mim, fui sua formanda na SGS no curso de Implementação de Sistemas da Qualidade e sou frequentadora assídua so seu blog.
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Tenho umas questões relativamente aos EMM’s que ainda não consegui esclareci, por isso venho recorrer à sua ajuda.
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Encontrei um documento de uma empresa de Gestão e Engenhenharia da Prevenção que refere o seguinte: “Do ponto de vista da gestão pela norma NP EN ISO 9001:2008, mesmo depois de um EMM ter sido calibrado não significa que o mesmo esteja em condições de ser colocado em serviço novamente. Isto porque o relatório de calibração não dá informação quanto ao estado de aceitação ou rejeição do EMM. Apenas fornece dados de avaliação técnica como dimensão de folgas, valor de erros de medição, tendo em consideração níveis de rigor e incerteza, entre outros consoante o tipo de EMM em causa.” Esta permissa é verdadeira?
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Ainda outra questão, na verificação interna de EMM’s podemos definir um critério de aceitação que não leve em conta a incerteza das medições? Ou o critério de aceitação terá de ser igual para a calibração e verificação interna, sendo que na calibração considerámos o critério Erro + Incerteza<= Tolerância? Obrigada!"

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Pois é claro que me recordo de si! É verdade que me cruzo com pessoas diferentes todos os dias, mas quando vi um no seu nome no email, identifiquei que tinha sido minha formanda. É um nome bonito mas pouco comum. Pelo menos em Portugal.

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Quanto às suas dúvidas... penso que são mais certezas. :). A metrologia não é propriamente o meu forte, mas ainda assim, acho que posso dizer alguma coisa.
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Sim, é verdade o que leu no tal documento. Um EMM calibrado é um equipamento calibrado, não(ainda) um equipamento apto a ser usado
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Calibrar significa, em linguagem muito simples, comparar a medida do EMM em causa com o padrão.
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Depois disso é necessário fazer a aceitação do equipamento, ou seja verificar se os resultados dessa comparação(que se encontram no certificado de calibração) estão dentro dos critérios definidos para esse EMM.
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Quanto à segunda,... não lhe sei dar uma resposta exacta. O que lhe sei dizer é uso a formula que refere.
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Já há uns tempos atrás tinha pedido a um colega de profissão para escrever algo sobre isto. Consulte o artigo "Alguém ajudou".
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Mas uma consulta indispensável para este tema é a NP EN ISO 10012:2005 – Sistemas de gestão de medição, requisitos para processos de medição e equipamento de medição.
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Não deixe de a consultar.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Talvez não pareça... mas era uma acção de formação!





E o tema não era culinária!


É caso para dizer que quando o formador não tem juízo...
O tema era Atendimento e Serviço Pós-venda. Decorreu em Pós-Laboral com um grupo espectacular.
Abertas as hostilidades (por mim e por parte dos participantes - no segundo dia levei um bolo e os restantes levaram chá para partilharmos no intervalo),... foi o descalabro total...
Todos os dias alguém queria mostrar os seus dotes culinários.
São estas pequenas coisas que diferenciam as pessoas! Obrigada a todos, por tornarem esta acção tão agradável, à alma e ao corpo.
Espero que o Universo vos reserve o melhor do mundo.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Concepção...

"...
Pretendo esclarecer uma dúvida que tem a ver com a “Concepção e desenvolvimento”, quais são os critérios para que este ponto da norma seja aplicável numa organização.
..."
"...
Sou responsável da qualidade numa empresa que presta serviços de gestão de resíduos, limpezas industriais, limpezas especiais e consultoria ambiental e tenho tido algumas dificuldades em compreender o ponto 7.3. da ISO 9001.

Será possível excluir esse ponto? Com que justificação? Poderei dizer que os serviços já existem no mercado e que nós nos limitamos a conjugá-los e adaptá-los às necessidades dos clientes.

E se não, como tratar de questões de verificação, validação e controlo de alterações da concepção e desenvolvimento numa empresa que presta serviços?
..."
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Olá a ambas,
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Começando pela questão da aplicação: A clausula concepção é aplicável sempre que a Organização concebe produtos ou serviços.
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Não é aplicável nas situações em que a Organização não tem nenhuma intervenção na definição/concepção do produto/serviço que disponibiliza ao mercado, por exemplo quando vende produtos tal qual como os adquiriu ao fornecedor ou quando presta serviços cujas características estão pré-definidas (por exemplo pelo cliente, pela lei, pela marca que representam,...).
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Quanto aos serviços de gestão de resíduos: o que me refere é muito pouco, mas ainda assim sou tentada a dizer que se aplica.
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Partindo do principio que os serviços de consultoria são definidos de acordo com cada situação, sim temos concepção.
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De facto em serviços é mais difícil de evidenciar que seguimos as etapas previstas em 7.3. Tal tarefa pode ser facilitada através da criação de um impresso que contemple campos para as várias fases. Assim, os passos não só ficam formalizados como ficam organizados e fáceis de localizar. Para já não referir que obriga a reflectir.
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Vou anexar um exemplo, que pode servir como base de trabalho.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Fornecedores sua selecção e Avaliação

Cara Lurdes
...como você costuma dizer que gosta de noticias das pessoas que cruzam o seu caminho, resolvi mandar um alô :), Já estou a trabalhar e de momento estou a fazer o processo da qualificação e avaliação de forncedores. Alguma sugestão?Bjinhos e tudo a correr sempre bem.Até sempre...
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Olá Michellle,
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no seu caso estou certa, que não se importa que publique o seu nome. Deixou o comentário identificado.
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Espero que esteja tudo bem consigo e que tenha tido um excelente Natal.
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Fico contente que tenha um novo projecto em mãos. É sempre bom, ter novos desafios.
Quanto ao tema...só dois ou três comentários muito elementares, mas que podem ser importantes
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- É necessário definir critérios para a selecção de fornecedores. Defina critérios exequíveis, sob pena de não poder cumprir. Só a titulo de exemplo, não vale a pena definir como critério - Ser Certificado no âmbito da Qualidade - se souber que a maioria dos fornecedores da sua Organização(existentes e potenciais) não o são. Encontrem critérios realistas e que sejam relevantes para a actividade da Organização.
Pode acontecer que faça sentido a existência de critérios diferentes para os diferentes fornecedores(tendo em conta o que fornecem e o impacto que esse fornecimento pode ter na prestação final da organização)
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- É necessário definir os critérios para avaliação. Também aqui podem existir critérios diferentes.
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- É necessário definir uma metodologia de registo de Não Conformidades (da responsabilidade dos fornecedores) que seja prática e permita a recolha de elementos para a avaliação.
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É importante definir a periodicidade da avaliação e que medidas se tomam em função da mesma.
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Também é desejável que esteja definido em que condições "se perde" a qualificação.
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Estas actividades devem ser desenvolvidas tendo em conta a necessidade de criar relações mutuamente benéficas com fornecedores. Afinal todos tem a ganhar com um melhor desempenho.

Dois contactos, uma mesma ambição

Exmos Srª.,
Chamo-me ..., tenho 24 anos, concluí no ano lectivo de 2007/2008 a Licenciatura em Química Aplicada - Ramo Química Orgânica na Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNL- FCT). Actualmente estou a terminar o Mestrado de Engenharia Farmacêutica no Instituto Superior Técnico/ Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa. Do plano curricular do mestrado gostaria de salientar a formação adquirida nas seguintes áreas: 1) Química Terapêutica ou Medicinal, 2) Tecnologia Analítica de Processos e Engenharia de Processos Farmacêuticos, e 3) Sistemas de Gestão da Qualidade e Regulamentação Farmacêutica. Em conjunto com a aposta na formação contínua dei início à actividade profissional em 2008/2009 como bolseira de Investigação Cientifica na UNLFCT e recentemente em 2009 fui contratada pela ... para desempenhar actividades no departamento de Controlo de Qualidade. Na expectativa de que me possa ajudar, venho por este meio pedir-lhe orientação sobre o seguinte assunto:
Gostaria de dedicar a minha actividade profissional à QUALIDADE e gostaria de iniciar funções como consultora, uma vez que se encontra nesta área o que me pode dizer sobre o assunto? Tenho procurado enviar curriculos para diversas empresas do ramo mas sem sucesso. Seria uma aposta mais acertada tirar uma formação mais dedicada no tema antes de abordar o mercado? Que formação recomendaria?
Agradeço-lhe qualquer recomendação que me possa fazer bem como a sua disponibilidade ao meu contacto.
Exma srª Maria,
Antes de mais gostaria de dar os meus parabéns pelo seu blog e pelo seu livro "Qualidade para principiantes", que também possuo.Chamo me ... e fiz um curso profissional da ISO 9001 e ISO 19011, mas ainda estou muito verde nesta área. Por isso, seu livro adequa-se à minha pessoa e como tal comprei-o.Estando desempregado, estou a pensar em iniciar a minha actividade por conta própria em diversas áreas, incluindo qualidade, mas não sei ao certo por onde começar e que preços efectuar.Por isso lhe escrevo a pedir alguma informação e alguma luz sobre esta matéria. Desde já lhe agradeço a sua atenção. Os meus cumprimentos.
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Não sei se tenho muito a acrescentar... já manifestei a minha opinião a questões idênticas.
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Para mim é muito agradável constatar que existem jovens que se interessam por estas temáticas. Afinal de contas elas são aplicáveis a todo o tipo de Organizações seja lá qual for a sua dimensão e/ou sector de actividade. Além de que são temas transversais a qualquer Organização.
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Sugestões para desenvolver esta actividade como consultor/a?
Duas, na minha perspectiva fundamentais:
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1 - experiência de terreno - Não me parece que se possa realizar um bom trabalho de consultoria, se o consultor não tiver o conhecimento da realidade das organizações e acima de tudo as dificuldades inerentes à implementação de sistemas de gestão da qualidade e formas de as ultrapassar.
Para aprender a andar é preciso cair. Só assim descobrimos como manter o equilíbrio.
Quando falo de experiência, não estou a falar de 3 ou 6 meses... nem pouco mais ou menos!
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2 - conhecimentos profundos dos conteúdos das Normas(no mínimo) - Esse conhecimento só se consegue adquirir quando juntamos a formação à experiência de terreno.
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Que mais? O resto é empenho e vontade. Que é aliás o que precisamos para ser bem sucedidos em tudo na vida!
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Votos de muitos sucessos! E voltem sempre a dar noticias.