terça-feira, 26 de maio de 2020

Para implementar a ISO 9001, tenho mesmo que ter uma Análise Preliminar de Perigos?

Na nova geração de normas, a ISO 9001 foi a primeira Norma a ser publicada e trouxe consigo um novo conceito: Pensamento Baseado em risco.

Já se esperava na altura que existissem diferentes interpretações deste conceito, de tal forma que esta publicação de 2015 acabou por incluir um anexo cujo título já diz muito: Anexo A (informativo) - Clarificação da nova estrutura, terminologia e conceitos.

Um anexo para clarificar terminologia e Conceitos!!! .A ISO 9000, já é, supostamente, uma norma de conceitos e terminologia. Se precisamos de a clarificar,.... deve haver um motivo. Ou vários.Embora, como calculam, não tenha perguntado a quem fez o primeiro texto desta versão, penso saber que um dos motivos seja o facto de se saber que existirão sempre diferentes interpretações do mesmo texto, mais ainda quando são conceitos novos. 

O conceito risco sempre deu azo a muita conversa, e suspeito que há-de dar sempre. As próprias CT's da ISO tem trabalhado arduamente para conseguir um consenso mas ...

Todos sabemos que a nossa interpretação vai depender, entre outras coisas, da história de vida, da experiência de cada um. Pessoas com experiências na área de risco, vão ter uma análise diferente das que trabalham noutras áreas.

Mas analisemos o que nos dizem os referenciais. E já agora o histórico das versões anteriores.

Em 0.3.3. diz: " O conceito de pensamento baseado em risco estava implícito nas edições anteriores desta Norma,.." e dá alguns exemplos. Já agora vou tentar dar mais alguns numa linguagem muito simples: 

  • Em todas as versões anteriores se dizia que os contratos tinham que ser analisados(diz revistos), antes de serem assinados de forma a assegurar que a organização tem capacidade para cumprir aquilo com que se compromete. Será isto pensamento baseado em risco? 
  • Também em todas as versões dizia quando a organização quando faz compras deve ser rigorosa a seleccionar os fornecedores e deve fazer as encomendas com toda a informação necessária à correta identificação do que se pretende comprar. Será isto pensamento baseado em risco? 
E podia continuar por aqui fora... Na verdade o Pensamento Baseado em risco sempre esteve na ISO 9001, só não se chamava assim. A palavra risco não aparecia.

E para cada uma destas exigências não era feita nenhuma lista de riscos nem nenhum dos documentos que estamos habituados a ver para tratar este tema. 

E hoje, será que se exige? Pois vai depender de quem ler... 

A ISO 9001 fala muito de risco, mas em nenhum local fala de gestão do risco (excepto no anexo para fazer explicações). Em nenhuma cláusula, em nenhum requisito obriga a documentar o tema ou a aplicar alguma metodologia específica para o efeito seja lá a Análise Preliminar de Perigos ou outra.

No Anexo A diz mesmo: "... Embora em 6.1 se especifique que a organização deve planear ações para tratar os riscos, não há nenhum requisito para métodos formais de gestão do risco ou para um processo documentado de gestão do risco ... "

Pensamento Baseado em Risco,... Pensamento.... É necessário gerir o Sistema de Gestão da Qualidade com este pensamento presente: o que pode correr mal? o que pode correr bem?

Todas as decisões que tomamos devem ser precedidas deste pensamento e devem ter a resposta as estas perguntas em linha de conta.
Podemos fazer isso documentando ou não.

Cada organização deverá ponderar qual a melhor forma para a sua realidade. Se há alguma sugestão que possa dar é que escolha uma metodologia simples mas não ceda à tentação de não fazer nada só porque isso é mais fácil.

segunda-feira, 25 de maio de 2020

7


Olá Caros visitantes,

Como facilmente se constata, durante bastante tempo não tive disponibilidade nem disciplina suficiente para manter este espaço activo.

Estou neste momento a tentar inverter esta situação, escrevendo aqui e/ou no blog da minha página.

Se quiser seguir novas publicações ou se precisar mais alguma informação sobre as actividades que estão em curso podem encontra-las em:

www.didaskou.com

ou

https://www.facebook.com/LurdesAntunesDidaskou

https://www.facebook.com/LurdesAntunesTerapias



Obrigada e vemo-nos por aí :)

terça-feira, 19 de maio de 2020

Qualidade,... um trunfo a considerar

A Qualidade tornou-se uma palavra comum e frequente no nosso vocabulário.

Utilizamo-la para qualificar o ar, a roupa, os automóveis, a saúde, os produtos e os serviços que nos disponibilizam as organizações, e até a vida.

Mas será que a frequência com que a utilizamos é proporcional ao efectivo conhecimento que temos do seu significado e das implicações da sua implementação?

O que diferencia afinal, uma Organização com um Sistema de Gestão da Qualidade implementado duma Organização que não o possua?

Um Sistema de Gestão da Qualidade é uma “ferramenta” de gestão que apoia as Organizações na definição dos objectivos, das políticas, das estratégias, das metodologias e de outras acções necessárias ao seu desenvolvimento sustentável.

Essa “ferramenta” tem por base as Normas ISO do grupo 9000 nomeadamente a ISO 9000, ISO 9001 e ISO 9004 que contém respetivamente; a clarificação da linguagem específica da Qualidade, os requisitos que as organizações devem implementar e orientações para a melhoria de desempenho. Embora somente a ISO 9001 seja Certificável o uso das outras duas é imprescindível ao desenvolvimento e implementação do sistema de gestão da qualidade.

Temos que reconhecer que, aos olhos dos leigos na matéria, o conteúdo destas normas pode parecer complexo. A verdade é que ele é composto por um conjunto de regras de gestão que tem como características fundamentais o rigor e o bom senso.

Estas regras referem-se a título de exemplo, à determinação das questões internas e externas, à definição dos objectivos e seu seguimento, ao controlo dos documentos, à determinação e tratamento de riscos e oportunidades, à selecção e avaliação dos fornecedores, ao relacionamento com os clientes, à definição de competências, à manutenção das infra-estruturas, ao planeamento das actividades ao tratamento de reclamações, etc.

Com base nelas, as Organizações tem a possibilidade de definir, implementar e melhorar sistematicamente metodologias para o desenvolvimento de todas as suas actividades desde a Gestão passando pelas actividades de gestão de recursos, de operacionalização de produtos e/ou serviços até às actividades de promoção da melhoria.

Mas serão os requisitos da norma possíveis de implementar em qualquer tipo de organização?

Quando pensamos nas micro e pequenas e médias organizações somos tentados a pensar que não, no entanto os requisitos destas normas são aplicáveis a todas as organizações, independentemente do tipo, dimensão e produto e/ou serviço que proporcionam.”

Para além do que a própria Norma refere, se consultarmos os dados sobre Organizações Certificadas no âmbito da qualidade, poderemos encontrar micro empresas constituídas por uma só pessoa, juntas de freguesia, grandes multinacionais de diversos sectores, só para referir alguns exemplos de que fui “testemunha”.

Se a organização tiver trabalhadores que possuam competências no âmbito dos sistemas de gestão da qualidade, do ponto de vista da viabilidade do cumprimento dos requisitos, normalmente não existem dificuldades significativas.

Se a organização não possuir essa competência, necessita investir na sua aquisição, quer seja através de formação, de consultoria ou de ambas. Ainda assim, tendo em conta as vantagens, considero que o investimento obtém retorno facilmente.

Não existem modelos pré-feitos de Sistemas de Gestão da Qualidade. Cada organização deve definir e adaptar sistematicamente o seu em função da sua realidade, caso contrário corre o risco de tentar “vestir um fato” que não lhe serve e todos sabemos qual o resultado de tal acção. 

É por isso necessário que se adquira a competência para “cortar o fato”.

Se a opção para tal aquisição, for pela consultoria é desejável que a Equipa de consultoria, aquando do desenvolvimento do projecto, transmita o máximo de conhecimento à organização. O resultado do projecto não deve ser somente o conjunto de documentação desenvolvida; é desejável que fique também o conhecimento que permitiu desenvolver essa documentação. Se isso não acontecer na ausência da Equipa de consultoria a organização não saberá dar continuidade ao projecto.

Mas, é também necessário, e absolutamente indispensável para o sucesso do projecto, que a Organização se disponibilize para adquirir esse conhecimento, envolvendo-se de corpo e alma.

Este envolvimento deve ser a todos os níveis e deve ser vivido de forma a que o Sistema de Gestão da Qualidade se integre no Sistema de Gestão. Quero com isto dizer que as metodologias definidas para o cumprimento dos requisitos da norma devem estar de tal forma em sintonia com toda a actividade da organização que não seja possível distinguir entre o Sistema de Gestão da Qualidade e o Sistema de Gestão. Em termos práticos quero dizer que não devem existir os objectivos, metodologias, documentos, etc. da qualidade mas sim os da organização.

A implementação destas metodologias clarifica o papel de cada um na organização, clarifica os circuitos entre as várias áreas, simplifica e melhora a realização das várias tarefas, melhora a comunicação interna, diminui a probabilidade de erro, promove o tratamento de riscos e oportunidades, motiva e aumenta a participação dos trabalhadores ... e poderíamos continuar...

Penso ser fácil concluir que o somatório de todas estas vantagens se traduz numa grande mais-valia para as Organizações, para os trabalhadores e para a sociedade em geral.

Felizmente esta mais valia está sendo cada vez mais procurada por todo o tipo de Organizações independentemente da sua dimensão ou sector de actividade.

Num tempo em que todos os “trunfos” são necessários, a “aquisição”desta “ferramenta” é, sem dúvida, um investimento a considerar.

sábado, 9 de maio de 2020

Sistemas de Gestão da Qualidade – Útil em pequenas Organizações?

Esta é uma questão muito frequente. Talvez porque para uma boa parte das pessoas não é claro o que significa implementar um Sistema de Gestão da Qualidade.


Infelizmente uma ideia comum sobre a implementação de Sistemas de Gestão da qualidade é que essa implementação consiste em fazer um conjunto de procedimentos e papeis. arranjar uma forma de organizar bem os papeis é uma ideia bem comum.

Tanto que às vezes quando se fala da pessoa que se escolhe como Responsável da Qualidade se diz que ele/a é uma pessoa muito organizada. E, numa outra perspectiva diferente, também existem empresas de consultoria que vendem serviços de consultoria para implementação de Sistemas da Qualidade dizendo que os seus serviços são “chave na mão”. Eles prometem entregar tudo pronto. Penso que estão a falar da documentação.

Mas um Sistema da Qualidade, implementado de acordo com a NP EN ISO 9001, é (ou pelo menos pode ser) bem mais que papeis.

Esta Norma é tão interessante e abrangente que chega a ser injusto se pense que a sua maior exigência é ” organizar papéis”.

Mas, é como um livro, se eu não o ler nunca poderei aproveitar tudo aquilo que ele me poderia transmitir. Na verdade nem saberei a dimensão e importância do seu conteúdo.

A NP EN ISO 9001, tem exigências que podem melhorar quase todas as áreas da organização. Na verdade tem conceitos base (por exemplo o ciclo da melhoria, a abordagem por processos e o pensamento baseado em risco) que se aplicam a qualquer área da empresa sejam elas de que dimensão forem, sejam elas de que atividade forem. E qualquer um destes conceitos, bem aplicados, podem trazer um grande retorno positivo(€ e não só) para as organizações que os aplicam.

A questão é mesmo conhecê-los e saber implementá-los. A estes princípios e a todos os requisitos.

Verdade que uma certificação tem custos ( investimento, penso eu) mas implementar um Sistema da Qualidade não obriga as empresas a certificá-la. Isso pode ser a “cereja sobre o bolo”, mas o maior retorno que se obtém da implementação dum Sistema de Gestão da Qualidade é aquele que advém da implementação dos requisitos da NP EN ISO 9001.

E sim, isso só é verdade se aproveitar esta implementação para fazer uma análise profunda da sua organização e reinventá-la.

Mas tenho uma sugestão, que talvez possa parecer estranha; faça questão de participar nessa análise e reinvenção,… não deixe que o façam por si, … se quiser ganhar com isso, claro!

E ganhará certamente, seja a sua organização pequena ou grande!


terça-feira, 5 de maio de 2020

Será mesmo o plástico o responsável?

Coitado do plástico, tenho pena dele!

O plástico foi considerado o maior inimigo do planeta. É ele o responsável pela morte dos animais, pela poluição dos oceanos,…. sei lá,… sei lá,… sei lá. O plásticos e os mais velhos que “assassinaram” o planeta.

Todos os jovens ( e não jovens) decidem fazer campanhas dizem eles, de salvação do planeta. E alguns até se orgulham de dizer que os pais deles foram os responsáveis pelo estado atual do planeta.

Tal qual, nem podia ser de outra forma. Já no tempo do Sócrates (o da Grécia) os jovens diziam que tudo o que os pais deles faziam estava errado, era coisa de velhos… por isso essa coisa da responsabilidade ser dos mais velhos, está velha!

Eu faço parte desses velhos e vou contar-vos duas ou três coisas. Poucas que o tempo é muito valioso.

Em minha casa nenhuma comida vai para o lixo, nem a que sobra, nem a que eu não gosto. Há sempre algo que posso fazer com os restos,… com as cascas, com aquilo que muita gente chama lixo. E se não gosto não compro, ou compro menos quantidade. E muito menos essa coisa de; isto não gosto que tem gordura, aquela porque é um nadinha rija, a outra porque tem espinhas,… tanta gente a passar fome,…

Não compro refrigerantes e muito menos pacotes individuais. Não compro garrafas de água para beber quando tenho na torneira água potável.

Não compro roupa nem sapatos nem malas, nem …. todos os anos quanto mais várias em todas as estações. Uso-as enquanto estão boas e quando não estão adapto.

Não compro sacos para por o lixo, porque aproveito os sacos de outras coisas. Não mudo de carro de 2 em 2 anos nem sequer de 5 em 5, nem sequer de 10 em 10, nem tenho um carro de alta gama. Ah e já agora ando muita vez a pé.

Só tenho uma televisão, com mais de dez anos e também só tenho um telemóvel também com vários anos.

Uso a água de lavar legumes para as plantas ou para a casa de banho.

E já agora, não deixo lixo no meio do chão, não atiro pontas de cigarros para o chão (é fácil que não fumo), não deixo as garrafas de cerveja no meio da rua, não atiro lixo da janela do carro, não deixo o cócó do cão no meio do jardim, não…

E sim, eu sou responsável pela poluição. Apesar de tudo isso existem coisas que não posso evitar, tenho que me vestir, uso carro, como, gasto energia,… e claro que acho que todos devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance.

Mas sejamos razoáveis e coerentes. Fazer manifestações e mais 500 mil coisas daquelas que dá para aparecer nos telejornais e esquecer tudo o resto,… é no mínimo estranho.

Esta questão do planeta que tanto se fala está um bocado equivocada. Não é necessário fazer guerra ao plástico, nem ao consumo animal, nem, nem.... Claro que se deve usar com racionalidade, de acordo. Mas, se nada mais se fizer, trocar as colheres de plástico por colheres de madeira a única coisa que vai fazer é que em vez de ter o oceano inundado de plástico passará a ser de madeira e ainda por cima acabará com as árvores. Trocar sacos por folhas de bananeira… e até quando duram as folhas de bananeira?

Não é o plástico o inimigo. O lixo não vai parar ao mar sozinho, nem às nossas ruas, nem aos nossos jardins.

O inimigo somos nós. Nós que consumimos desenfreadamente, nós que atiramos todo lixo ao chão sem respeito nenhum, nós que temos que ter sempre o mais recente modelo de tudo, desde o carro ao telemóvel, ao vestido,… consumimos desenfreadamente tudo aquilo que nem precisamos. E ainda dizemos coisas giras como: Também merecemos, também temos direito!

Ah! e ainda acrescentamos que não é nada disso porque o nosso consumo é insignificante ….

Sim, os mais velhos são responsáveis,… fomos nós, os “velhos” que permitimos tudo isto, que deixámos que os valores se perdessem, que permitimos a valorização do ter e do parecer,… fomos nós sim.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Quem gosta, gosta, quem não gosta…

Muito se fala em liberdade nos dias que correm. E bem.

Também muito se fala em assertividade . E bem. Mas como em todas as coisas é importante saber do que se fala.

Diz-se com alguma frequência que as palavras não ditas trazem doença e por isto devemos dizer tudo o que pensamos e sentimos. Há mesmo quem diga que não temos nada que nos preocupar se os outros gostam ou não, muitas vezes usando mesmo a expressão: quem gosta, gosta, quem não gosta temos pena!

Pois bem, de facto eu acredito que as palavras não ditas fazem um trabalho imenso em nós e na maioria das vezes não é nada positivo. E sim, eu também acredito e digo que devemos dizer o que pensamos e sentimos, sob pena do “não dito” nos atormentar a mente e o corpo.

Mas nem toda a liberdade que temos hoje, nos dá o direito de dizer tudo o que nos apetece da forma que nos apetece sem considerar o respeito que devemos ter pelos outros.

Há quem diga que pessoas assertivas são pessoas diretas. E sim, ser direto é uma das características da comunicação assertiva. Na verdade eu costumo dizer de outra forma mas na essência não estamos a dizer coisas muito diferentes. Eu costumo dizer que a linguagem assertiva, entre outras coisas, tem por base a transparência da linguagem. Ela é verdadeira, ela é clara, é transparente, sem nada a esconder.

Mas outra característica da assernividade, não menos importante, é o respeito pelo outro, na sua totalidade. O respeito pelos seus sentimentos, pela sua cultura, pela sua história de vida, pelas suas crenças, pelos seus valores,…

Então, sim eu posso, e diria mesmo devo, dizer aquilo que penso e/ou sinto. Mas a título de exemplo isso não me dá o direito de chamar os outros de bestas, burros, incompetentes, ladrões, estafermos,….

Os outros têm o direito de pensar de forma diferente de mim, seja lá sobre que tema for, e não tenho que os ofender por isso.

Podem até estar a fazer coisas que eu ache completamente erradas, mas sou eu que acho,… não quer dizer que seja. Pode até ser que este meu achar se fundamente em artigos, livros, noticias,… que também elas são só a versão do seu autor, seja ele quem for. Ah mas aquela estação é muito credível,… ah mas aquele autor é doutorado,… ah mas é uma organização conhecida no mundo inteiro…. sim,… e… ? Isso quer dizer que os outros não podem pensar de forma diferente deles?…

Se eu quero ter a liberdade de pensar o que penso de sentir o que sinto e poder manifestar-me sobre isso sem ser ofendido/a, então também tenho que aceitar que os outros façam o mesmo.

Como todos sabemos até é comum dizer-se que a minha liberdade termina onde começa a do outro

Talvez também por isso existe o código penal dedica alguns artigos a crimes relacionados com difamação, injúria, calúnia,…

E, mesmo que hipoteticamente, os outros estejam a fazer algo que seja proibido, que seja crime público, sei lá …. tantos argumentos que usamos para dizer que os outros não tem o direito( e a liberdade) de fazer e dizer o que fazem ou dizem…

Mesmo que isso aconteça, mesmo que os outros estejam a fazer algo que seja proibido, que seja crime público,… eu posso manifestar-me, pedir que não façam,… mas quem sou eu para os ofender, para fazer justiça por mim?

Se falar sem desrespeitar não for suficiente, é minha obrigação informar as autoridades competentes. É para isso que elas existem. É por isso que vivemos numa sociedade livre mas com regras.

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

ISO 9001:2015 - Uma ferramenta de gestão?


Estive recentemente em mais uma formação com Nigel Croft, sobre a revisão da ISO 9001. Gosto de ir a várias formações sobre os temas que eu própria ministro de forma a enriquecer a minha abordagem.

Como sempre adorei o senhor.

É muito interessante ouvi-lo! É uma pessoa rigorosa mas com bom senso. E o bom senso, como ele próprio diz,  é uma coisa que escasseia.

É bom ouvi-lo dizer que não faz sentido que a gestão da qualidade seja separada da gestão da empresa, que não faz sentido que um Manual da Qualidade seja um "relambório" sobre os requisitos da norma, que não faz sentido que se definam papeis para auditor ver,...

Tantas coisas que escrevi no meu primeiro livro em 2007!

A revisão que está em curso torna claras muitas dessas coisas,  mas há uma coisa que é necessário que todos tenhamos consciências: a revisão da norma só por si não vai mudar cabeças!

Digo muitas vezes que esta área tem tanto de interessante como de frustrante.

Esta formação fez parte do interessante e desperta a minha esperança de que um dia a 9001 seja usada como uma verdadeira ferramenta de gestão.

Só o tempo o dirá!

sábado, 24 de maio de 2014

É possível formar um auditor interno dentro da própria organização?


Boa tarde,

Gosto muito do seu blog, e têm sido muito útil à minha profissão.

A minha pergunta é a seguinte:

É possível formar um auditor interno dentro da própria organização.

Ou seja, na minha empresa existe uma única pessoa com o curso de auditor, é possível essa pessoa formar uma pessoa para fazer as auditorias internas. ( tendo esse trabalhador o CAP).

 Grata pela sua atenção Cumprimentos,
Olá :)
Imagino que tenha desistido da resposta :) o mail estava esquecido; como andei numa arrumação hoje, dei com ele. Peço desculpa e espero ainda ir a tempo.
Não lhe sei responder a esta pergunta de forma direta.
O que é exigido é que esteja definida a competência para os auditores da qualidade internos. É a organização que define a competência, embora seja óbvio que se exija algum bom senso nessa definição. Não faz sentido a título de exemplo dizer que o auditor não precisa ter formação em auditorias - pelo menos é o que me parece :)
A auditoria é, na minha opinião uma das melhores ferramentas  de dinamização do seu SGQ e em consequência do seu crescimento e consolidação. Mas se e só se for bem feita. Caso contrário estamos todos a perder tempo.
Aquela coisa de achar que o auditor é uma pessoa que traz uma lista de perguntas e vai picando "sim" ou "não",... não traz mais valia
Não conhecendo a definição de competência da sua empresa para o auditor da qualidade interno, não lhe sei responder com rigor.
Arriscando-me a dizer algo menos rigoroso, penso que dependerá desse auditor interno e da sua experiência. Ele (ou ela) fez um curso de auditores, mas faz auditorias com regularidade? tem experiência e conhecimento das normas suficiente para poder transmitir? E da documentação do vosso SGQ? É uma pessoa que possuí as competências comportamentais adequadas?
A resposta depende do que referi no parágrafo anterior e no que tiverem definido como competência mínima para o auditor da qualidade interno.
Até breve.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Avaliação da Eficácia da formação

Boa tarde,

A avaliação da eficácia é de facto um tema complexo, de que forma a definição de critérios é compatível com a norma OHSAS 18001? Esta norma estabelece que a formação relacionada com Higiene e Segurança devem ser avaliada. Se definirmos critérios como a carga horária e deixarmos algumas formações sobre esta matéria de fora estamos em incumprimento da norma?

Obrigado!





Olá,


Embora não trabalhe todos os dias com a OHSAS 18001  penso que ela obriga as organizações a identificarem necessidades de formação associadas aos riscos para a segurança e ao Sistema de gestão da segurança. Poderão ser sobre higiene e segurança ou outras. Também refere que deve ser avaliada a eficácia das acções desenvolvidas.


Não diz como nem poderia dizer, pois cada realidade é um caso.


A exigência da 9001 é a mesma que existe na 18001, por isso a forma de tratar o tema pode ser a mesma.


Não entendo a questão do critério,... Para fazer a avaliação da eficácia por amostragem?


Na verdade a generalidade das entidades certificadoras defende que devem ser avaliadas todas as acções realizadas.


Na minha opinião, como já tenho referido,  cada caso é um caso; as empresas são todas diferentes, o volume de formação que fazem é diferente, os métodos são diferentes ...


Existem situações em que a amostragem pode ser defensável outros nem por isso. Por exemplo uma empresa que faz 2 ou 3 acções de formação por ano para meia dúzia de colaboradores não faz muito sentido falar de amostragem.


Agora uma empresa que faz milhares de horas de formação ano, talvez já faça.


Ou seja, não consigo dizer sim ou não, depende da realidade. E mesmo assim ainda vai depender do olhar de quem audita :)









sexta-feira, 7 de junho de 2013

Uma partilha sobre pessoas fantásticas.


Esta semana tive um grupo de formandos com posturas diferentes do habitual:
 
  • Duas jovens com uma grande vontade de trabalhar e aprender;
  • Um jovem que entrou na sala dizendo que não entendia porque a qualidade tinha que se meter na sua área(marketing/comercial) e passado duas horas já estava a referir que afinal estava a ver mal as coisas,... e fez este reconhecimento de uma forma sincera mas bem humorada;
  • Outras duas jovens integradas em projetos muito interessantes e bem sucedidos que assumiram uma postura de participação, partilha e aprendizagem nem sempre comum em pessoas com percurso profissional feito.
Talvez eu seja pessimista ou não tenha andado a observar bem as pessoas, mas a verdade é que às vezes tenho a sensação que se perderam valores; humildade, respeito pelos outros, companheirismo, profissionalismo,... fico triste com esta sensação, questiono-me muito e torno-me critica sobre ela.
 
Não vos consigo dizer o quanto me deixa feliz encontrar pessoas assim!
 
Como se não bastasse, também esta semana uma jovem ligou-me a pedir se não eu não podia ser uma espécie de "professora" particular dela, porque precisa de ajuda na sua função e está disposta a pagar para que alguém a ensine em coisas concretas.
 
Tal como todos os outros eu tenho contas para pagar e não posso trabalhar de forma completamente gratuita mas a atitude desta jovem é fascinante. Antes que se coloque na postura de quem exige e critica ela quer aprender.
 
Foi uma semana maravilhosa! Não sei se o universo me colocou a ver de outra forma ou se o mundo está a mudar!
 
Seja o que for, deixou-me muito feliz.
 
 
 

sábado, 16 de março de 2013

Nem tudo o que é Qualidade vem na NP EN ISO 9001

Ao acordar, espreguice-se e sorria ao nascer do sol. Escolha a roupa e acessórios de acordo com o tempo e com o programa do dia e prepare-se para mais uma jornada. Confie, pois, aconteça o que acontecer, serão sempre aprendizagens
 Confiar é qualidade


 Repare nas pessoas que consigo se cruzam e manifeste-se feliz por isso. Cumprimente-as e esboce-lhe um sorriso.
 Ser educado e agradável para com os outros é qualidade


 Mantenha as suas coisas arrumadas e limpas. Quando as usar trate-as com cuidado e deixe-as organizadas de tal forma que, em futuras utilizações, se encontrem em bom estado e possam ser facilmente localizadas.      ·
 Ser organizado é qualidade


 Nao deixe que “estraguem o seu dia” ou até a sua vida, com informações incompletas e ou infundadas, vulgo “conversas de corredor”. Seja selectivo na análise do que ouve e se necessário reúna mais dados. Ouça factos, ignore suposições, ironias e deduções.
 Ser objectivo a ouvir e justo avaliar é qualidade


Quando alguém lhe pedir que lhe ensine a desenvolver uma actividade, não hesite em fazê-lo. Explique, fundamente, exemplique mas não a execute por quem pede.
Fazer os outros crescerem é qualidade


Seja um “Profissional de mão cheia” mas não deixe de ter tempo para se alimentar, cuidar da sua casa, ou simplesmente para andar um pouco a pé. Não existe nenhuma actividade que não possa (e deva) esperar pela reposição da sua energia.
Respeitar as suas necessidades é qualidade


Prepare-se para os seus compromissos considerando sempre que eles estão marcados 15 minutos antes, pois assim prepara-se para imprevistos e evita atrasos.
Ser pontual é qualidade.


Estude com seriedade os assuntos que tiver que defender perante os outros. Reuna informação e fundamente a sua opinião. Não seja um papagaio debitando teorias e ideias que não são suas. 
Ter opinião própria e fundamentada é qualidade


Nao assuma compromissos que não pode cumprir, só para deixar os outros felizes ou impressionados. Muito menos o faça em nome de outros colegas ou da sua empresa. Se não cumprir uma única vez, quebra, efinitivamente, confiança que levou anos a conquistar.
 Falar verdade é qualidade


Preocupe-se com o seu sucesso profissional mas não ignore a familia os amigos. No fim de contas são eles que estão lá quando a actividade profissional cessa por qualquer motivo.
 AMAR A FAMiLIA E OS AMIGOS é qualidade

sexta-feira, 8 de março de 2013

Mudar, ..

Hoje, a Gestão da Qualidade(no papel de quem a representa) de um dos meus clientes, contava-me com alguma tristeza a reacção de alguns dos colaboradores da sua empresa relativamente ao Sistema de Gestão da Qualidade.
 
Antes de avançar, importa salientar, que este cliente tem tido um empenhamento fora do normal. O Sistema de Gestão da Qualidade tem vindo a ser definido de forma a representar a realidade da empresa (como aliás devia acontecer sempre), em todos os aspectos. Só a titulo de exemplo os objectivos da Qualidade foram definidos e completamente integrados no Plano de Objectivos Estratégicos da Empresa e foram sucessivamente desdobrados de forma a que os seus indicadores possam medir o desempenho dos processos e, possam medir que realmente interessa à empresa.
 
Foram definidos procedimentos para os temas mais criticos independentemente de a NP EN ISO 9001:2008 os exigir ou não.
 
Tem vindo a ser realizadas acções de formação teórico-práticas com os trabalhadores da empresa de forma esclarecer sobre as novas metodologias e a identificar sugestões de melhoria.
 
É um percurso aparentemente normal e desejável mas poucas vezes o consegui levar à prática de forma tão completa e com tanto empenhamento da parte da Gestão da Qualidade da empresa.
 
Mas ainda assim "a minha" Gestão da Qualidade estava triste, porque foi acusada de ser demasiado preciosista, e de estar a fazer muito mais que o necessário, pois, dizia o acusador, existem muitas empresas certificadas que não fazem nada disso.
 
Enfim, tentei relativizar e explicar-lhe que são reacções normais durante um processo de implementação. A generalidade das pessoas pretende ver o seu trabalho reconhecido, acha que faz um trabalho com qualidade suficiente para que a empresa que representa venha a obter um certificado, mas em simultaneo pretendem que se mude o mínimo. De preferêcia nada!
 
Tenho uma outra cliente que costuma dizer "Quem muda, Deus ajuda!"
 
Eu espero que Deus tenha outro trabalho, porque se depender de ajudar quem muda.... especialmente quem muda  por sua iniciativa e de forma positiva,... é provável que tenha pouco trabalho :)
 
 

quarta-feira, 6 de março de 2013

Acção,... precisa-se



Li nalgum lado, ...  e decidi partilhar, ...


"O passarinho não canta porque está feliz; ele é feliz porque canta."

sábado, 2 de março de 2013

Venham sorrisos e acções positivas!

De facto os tempos não estão fáceis. De facto trabalhamos muito, pagamos muitos impostos e recebemos menos que há uns anos atrás.
 
É bem verdade!
 
Mas,... esta cultura do queixume e da crítica pela crítica não me parece ser o caminho.
 
Todos temos o direito e, diria que a obrigação, de avaliar o que se passa à nossa volta. Mas acima de tudo temos o dever moral de contribuir para a mudança positiva do mundo em que vivemos.
 
Tudo estaria bem melhor se a cada crítica correspondesse uma sugestão de melhoria, se a cada sugestão correspondesse uma acção... por muito, muito pequena que ela fosse.
 
A minha irmã costuma contar a seguinte história:
 
Era uma vez um passarinho que vivia feliz e contente numa floresta. Um dia veio um incêndio e toda a floresta ficou em pânico. Uns fugiram, outros observavam com angústia,... e o passarinho decidiu agir. Procurou um local com água e com o seu pequeno bico fazia percursos sistemáticos transportando a água para o incêndio.
 
Os restantes animais observavam espantados e e até com um ar de desdém e finalmente perguntaram ao passarinho:
- Mas tu achas mesmo que vais conseguir apagar alguma coisa com essas gotas minúsculas?
 
O passarinho respondeu:
- Na verdade não sei, mas eu faço a minha parte. Se cada um fizesse a sua, provavelmente o resultado seria bem melhor.
 
Será que nós não podemos, com uma simples gota, contribuir para um futuro melhor?
 
Sei que é ínfima a gota do que vos proponho, mas ainda assim quero fazer a minha parte,...
 
Pensem em pequenas coisas que estejam ao vosso alcance, levem-nas à prática e partilhem-nas.
 
Podem ser coisas tão simples como; dizer bom dia ao vizinho do lado, ou comprar uma couve ao pequeno agricultor que vem vender na sua rua, ou poupar nas compras, ou falar amavelmente com os outros, ou ajudar uma criança a atravessar a estrada,...
 
Façamos coisas positivas! e divulguemos. Se conseguimos contagiar nem que seja só uma pessoa, já vale a pena.
 
Esta é a minha primeira acção, mas voltarei em breve. :)
 
Venham sorrisos e acções positivas!

domingo, 23 de setembro de 2012

Mais tempo, os mesmos temas - Conheça as nossas acções de formação!

Muito se tem falado de formação neste espaço. Muitas vezes nos manisfestamos ( eu e alguns leitores) da falta de formação com carácter prático.
 
Como sabem os que me conhecem eu tento que todas as minhas acções tenham por base três pilares: o sentido prático, o lúdico e a simplicidade.
 
Tento, disse bem. tenho que conseguir o equilibrio entre aquilo que penso e gostaria de fazer e o tempo que as entidades que me contratam atribuem a cada acção.
 
Também essas entidades tentam conseguir um equilibrio entre aquilo que gostariam de fazer e aquilo que o mercado está disposto a pagar, pois como sabemos quanto maior a duração maior o preço e nos tempos que correm todos os cêntimos contam.
 
Quando comecei a trabalhar exclusivamente como Profissional Liberal, tinha como objectivo, um dos objectivos, desenvolver e disponibilizar ao mercado acções cujas características e duração permitissem aos participantes aprender a fazer e ser.
 
Como todos os Planos de Objectivos o meu já foi monitorizado e revisto várias vezes :) ,...
 
As condições conturbadas em que temos vivido nos ultimos recomendam prudência, mas não imobilização.
 
Assim sendo reformulei o objectivo mas não o abandonei.
 
Neste momento já estão disponíveis algumas acções com essas carcaterísticas.
 
O facto de trabalharmos de forma independente reduz os custos fixos, permitindo por isso melhorar significativamente a relação preço/duração.
 
Estou a trabalhar com colegas de outras áreas de forma a poder alargar a oferta.
 
Todas as acções cumprem com os pilares referidos no inicio, são desenvolvidas por profissionais experiêntes.
 
As acções com durações superiores a um dia, serão ministradas em dias separados (média um dia por semana) de forma a:
- diminuir o tempo contínuo de ausência na empresa;
- permitir a aplicação dos temas abordados entre sessões.
 
Agendaremos datas sempre que exista o minimo de inscrições referido para cada curso.
 
Também poderemos desenvolver estas acções na sua empresa.
 
Será emitido um certificado (por entidade devidamente acreditada no âmbito da formação ) para todos as acções.
 
 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Ser Auditor

Boa Tarde,
Estive a ver o seu blog, e achei-o interessante pois percebe-se que é uma pessoa que gosta daquilo que faz. Já fiz algumas pesquisas mas não há nenhuma que me ajude a perceber como proceder para ser auditora da qualidade e também tenho duvidas quanto as saídas profissionais. A auditoria da qualidade tem de ser aplicada por todas as empresas? Quais as entidades que desenvolvem estas auditorias? Se me pudesse ajudar, agradecia imenso. Cumprimentos.


Olá,

Obrigada pela sua visita.
Eu já respondi a todas as suas perguntas neste blog. Consulte as etiquetas "Auditorias" , "Auditor"  e afins.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Comentário sobre validação

Estou a implementar o sistema da Qualidade numa empresa que realiza projetos de eletricidade, no entanto estou com algumas duvidas quanto à verificação e validação dos projetos. Como posso eu fazelo para garantir este requisito? Bastará a aceitação do cliente? a qualificação de quem realiza os projetos? ou tenho de ter ensaios e comprovativos de funcionamento de tudo o que está projetado? Obrigado pela atenção.

Olá Bom dia,

É muito difícil responder-lhe a esta questão uma vez que não sou especialista de electricidade.Asim visto a frio e sem eu saber nada do tema penso que que a validação pode passar por fazer tudo o que disse.

Não sei se só fazem o projecto ou se também fazem a instalação do mesmo. No último caso penso que também devem fazer ensaios e comprovativos de funcionamento de tudo o que está projetado.


Fazendo só o projecto penso que para além da qualificação de quem realiza e para além da aceitação do cliente deveriam ter um conjunto de verificações finais (umas para a verificação e outras para a validação) para os pontos considerados criticos – aqueles que não podem falhar.

A norma diz que para a validaçãoOnde quer que seja praticável, a validação deve ser completada antes da entrega ou implementação do produto”  e deve “assegurar que o produto resultante é capaz de ir ao encontro dos requisitos para a aplicação especificada ou para a utilização pretendida, onde conhecidas”


 Não lhe consigo dizer mais nada…

segunda-feira, 16 de abril de 2012

O mundo real...


Boa tarde,

Deixe-me, antes de mais, apresentar-me.

Tenho mestrado em ...... e arranjei Estagio profissional numa empresa ... que precisa de apoio na área de qualidade.

tirei o curso de auditoria interna, e agora trabalho directamente com a única responsável e conhecedora da Qualidade na empresa.

contudo, essa pessoa é bastante problemática e, apesar de dizer que precisa de muita ajuda, ela não me passa trabalho. Com a formação que eu tirei, eu não tenho competências para trabalhar no departamento de qualidade, pois as informações não me são passadas, não há reuniões e esta colaboradora tem outra função acumulada. O que acontece é que me sinto presa e sem saber como resolver isto, pois informar a Administração só vai incendiar as coisa, uma vez que a colaboradora tem péssima relação com o Administrador.

Tem alguma sugestão/ajuda?

obrigada desde já!


Olá ...,

Peço desculpa pelo atraso, mas na ultima semana estive com horário laboral e pós-laboral. Mas por outro lado também não sei o que lhe dizer... 
 
O “mundo real” é mesmo assim. Está composto de coisas boas e também de muitas dificuldades. Na escola transmitem muita “filosofia” e muito muito pouco sobre o mundo real. 

Escrevi há pouco um artigo no blog – Vida de Gestor da Qualidade – que dá umas dicas sobre como conseguir influenciar mais. São dicas que a vida me ensinou não são receitas. 

De facto nestas situações a “guerra” não me parece ser uma opção. Precisa ganhar a confiança da sua chefe, do administrador e da empresa no geral, o resto pode demorar mas virá por si. E para si, precisa ser humilde e querer aprender, desenvolver trabalho, relacionar-se bem com todos, acrescentar valor no que faz,…

Bons desenvolvimentos

terça-feira, 27 de março de 2012

O "todo" ou a parte

Olá Maria de Lurdes, tudo bom?
Antes de mais devo lhe dizer que o seu blog, nos meus tempos de formação constituiu uma ferramenta bastante importante para o entendimento de muitas questões que nos eram colocadas durante a formação, desde já, Parabéns. =)

No entanto, eu penso que a formação que é dada, de forma geral em formações de gestão de qualidade é um bocado fraca e muito pouco adequada á realidade profissional, pelo menos naquela onde existe mais oferta de emprego, ou seja em obras/construção.
Penso que quando fala da realidade daquilo que é ser gestor de qualidade, fala muito bem, porque tudo o que diz é verdade, mas quando exerce essa função numa obra da sua empresa a coisa complica-se um bocado, nomeadamente com aquilo que se chama “Test Packs”, e é algo que quem só fica no escritório não conhece, e não dá valor, e que eventualmente se muita gente tivesse que fazer entraria num esgotamento…

Quando me lembro da formação, era só manuais, ferramentas de qualidade, procedimentos, modelos, registos, etc…mas não nos falavam da inspecção real, dos testes, de como garantíamos mesmo a qualidade, e para mim, qualidade é isso, e não um monte de papéis onde se descreve uma surrealidade de situações que não acontecem.
Daí, gostava que abordasse um bocado este assunto no seu blog, para assim torna-lo muito mais completo…digo eu.

Ora Viva,
Como está?

É bom saber que trabalha e que sente dificuldades, pois isso significa duas coisas positivas: que tem trabalho e que se preocupa em encontrar melhorias.

Quanto aos seus comentários, a minha resposta é “nim”, ou seja concordo com uma parte embora na generalidade,… nem por isso.

Quanto à formação ter uma vertente prática um pouco curta, isso é verdade, como já referi algumas vezes neste blog.

Na formação da Qualidade e nas outras, nas formações profissionais e na Universidade.

São muitos os factores que contribuem para isso, desde o facto de formadores não terem experiência de terreno (por exemplo para dar aulas na maioria das faculdades é mais importante ter um doutoramento que alguma vez ter trabalhado… J), passando pela duração das acções, até à cultura teórica instituída.

Pela parte que me toca faço tudo o que está ao meu alcance, só que às vezes é pouco, devido essencialmente à duração das acções.

Costumo referir muitas vezes – não sei se o fiz no seu curso – que ferramentas da qualidade e outras coisas afins, são muito interessantes, efectivamente podem contribuir muito para o sucesso das organizações, mas infelizmente no nosso tecido empresarial não estamos aí. Eu ficaria bem feliz se existisse capacidade para implementar à séria a 9001.

Por isso, se eu desenhasse alguns destes cursos colocaria coisas mais práticas, mas também não colocaria os “Test Packs” …

Hoje em dia as empresas de construção contratam com frequência Técnicos da Qualidade em Obra. Normalmente pretende-se que estes Técnicos sejam responsáveis pela implementação e melhoria do SGQ no âmbito das obras. São obviamente funções importantes e muito desgastantes. São a “face” da empresa e isso só por si diz tudo.

Mas a Norma 9001 chama-se Sistemas de Gestão da Qualidade. Direcciona-se essencialmente para a forma de gerir uma organização de maneira que se obtenha a satisfação do cliente. Os “Test Packs” são uma parte do Sistema da Qualidade. Muito importante é verdade, mas são uma parte. O Sistema de Gestão da Qualidade no seu todo inclui, a título de exemplo, Objectivos, gestão de clientes, de fornecedores, de equipamentos, de pessoas, da melhoria… No fundo incluí, ou pelo menos deveria incluir todas as actividades das organizações.

O Gestor da Qualidade é responsável pelo Sistema no seu todo e concordo consigo, não deve fazer o seu papel na secretária. Nenhum Gestor da Qualidade que se preze faz o seu papel na secretária. Se quiser fazer bem o seu papel o Gestor da Qualidade deve acompanhar no terreno todas as áreas, incluindo esta. Mas, tal como refiro sempre o papel dele é coordenar, apoiar, acompanhar a definição, implementação e melhoria do Sistema da Qualidade. No caso da construção, entre outras coisas, será trabalhar em colaboração com o Técnico da Qualidade da Obra e/ou com o Responsável do Processo de realização da obra.

Claro que eu sei que quem está no terreno se depara com muitas dificuldades todos os dias, mas se todas as áreas da organização fizerem a sua parte as coisas podem melhorar. Na prática quero dizer que se o sistema da qualidade no seu todo funcionar, cada uma das partes do SGQ tem o seu trabalho facilitado.