quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

O meu silêncio relativamente à NP EN ISO 9001:2008

Tenho dado comigo a pensar que ainda não escrevi, neste espaço, uma única linha sobre a recente alteração da NP EN ISO 9001.

Pode até parecer estranho. Ou talvez não, pelo menos para quem me conhece de perto...

Como se sabe, as alterações ora introduzidas, tinham como principais objectivos:

  • melhorar a compreensão de textos e objectivar alguns requisitos;
  • facilitar a utilização;
  • melhorar a compatibilidade com outras normas nomeadamente a ISO 14001

Nesse sentido só foram introduzidas alterações que:

  • não impliquem modificações (ou que impliquem modificações mínimas) nos documentos e registos;
  • não impliquem modificações (ou que impliquem modificações mínimas) ao nível dos processos definidos pela organização;
  • que não impliquem necessidades adicionais de formação (ou que implique necessidade reduzida)
  • que não tenham implicações sobre as certificações actuais

ou seja, foram introduzidas alterações que vão ter poucas implicações/alterações no dia a dia das Organizações. Estamos a falar essencialmente de clarificação da linguagem, não tendo sido introduzidas clausulas novas.

Se a sua organização, estava a fazer a interpretação das claúsulas pelo mínimo dos mínimos, é provável, que precise proceder a algumas alterações.

Mas se a sua organização estava a fazer uma interpretação tentando exceder a média, é bem provável que não precise de fazer alterações para além de algumas palavras.

A título de exemplo na claúsula 4.1 foi substituída a palavra identificar por determinar na alínea a).

Na alínea e), acrescentou onde aplicável à palavra medir. Penso que o bom senso, já dizia onde aplicável. Verdade que não estava escrito, mas... na minha interpretação era como se estivesse.

No final reformulou a 1ª NOTA e acrescentou mais duas. Na reformulação acrescenta a necessidade de os processos necessários ao sistema de gestão da qualidade incluírem processos para actividades de gestão e de análise e melhoria.

Estou em crer que este é o ponto em que a alteração é mais significativa. Penso que muitas organizações não incluíam processos para a gestão e para a melhoria.

Na segunda NOTA clarifica que um processo subcontratado é aquele que a organização escolhe para ser executado por uma parte externa. Nada de novo. Pelo menos é o que me parece.

Na terceira NOTA refere que o facto da organização decidir subcontratar um determinado processo, não a iliba da responsabilidade sobre o mesmo. Pois Claro! Não estava escrito, mas penso que era óbvio.

Diz também que o controlo a aplicar pode variar em função das circunstâncias. Mais uma vez só clarifica. Penso que também era uma questão de bom senso.

As restantes alterações não fogem muito a este principio. Clarificam linguagem. O anexo NA apresenta uma tabela muito completa onde poderá encontrar todas as alterações.

E existem sempre Empresas de formação a ministrar cursos sobre as alterações. Penso que ainda o façam por mais algum tempo. Amanhã mesmo vou estar a ministrar um. Infelizmente não tive tempo de publicar na oportunidade. Mas hão-de surgir outros.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Avaliação da Eficácia da Formação

Uma leitora teve a amabilidade de me enviar uma questão sobre avaliação da eficácia da formação. Vou transcrever aquilo que me parece essencial para o entendimento da questão.


"... Após todo este desabafo, que me introduz, de certo modo, junto de si, dando-lhe a conhecer apenas o perfil de alguém que trabalha há 7 anos no domínio da Qualidade e se encontra, há muito, desmotivada, quero agora apenas pedir-lhe uma pequena (ou grande?) ajuda, que vou passar a tentar explicar: trata-se da Avaliação da Eficácia da Formação, não somente por parte dos colaboradores (formandos) mas também aquela que deve ser feita pelas chefias desses colaboradores. Ou seja, a determinação da verdadeira utilidade da formação vista pelas chefias. Na empresa onde trabalho, determinámos que 6 meses após a conclusão da acção de formação, enviaríamos às chefias um formulário para que nos transmitissem a sua opinião relativamente à eficácia da formação frequentada pelo seu colaborador. No entanto, não definindo quaisquer critérios, vemo-nos obrigados a enviar para todas as acções de formação. Há algum tempo atrás, um dos auditores externos falou-nos que não necessitaríamos de enviar para todas as acções de formação, mas apenas para as acções de formação qualificantes. E não aproveitámos para esclarecer esta questão. Um outro auditor externo voltou a tocar o assunto e referiu que essas “acções de formação qualificantes” estariam definidas pelo IEFP e pareceu-me que ele terá dito que teriam que ter uma carga horária mínima de 14 ou 15 horas para que fossem consideradas como tal... Enfim. Eu já perdi bastante tempo a tentar esclarecer este assunto e não fui capaz. E a Maria de Lurdes pareceu-me ser a pessoa ideal para me ajudar neste assunto, para já, e, quem sabe, em outros, daqui em diante, pois o seu “blog” apresenta-se, para mim, neste momento, como “uma luzinha ao fundo do túnel”. Até com o seu modo de sentir eu senti afinidade. Até com a sua opinião relativamente a uma dada sessão sobre a ISO 9001:2008 em que também estive presente no passado dia 14 de Outubro de 2008.

Antecipadamente grata pelo tempo que eventualmente lhe possa vir a tomar com este meu pedido,



Olá cara leitora,

Obrigada por todas as suas palavras, as que aqui estão e as que não coloquei por entender correcto não a expor...


Acredite, que também me identifiquei totalmente com as suas palavras. Em determinada medida revivi várias passagens..


E sobre isso,... nada a acrescentar. Quem trabalha nesta área sabe que necessita ter uma grande capacidade de auto-motivação, persistência, capacidade de influenciar e motivar todos os outros para a importância do tema,... faz parte dos requisitos para a função. Se quisermos em linguagem normativa, das competências necessárias.


Claro que todos sabemos que existem dias,... que preferíamos não ter saído da cama... mas são esses que nos fazem crescer.


Considerações à parte, vamos à questão:

Estamos como se sabe a falar da cláusula 6.2 - Recursos Humanos e mais concretamente a alínea c) - avaliar a eficácia das acções empreendidas.


Como se pode ver, a norma não refere como deve ser realizada esta avaliação da eficácia, nem refere que a avaliação deve ser realizada para todas as acções nem que deve ser realizada para todas as acções da mesma forma. Cada Organização deve encontrar a melhor forma para a sua realidade.


Poderão existir acções que somente são avaliadas do ponto de vista da realização da acção. Correu bem? Os formandos gostaram? Manifestaram interesse? Participaram? Estou neste caso a falar das avaliações realizadas no final da própria acção quer a dos formandos em relação ao formador quer as do formador em relação aos formandos.


No entanto esta não é aceitável que a organização realize somente esta avaliação para todas as acções.

As acções tem níveis de importância diferentes, quer pelo tema, quer pela duração, quer pelas competências a adquirir. É expectável que para as acções com níveis de importância superior seja realizada a avaliação da sua eficácia.


Assim sendo, é boa prática que a organização, aquando do planeamento das acções de formação ou outras que vai desenvolver (com vista ao desenvolvimento das competências dos colaboradores), defina para as quais vai realizar a avaliação da eficácia da formação.


Poderá, incluir no Plano de Formação/outras acções, uma coluna onde assinala quais prevê/pretende que venham ser objecto de avaliação da eficácia ou definir que todas as acções com duração superior a X horas, ou sobre o tema Y, ou sobre o tema Y mas com mais de X horas são sujeitas a avaliação.


Também é boa prática que esteja à partida definido, o período que medeia entre a realização da acção e a data da avaliação da eficácia.


Quem define o que avalia e em que condições são as organizações. Mas de facto devem definir.


Um curso de Inglês poderá ter uma importância altíssima (e por isso estar sujeito a avaliação da eficácia) se os formandos forem por exemplo guias turísticos e se o negócio da sua organização for o turismo e ter uma importância pequena (e por isso não estar sujeito a avaliação da eficácia) se os formandos forem administrativos e só pontualmente usarem inglês.


Claro que o mais comum é que só realize as acções mais relevantes, mas por vezes, felizmente, ultrapassa-se o patamar mínimo.


A avaliação da eficácia é mais fácil e objectiva se estiverem definidos os objectivos da mesma. Só assim podermos avaliar, após o período definido, se os mesmos foram alcançados.

Vou anexar um exemplo de um modelo.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Estou mais rica! E muito feliz.

A vida é de facto fabulosa e reserva-nos momentos e surpresas que nos deixam sem palavras.

Hoje foi um dia cheio dessas surpresas.

Já se perspectivava um dia interessante; participar num Seminário, com Instituições que me tratam muito bem e cruzar-me com colegas de profissão, que conheço, que admiro e por quem tenho uma especial admiração como é o caso do Eng.º João Simião e do Dr. Paulo Gamito, já era bastante motivador.


Mas, neste caso as expectativas foram ultrapassadas em muito.

A parte mais difícil do meu dia, foi mesmo o momento em que o telemóvel chamou pelo meu nome dizendo-me Mª de Lurdes levanta-te! É um chato! Eram 6 e meia da manhã!

É muito duro! De facto, não somos perfeitos... um dos meus maiores defeitos é que detesto acordar cedo. Está nos meus sonhos ter uma vida que me permita sair da cama só quando acordar naturalmente.

Mas,... isso é outra conversa. E acima de tudo ainda é um sonho. Estou a pensar transformá-lo em objectivo, mas ainda não estão reunidas as condições...

Agora vamos ao resto do dia. Tirando obviamente este "piquenino", minúsculo mesmo, detalhe.


Lá fui eu com destino a Santo André. E eis que começam as surpresas:

1ª - sala cheia- É bom ter sala cheia, saber que o tema que temos para tratar é do interesse de um número significativo de pessoas.

2ª surpresa - no público alguns formandos com quem já me cruzei noutros eventos. É tão bom rever pessoas!

E para inicio de Seminário já ficaria muito feliz com estas. Mas... um pouco depois da abertura do Seminário, alguém abre a porta, e... juro que não queria acreditar. Estavam a entrar duas pessoas que adoro, as minhas amigas Lina Andrês e Rita Tomásio, respectivamente Presidente e Gestora da Qualidade da 1ª Junta de Freguesia com quem colaborei no âmbito da implementação de Sistemas de Gestão da Qualidade, a Freguesia de Montelavar. Foi uma surpresa muito muito grande e muito muito agradável. Obrigada. Muiiiiiiito

3ª Embora esta não tenha sido propriamente uma surpresa, pelos motivos que já referi no inicio, gostei imenso de todas as participações. Vi do Seminário muito mais rica! Cada um ao seu estilo, os oradores, foram muito bons. Parabéns a todos!

surpresa, ou talvez também não seja totalmente surpresa, hoje, tal como já aconteceu na ultima vez, adorei a aula de dança. Para quem não sabe sou aluna de um curso cujo designação é "Pés de Chumbo"! Porque será?
Mas... hoje já senti os pés bem mais leves. Esperem para ver! Um dia destes ninguém me para! :).
Tenho uma professora simplesmente fabulosa! Obrigada Teresa! Eu já tinha frequentado aulas de dança por várias vezes (uma meia dúzia!) e... desisti sempre...

E obrigada também à maior vítima da minha aselhice: o meu amigo António, que teve a amabilidade de me acompanhar e de fazer de meu 2º professor.

E o melhor estava ainda para vir.

5ª - Quando cheguei a casa e liguei o meu computador (depois de umas 10 tentativas por causa de um vírus, que devo ter recebido num mail que recebi ontem e cujo assunto era "Para alguém que amo muito", ou algo do género. Isto quando nos dizem estas coisas... já sabemos que nos querem... muito, queria eu dizer....)... mas prosseguindo...; depois das tais tentativas, percebi, que além dos comentários que o leitor consegue visualizar, tinha no meu mail uma mensagem dum ex.

Não, não é desses... Para que possam, entender, já publico a seguir, até porque é perceptível que pretendia deixar nos comentários.

Adorei caro ex. Obrigada. É mesmo uma pessoa linda! Que pena estarmos longe, assim não podemos tomar um cafézinho de vez em quando e trocar umas ideias sobre auditorias...

Por falar nisso, essa coisa de não ir às reuniões/formações de auditores não me parece bem. Perdemos uma oportunidade de conversar...

E com isto tudo, só podia ficar com as energias todas em cima. Nem consegui dormir sem escrever.

Obrigada a todos. E ao Universo também!

Afinal a vida dos profissionais da Qualidade, também pode ter muitas coisas motivadoras.

de um ex.

Olá, Olá, Maria de Lurdes, há muito tempo que não falamos, demasiado mesmo. Como outros ex. tenho saudades dos nossos encontros, do que fizemos juntos, das conversas que tivemos... Acima de tudo tenho saudades da pessoa simples que nos faz parar para colocar as coisas no seu devido lugar, com a importância que realmente têm, com a capacidade de nos fazer parar na louca corrida do dia a dia em que todos vamos apressados, muitas vezes sem saber bem para onde, com a capacidade de nos fazer reflectir sobre o que efectivamente interessa, sobre o que é fundamental. A Qualidade da Maria de Lurdes aplica-se em todos os campos.
Nunca tive muito jeito para escrever mas gosto muito de ler, essencialmente de ler algo com conteúdo, algo que tem substância e que transmite uma mensagem que nos faz pensar. Por isso também sou mais um leitor assíduo deste blog e não vou permitir que a Maria de Lurdes vacile sequer sobre a sua capacidade de escrita, de chegar aos outros, de transmitir as suas experiências,...
Já agora, para quem possa estar a ler, este ex. é de ex-colaborador, ex-auditor, mas não ex-amigo.
Um grande beijinho para a minha amiga Maria de Lurdes
VB

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

A minha admiração...

Iniciei este blog com a intenção de partilhar ideias sobre a temática da Qualidade com a regularidade característica dos blogs. Isso foi há aproximadamente um ano.

A ideia era dar exclusividade à minha vertente profissional ou seja, à Qualidade. Verdade mesmo, é que não é possível separar a Qualidade, objecto da minha profissão, de mim própria como pessoa.

Não menos verdade, é que nunca coloquei textos com a regularidade dos Bloguers profissionais. Mas... ultimamente tenho-me sentido incapaz de manter o ritmo. E muito menos manter o ritmo e a exclusividade do tema.

Tenho tentado várias alternativas, mas com pouco sucesso.

Confesso que não é nada fácil admitir tal facto. Aparentemente não custa nada escrever algo diariamente.

Aparentemente... na prática... ou não temos tempo, ou não nos conseguimos concentrar, ou não encontramos o tema adequado, ou não estamos seguros se isso interessa ao leitor, ou, ou, ou, ...Escrever não é algo que se faça num simples estalar de dedos...

No pouco tempo que tenho e que consigo visitar alguns blogs, encontro situações que admiro muito. Muito mesmo!.

Existem pessoas que escrevem todos os dias. Que escrevem mais do que um texto por dia. E que escrevem coisas muito interessantes. São exemplo disso uma boa parte dos blogs que tenho em Sites Interessantes.

Não poderia deixar de manifestar-lhes aqui a minha admiração. Parabéns! Admiro muito essa vossa capacidade de manter a frequência e a qualidade dos vossos textos... Parabéns mesmo!

E quanto a mim, e na sequência do que disse no inicio deste texto, vou alargar um pouco o âmbito dos temas.

Vou escrever mais sobre a Maria de Lurdes como profissional da Qualidade vou referir-me às minhas dificuldades, às minhas ansiedades, aos meus medos, à satisfação de desenvolver actividades que gosto, às coisa que aprendo em cada situação/projecto, às alegrias do meu dia a dia, aos eventos que conheço sobre o tema, etc.

Assim talvez consiga escrever mais qualquer coisa, afinal de contas a vida dos profissionais da qualidade é muito cheia...

Ah,... e se puder e quiser, ajude-me a ultrapassar esta minha incapacidade, não hesite em partilhar connosco as suas experiências. Decerto tem coisas muito interessantes com as quais todos ficaríamos a ganhar.

Obrigada

Partilha de informação

Sempre que posso gosto de frequentar acções que possam contribuir para o desenvolvimento das minhas competências. E se puder fazê-lo a custos reduzidos, tanto melhor.

Penso que se passará o mesmo com toda a gente. Por isso, sempre que tiver conhecimento de acções que me pareçam interessantes para os profissionais da área da Qualidade, vou informando. Quer sejam aquelas que pretendo frequentar quer aquelas em que vou intervir.

Se tiver conhecimento de alguns eventos que possam ser interessantes, por favor partilhe connosco.

O próximo vai ser dia 30 no Instituto Jean Peaget em Santo André.

Se estiver por perto, e se os temas lhe interessarem, podemos cruzar-nos por lá.

Seminário: Sistemas de Gestão da Qualidade, Segurança, Ambiente e Responsabilidade Social - Campus Universitário de Santo André30 de Janeiro

O Campus Universitário de Santo André organiza, a 30 de Janeiro, um seminário subordinado ao tema Sistemas de Gestão da Qualidade, Segurança, Ambiente e Responsabilidade Social.

Este encontro conta com a participação de profissionais de diversas áreas, com o objectivo de debater alguns dos desafios enfrentados pelo meio empresarial. A criação de mecanismos de competitividade, os conceitos de eficiência e eficácia e as actuais exigências do mercado são algumas das temáticas a aprofundar.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Melhor qualidade de vida no trabalho

O texto que se segue faz parte daquele conjunto de coisas que vem parar ao nosso correio electrónico. Não trazia identificação do autor... Tenho pena de não poder referir, mas já recebi sem identificação. Ainda assim, não posso deixar de dar os Parabéns a quem escreveu. Gostei muito e concordo plenamente.
"O mau humor é uma das piores pragas no local de trabalho. Além de ser altamente contagioso e contaminar com facilidade quase todos os que com ele contactam, pode chegar a ter efeitos devastadores na produtividade de uma equipa. Uma discussão familiar, as horas passadas no trânsito ou mesmo uma preocupação no trabalho, podem deixar qualquer um de “candeias às avessas”, mas são situações pontuais, passageiras, que acabam por se resolver com o tempo e alguma paciência. Mas o que fazer para aqueles casos em que o mau humor se torna persistente? Como evitar tornar-se naquele tipo de pessoa que, em todo o lado e a todo o momento, está de mal com o mundo e tudo mais o que o rodeia? Deixamos-lhe algumas recomendações essenciais, para não se tornar um “mal-humorado” crónico.- Deixe de ser do contra! Em vez de estar constantemente a pôr em questão cada situação da vida e as atitudes de quem o rodeia, procure ser mais tolerante. Uma empresa precisa de colaboradores com energia, envolvidos com o grupo e motivados, e não de alguém que constantemente entra em conflitos… Tem a certeza que quer tornar o ambiente de trabalho ainda mais pesado do que a própria rotina?


- Comprometa-se. Faça um acordo consigo próprio de não se deixar aborrecer com nada durante duas horas. Vencida a primeira etapa, vá renovando esse acordo regularmente. Verá que é cada vez mais fácil manter-se um pouco alheio às pequenas tricas do dia-a-dia.

- Ponha o perfeccionismo de lado. Se é daqueles que procura sempre a perfeição em tudo o que faz fique a saber que esse é um passo certo para a frustração e um bloqueio à boa disposição. Assuma que é suficiente fazer um bom trabalho e cumprir os seus objectivos, mesmo quando não atinge a tal perfeição que ambiciona.


- Espalhe simpatia. Não custa nada sorrir e saber retribuir um cumprimento com simpatia. Verá que a boa disposição é, também ela, contagiosa e uma eficaz arma contra a irritação e intolerância.

- Controle-se. Descarregar a raiva nos seus colegas ou passar um dia inteiro de “cara feia” para o mundo não vai ajudá-lo a resolver seus problemas. Aprenda a controlar as suas emoções.

- Abrande o ritmo. Muitas vezes, o facto de permanecer muitas horas na empresa e dar resposta às constantes solicitações diárias são factores suficientes para quebrar a sua boa disposição. É preciso saber desacelerar um pouco e aligeirar a tensão habitual.


- Racionalize. Perca alguns minutos a pensar se haverá mesmo motivos válidos para o seu mau humor… Na maior parte dos casos, pôr as coisas numa outra perspectiva é suficiente para eliminar parte dos problemas e sentir-se muito menos amargurado.

Melhoria



Se você só fizer aquilo que sempre fez, só obterá aquilo que sempre obteve. Se o que você está fazendo não está dando resultado, faça outra coisa”

Joseph O’Connor e John Seymour

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Pensando alto sobre competências..

Competências são capacidades para realizar coisas. As competências podem ser inatas (aptidões) ou adquiridas.

As competências inatas traduzem-se num conjunto de aptidões, ou seja de capacidades para realizar determinadas coisas que nasceram connosco.

Alguns de nós têm uma aptidão natural para pintar, para a música, etc. … Podemos melhorar/aperfeiçoar essas capacidades, mas a verdade é que naturalmente já nascemos com elas.

Existem outras capacidades que adquirimos ao longo da vida. Podemos adquiri-las de várias formas, estudando, frequentando acções de formação (teóricas, práticas ou outras) treinando, observando, cometendo erros, …

A título de exemplo podemos ou não ser capazes de:

Realizar uma instalação eléctrica,

Comunicar em Russo

Realizar trabalhos em Word

Ler um esquema eléctrico

Conduzir

Gerir a Qualidade,

O ser ou não capaz de realizar qualquer uma destas coisas, depende de termos ou não um conjunto de conhecimentos teóricos ou práticos associados ao tema.

Por exemplo, seremos capazes de conduzir (teremos competências para conduzir) se soubermos o código da estrada, se soubermos ligar o carro, meter mudanças, dominar o volante, etc. …. Para saber estas coisas foi necessário estudar o código e treinar a condução(fazer lições de condução).

Seremos capazes de realizar uma instalação eléctrica se tivermos conhecimentos de electricidade e se já tivermos realizado essa actividade algumas vezes (experiência)

Talvez por isso, muitas vezes as descrições de funções incluem um campo que define os requisitos para o desempenho da função e refere coisas como:

- licenciatura em xxx

- conhecimentos de electricidade nível xx

- experiência em gestão da qualidade – mínimo 3 anos

- …

Quem define como requisito mínimo experiência em gestão da qualidade – mínimo 3 anos, está a dizer (indirectamente) que quer uma pessoa que tenha capacidade (competência) para gerir a qualidade; que saiba as Normas, que conheça as metodologias e que seja capaz de as aplicar à realidade que se lhe depara. Se em vez de experiência em gestão da qualidade definirmos como competências, como exemplo: saber interpretar e aplicar as Normas relativas a gestão da Qualidade, conhecer as metodologias relativas à gestão da qualidade e saber aplicá-las, estamos a ser mais claros no que pretendemos. E mais precisos!

Podem existir pessoas que tem 30 anos de experiência e por motivos vários nunca adquiriram as competências que era suposto adquirir.

A Norma obrigar a realizar a avaliação da eficácia das acções desenvolvidas para melhorar ou adquirir competências (formação ou outras). A verdade é que podem existir pessoas que frequentaram acções de formação e que não adquiriram as competências que era suposto. Ou o contrário, existirem pessoas que embora não frequentando tais acções, vão melhorando gradualmente as suas competências.

Na minha perspectiva esta questão da formação e das competências deve ser objecto de uma abordagem muito mais completa. Existem muitos outros factores que influenciam a aquisição / desenvolvimento de competências ou se quisermos que influenciam o desempenho dos Recursos Humanos.

Só para não ir muito mais longe, se a pessoa estiver a realizar uma actividade que gosta, que o motiva, que lhe dá satisfação, é ela própria que quer saber mais e vai à procura de formas de adquirir mais competências, troca ideias com colegas, procura de documentação, treina até conseguir melhores resultados, etc. …

Se estiver a fazer algo que detesta… nem preciso dizer o resultado.

Para já não referir que muitas vezes as pessoas estão a desempenhar funções que detestam e para as quais não possuem competências, quando a organização até possui funções que elas gostariam de desempenhar e para as quais possuem muito mais competências…

Na revisão de 2008 a Norma passou a dizer na alínea b) do ponto 6.2. “onde aplicável, proporcionar formação ou empreender outras acções para atingir a competência necessária.”

As medidas para atingir/melhorar competências podem ser várias. Cabe à Organização identificar quais. Também cabe à Organização decidir se em determinada circunstância se justifica ou não tomar medidas (onde aplicável).

Não querendo puxar a brasa à minha sardinha (à minha formação base) o ideal é que a organização seja capaz de realizar uma boa Gestão dos seus Recursos Humanos nas suas várias vertentes.

sábado, 27 de dezembro de 2008

outra sobre competências

É o seguinte o teor da questão: "Esta questão prende-se com a definição de competências e a avaliação das mesmas! Na minha empresa, temos muitos colaboradores que trabalham connosco há muitos anos e que têm muito baixas qualificações (relativamente à escolaridade). temos pessoas ao nível administrativo que têm somente a 4ª classe..... Actualmente ao efectuarmos a definição de competências, estas já exigem um nível de escolaridade mais elevado (pelo menos 9º ano ou 12º ano). A minha dúvida é a seguinte: ao efectuarmos a avaliação de competências, a escolaridade deverá ser uma competência a avaliar? Se sim, esta, em grande parte dos nosso colaboradores, terá sempre uma avaliação negativa…. Como poderemos gerir isto? Ao definirmos as competências e por exemplo exigirmos para uma determinada função o nível de Licenciatura, implica que uma pessoa que tenha o 12º ano não possa ser contratada para essa função? Muito Obrigada!!" 

RESPOSTA: Bateu novamente num requisito polémico: 6.2.2 A identificação de competências deve ser realizada tendo por base a função em questão e aquilo que a organização espera dela. Esta identificação é independente da pessoa que a desempenha, ou seja, o que interessa saber é quais são as competências que a organização considera necessárias para o desempenho adequado das várias funções. Se a pessoa que actualmente desempenha essas funções possui essas competências ou não, já é outra conversa. A alínea a) do requisito 6.2.2 somente pede que se determinem competências. E competências poderá ser escolaridade, experiência, aptidões várias, etc. Já a alínea b) diz-nos que se as pessoas que desempenham as funções não possuírem as competências determinadas como necessárias, então a Organização deve proporcionar formação ou empreender outras acções. É a organização que decide quais são essas acções. O importante é que as tome e que as acções vão de encontro às necessidades. Dando um exemplo, se a organização definiu que todos os administrativos deveriam possuir a competência domínio do Word nível 5 e um dos administrativos nem sequer sabe Word, então espera-se que ele vá frequentar uma acção de formação cujo objectivo seja adquirir essa competência. Não interessa enviá-lo para inglês se isso não estiver identificado como uma competência necessária. Também não é obrigatório que ele vá de imediato. A organização deve estabelecer um Plano de Formação de acordo com as prioridades que considerar adequadas. O que a Organização deve avaliar, são os resultados das acções desenvolvidas em b). No fundo o que se pretende avaliar é se as pessoas depois de irem à formação, ou a quaisquer outras acções com a mesma finalidade, melhoraram ou não as competências que inicialmente possuíam. Todos sabemos que por vezes temos pessoas que por muita formação que se faça não vão conseguir adquirir o ideal, mas espera-se que melhore alguma coisa. O que se deve avaliar é se o formando melhorou o que se pretendia que melhorasse. Nesse sentido a escolaridade só será avaliada se o objectivo de uma determinada acção era aumentar a escolaridade. No exemplo anterior, o que se pretende avaliar depois da frequência da acção de formação é se o formando aprendeu ou não Word no nível pretendido. Quanto à última questão: As pessoas que já trabalhavam na organização e não possuem todas as competências que estão identificadas como necessárias a organização decidirá quais pretende que eles venham a adquirir e que medidas vai tomar para que isso aconteça. Nalguns casos, nomeadamente os da escolaridade poderá entender não fazer nada. Para os que entram de novo, já não deverá ser assim. As competências que se determinam devem ser o espelho daquilo que a organização pretende. Assim sendo, só seleccionará candidatos que não possuam essas competências, se não encontrar outros. É uma questão de coerência. Claro que existem excepções e essas são sempre justificáveis. Vamos supor que não possuía licenciatura conforme determinado, mas quem recrutou entendeu que a sua extraordinária experiência quer na função quer o ramo eram suficientemente relevantes para o contratar…. Pois contrata e deixa isto explicado no processo de selecção. Espero ter ajudado. Tenha um excelente 2009!

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Uma questão sobre calibração...

Mais uma vez, decidi responder através do blog por me parecer ser uma questão que possa interessar a mais leitores, ou que existam leitores que possam ajudar mais do que eu, acrescentando o seu comentário.

Tal como nas situações anteriores, por motivos de respeito pela privacidade de quem me contacta não vou divulgar o nome.


Uma das questões que recentemente recebi foi esta:


"Como é que devem ser feitas as verificações internas

1) Deverá ter-se em consideração o erro e incerteza do equipamento padrão? (tal como na calibração)

ou

2) Efectua-se somente uma comparação de resultados do género:
- medição com o eq padrão=X
- medição com o equipamento a verificar = Y
- |X-Y| < style="">Resposta:

O cumprimento do requisito 7.6 - Controlo do equipamento de monitorização e medição levanta sempre muitas questões. É por isso normal que tenha obtido várias respostas para a sua questão. Existem várias formas de cumprir e elas variam consoante a formação e a percepção de cada um relativamente ao tema.


Talvez seja conveniente esclarecer que embora eu tenha feito uma Especialização em Engenharia da Qualidade, a minha formação base não é engenharia.

Assim sendo só poderei responder de um ponto de vista mais genérico. Se existir desse lado algum leitor que queira dar alguma ajuda, é muito bem-vindo.

Embora a minha limitação técnica, vou referir-me ao que, do meu ponto de vista, me parece essencial.


Comecemos pelo princípio, O que estamos a medir/monitorizar? Estamos a medir/monitorizar características essenciais para a conformidade da dúvida (onde é necessário assegurar resultados válidos)?

Qual a validade dos resultados do equipamento padrão? Este está a ser periodicamente calibrado? O critério de aceitação definido é o adequado?

... a resposta à questão colocada poderá ser sim, ou não, dependendo de todos estes factores.

Claro que se quisermos ser extremamente rigorosos, as verificações internas devem ser tão exigentes quanto aquelas que realizam os laboratórios acreditados. Mas para a sua realidade, justifica-se esse rigor?

Se usar um equipamento padrão que seja periodicamente calibrado (que assegure a validade das medições), se tiver definido um critério de aceitação rigoroso, se as medições que efectua com os equipamentos que verifica não incidem sobre características absolutamente essenciais do produto, eu diria que a sua fórmula é suficiente.

Se o que disse no parágrafo anterior não for verdade... então a questão muda de figura.

Acima de tudo acho que deve imperar o bom senso.

Penso que o essencial é que esteja convencida que o rigor que aplica é o adequado à sua realidade. Com toda a certeza, conhece a actividade da sua empresa, tem claro que tipo de medições faz, que critério de aceitação definiu,... etc. Com base nisso questione-se: o método que utilizo garante-me que as medições que realizo são reais? Posso confiar nas medições que realizo?

Lamento, não poder ajudar mais e melhor.